Ayrton Senna: carta que gerou choro, aposta com chefe de equipe e mais; veja curiosidades reveladas em documentário

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Na data em que a morte do piloto completa 30 anos, GNT lança especial com entrevistas e grandes histórias; confira Galvão Bueno conta emoção de Senna ao ler carta de engenheiro automobilístico
“Eram duas pessoas dentro de um só corpo, uma só mente. Tinha o nosso herói, maior piloto que eu vi e tinha o Becão, que era o cara. Era um campeão na pista e um campeão como cidadão”. É assim que Galvão Bueno começou a relatar um pouco de quem era Ayrton Senna, falecido há exatos 30 anos.
Nesta quarta (1), o GNT lançou um documentário que traz entrevistas e curiosidades sobre a carreira do “nosso herói das manhãs de domingo”, como bem descreveu o narrador esportivo: “Você podia até não entender de Fórmula 1, mas você assistia só por causa dele”.
Na entrevista, Galvão contou uma história que o impressionou e que aconteceu em 1987, logo após Senna deixar a Lotus:
“Nós estávamos no avião, ele pegou uma carta, começou a ler e se emocionou. Era um pedido de desculpas de Gérard Ducarouge (engenheiro automobilístico da Lotus) que dizia ‘me perdoe, não consegui te dar um carro a sua altura para você ser campeão'”.
Ayrton Senna morreu em 1º de maio de 1994, há 30 anos
Acervo/TV Globo
Senna deu o troco em Alain Prost?
A competitividade com Alain Prost também é bastante comentada por Galvão no documentário. O narrador fala da rivalidade entre os pilotos e destaca dois momentos curiosos. O primeiro foi em 1989, no GP de Suzuka, em que Senna tinha que vencer de qualquer maneira e Prost acabou batendo no carro do brasileiro:
“Se não tivesse o carro do Senna ele ia bater no muro. Então ele bateu de propósito, ele sabe que bateu de propósito. O carro foi empurrado, ele perdeu o bico, mas venceu a corrida. Porém, o título foi para a mão do francês, por uma desclassificação”.
Galvão Bueno opina sobre batida de Alain Prost em Senna
O segundo foi em 1990, no mesmo GP. Mas desta vez foi Senna quem bateu no carro de Prost: “Ele deu uma forçadinha e Ayrton bateu de propósito, no meio dele. Eu disse que ele era maluco, a mais de 200km. E ele me disse: ‘eu errei, troquei a pedaleira, fui pisar no freio e pisei no acelerador de novo. E deu aquele sorrisinho'”.
A aposta perfeita
Quem também relembrou histórias marcantes no documentário foi a irmã de Senna, Viviane. No mesmo ano, aconteceu o GP de Monza e Ayrton liderou de uma ponta a outra, pole position, fez uma corrida perfeita e ainda ganhou uma aposta:
“O Ron Dennis que era o chefe de equipe achava que a equipe não ia ganhar e o Ayrton falou que ia ganhar e falou para ele: ‘tá bom, se eu ganhar a corrida, você me dá um carro’. Ele apostou crente que que ele não ia conseguir. Mas ele é tipicamente brasileiro, não desiste. Ele é a típica expressão de um herói”.
Irmã de Ayrton Senna conta aposta que piloto fez com chefe de equipe
Emocionada, Viviane contou um dos últimos papos que teve com o irmão antes dele falecer, falando sobre a criação do Instituto Ayrton Senna: “Pouco tempo antes do acidente, 3 meses antes, ele me chamou e falou que queria muito pensar no que fazer para ajudar as crianças no Brasil, mas não sabia nem por onde começar. Ele me pediu para pensar e conversar depois. Infelizmente, a gente não teve tempo de ter essa segunda conversa”.
“Como família, nós decidimos levar isso para frente. Criamos algumas maneiras de fazer isso, através da educação. Fundamos o instituto no mesmo ano. São duas celebrações, do legado do Ayrton e do nascimento do instituto”.
É verdade que Senna não queria correr no dia em que morreu?
Muito se fala sobre a imagem de Ayrton Senna pensativo, minutos antes da largada. Galvão Bueno fez questão de explicar e responder a esta pergunta: “Quem disse que o Senna não queria correr não sabe o que está falando. São teorias que as pessoas tiram, sei lá de onde. O momento era de concentração. Uma hora antes da corrida eu tinha que ir para a minha cabine, eu me despedi dele”.
Sobre o dia 1/5/1994, Galvão lembrou os detalhes de quando descobriu que Senna estava morto: “A esperança de sobrevivência existia. E eu disse: ‘vá meu amigo, seja forte. O mundo inteiro torce e reza por você. Quando nós fomos levados para o hospital, o doutor disse que infelizmente ele morreu, que estava com morte cerebral. Ele tinha me colocado o apelido de papagaio, porque eu falo muito. E naquele momento, o papagaio perdeu a voz”.
Galvão Bueno em entrevista na Globo
Globo
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