Dólar abre em alta, ainda repercutindo decisões de juros no Brasil e EUA

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No dia anterior, a moeda norte-americana subiu 0,09%, cotada a R$ 4,9792. Já o principal índice acionário da B3 encerrou em queda de 0,755, aos 128.159 pontos. Dólar opera em alta
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O dólar abriu em alta nesta sexta-feira (22), com investidores ainda repercutindo a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC).
O Copom decidiu promover um novo corte de 0,5 ponto percentual na Selic, taxa básica de juros, conforme era esperado pelo mercado. Porém, o comitê sinalizou que só deve cortar os juros mais uma vez e, depois, vai avaliar o cenário.
Além disso, no exterior, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) manteve suas taxas de juros inalteradas entre 5,25% e 5,50% ao ano.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Dólar
Às 09h20, o dólar subia 0,45%, cotado a R$ 5,0016. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda norte-americana teve alta de 0,09%, cotado a R$ 4,9792.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,36% na semana;
ganho de 0,14% no mês;
avanço de 2,61% no ano.

Ibovespa
O Ibovespa só começa operar às 10h.
Na véspera, o índice teve alta de 0,75%, aos 128.159 pontos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 1,12% na semana;
queda de 0,67% no mês;
e baixa de 4,49% no ano.

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Nesta quinta-feira, as atenções mais uma vez se voltaram para os juros brasileiros e norte-americanos. Na véspera, o Copom decidiu cortar 0,50 ponto percentual da Selic, levando-a para 10,75% ao ano. Foi a sexta redução consecutiva da taxa, que chegou no menor patamar em dois anos.
A instituição vem reduzindo os juros básicos em cortes contínuos desde agosto. No comunicado divulgado após a reunião de ontem, o comitê alterou o trecho presente em comunicados anteriores que indicava novos cortes da Selic nos próximos encontros.
Até então, nos últimos cinco comunicados do Copom, o colegiado sinalizava uma possível redução de “mesma magnitude” (0,5 ponto percentual) “nas próximas reuniões”. O texto foi alterado para “na próxima reunião”.
“Em função da elevação da incerteza e da consequente necessidade de maior flexibilidade na condução da política monetária, os membros do Comitê, unanimemente, optaram por comunicar que anteveem, em se confirmando o cenário esperado, redução de mesma magnitude na próxima reunião”, diz a nota divulgada hoje.
Em outras palavras, o Copom espera os dados de inflação dos próximos meses para adequar, se necessário, o ritmo de cortes e o patamar final da Selic. A meta de inflação deste ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.
“Copom cortou 50pb, e sinaliza transição para dependência dos dados a partir de junho. Aumento da incerteza, em particular, inflação subjacente acima da meta como motivador da revisão. Nos parece um BC cauteloso dado o comportamento recente da inflação, e que não quis continuar a se comprometer para horizontes mais longos”, avalia Natalie Victal, economista-chefe da SulAmerica Investimentos.
“A retirada não só do plural, mas da palavra ‘ritmo’ nos passa uma mensagem de desejo de ganho maior de flexibilidade. Se tivesse mantido ‘ritmo adequado’, estaria abrindo a porta para discussão de junho. Trocando para ‘condução’ me passa a mensagem de riscos mais balanceados, e dependência grande dos dados.”
No exterior, o foco também ficou nas decisões de política monetária. Ontem, após novamente manter as taxas inalteradas em uma faixa de 5,25% a 5,50% ao ano, o BC norte-americano voltou a afirmar que não considera apropriado reduzir o intervalo de juros até que tenha “maior confiança de que a inflação está evoluindo de forma sustentável para 2%”, a meta do Fed.
Os preços norte-americanos continuam em patamares elevados. Além disso, indicadores recentes também indicam que a atividade econômica do país tem se expandido em um “ritmo sólido”. As projeções da instituição, no entanto, continuam indicando que três cortes de 0,25 ponto percentual (p.p.) ainda devem acontecer ao longo deste ano.
Em entrevista a jornalistas após o anúncio da decisão, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que o aperto monetário pode ter atingido seu pico e disse esperar uma queda gradual da inflação.
“Os números realmente não mudaram a história geral, que é a de uma inflação caindo gradualmente”, afirmou.
Sobre o mercado de trabalho, o comitê afirmou que “os ganhos no emprego permaneceram fortes e a taxa de desemprego permaneceu baixa”. O trecho representa uma leve mudança em relação ao comunicado anterior, quando o colegiado citou ganhos “moderados” nos dados de emprego.
Tanto o comunicado quanto as projeções do colegiado vieram em um tom mais positivo do que o esperado — o que animou os agentes do mercado. O temor era, principalmente, em relação à divulgação dos dados recentes, que poderiam mexer com as projeções de cortes dos juros para este ano, explica Daniel Cunha, estrategista-chefe da BGC Liquidez.
“Tal receio não se concretizou, dado que o comitê manteve a projeção de três cortes para este ano, o que causou uma reação positiva imediata nos ativos de risco”, afirma.
Nesse cenário, a maioria dos investidores e especialistas continua a esperar que o início do ciclo de cortes aconteça ainda no primeiro semestre de 2024. Segmentos mais pessimistas, no entanto, esperam alterações apenas na segunda metade do ano.
Com taxas maiores, os títulos públicos dos Estados Unidos entregam um retorno maior para os investidores. Esses títulos — as Treasuries americanas — são considerados os investimentos mais seguros do mundo.

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