Quaest: Avaliação do governo Lula entre agentes do mercado piora; a do trabalho de Haddad melhora

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Expectativa sobre economia melhora e maioria aposta em maior queda de juros, mas quase todos os entrevistados acreditam que governo não vai zerar o déficit em 2024 – como espera o governo. Pesquisa foi feita com 101 agentes do mercado, entre gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão do mercado financeiro. Fernando Haddad e Lula
CLÁUDIO REIS/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO
Uma pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (20) apontou que a avaliação do governo é negativa para 64% dos agentes do mercado financeiro. O número é 12 pontos percentuais mais alto que o último levantamento, realizado em novembro. Enquanto 6% veem como positivo.
O levantamento ouviu entre os dias 14 e 19 de março 101 gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão do mercado financeiro com fundos de investimento com sede em São Paulo e no Rio de Janeiro, e que trabalham em 84 empresas gerenciando R$ 3,5 trilhões.
O estudo, encomendado pela Genial Investimentos, tem margem de erro de 3,4 pontos percentuais para mais ou para menos.
50% dos entrevistados também avaliaram como positivo o trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o número é sete pontos percentuais acima do último estudo. Enquanto 12% enxergam como negativo (12 pontos percentuais mais baixo que os dados de novembro).
Veja com mais detalhes a avaliação de Lula e de Haddad:

Para 51% os agentes do mercado financeiro ainda, Haddad está mais forte do que no começo do mandato; 35%, o veem como igual; e 14%, como menos forte no mesmo período.
Política econômica
A pesquisa indica também como os entrevistados enxergam a expectativa em relação à economia, bem como a expectativa para o produto interno bruto (PIB), perspectivas para a inflação de 2024 em relação a 2023, se o governo conseguirá zerar o déficit e as expectativas para a taxa de juros.
Em relação à expectativa econômica para os próximos 12 meses, 47% acreditam que ficará do mesmo jeito; 32%, vai piorar; e 21% de que vai melhorar.
Se comparado ao último estudo de novembro, a porcentagem de pessoas que acreditam em uma piora caiu 23 pontos percentuais; dos que acreditam que ficará do mesmo jeito subiu 23 pontos percentuais – dessa forma, a quantidade dos que veem melhora seguiu igual.
Já sobre a expectativa dos entrevistados para o PIB de 2024, o levantamento apontou que:
58% – Acreditam na atual expectativa do mercado (de 1,78%);
32% – Acima do esperado pelo mercado;
10% – Abaixo do esperado pelo mercado
E quanto as perspectivas para a inflação de 2024, em relação a 2023:
46% – Acreditam que reduzirá em relação a 2023;
36% – Manter semelhante ao último ano;
19% – Aumentar em relação ao mesmo período
O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), considerada a inflação oficial do país, está na casa dos 4,50%, no acumulado de 12 meses. Em 2023, o indicador fechou o ano em 4,62%.
Relembre como foi o IPCA de 2023
Ao serem questionados se o governo conseguirá zerar o déficit em 2024, 99% dos entrevistados acreditam que não, enquanto 1% julga que sim. Em novembro, 100% disseram que não. O governo, porém, tenta ir na contramão da perspectiva dos agentes de mercado, tanto que em dezembro, o Haddad anunciou um conjunto de novas medidas para tentar zerar o déficit.
As medidas buscam, entre outros fatores, assegurar que o governo consiga cumprir a meta fiscal prevista no Orçamento de 2024 – de déficit zero, ou seja, gastar apenas o que será arrecadado no ano, sem aumentar a dívida pública.
Já sobre as expectativas para a taxa de juros. Na avaliação dos especialistas, a taxa Selic deve terminar em:
9,75% ou mais – de acordo com 20% dos entrevistados;
9,5% – de acordo com 22% dos entrevistados;
9,25% – de acordo com 21% dos entrevistados;
9% – de acordo com 20% dos entrevistados;
8,75% – de acordo com 6% dos entrevistados;
8,5% ou menos – de acordo com 11% dos entrevistados
O Comitê de Política Monetária (Copom) deve anunciar nesta quarta-feira (20) o novo patamar dos juros. A expectativa do mercado é que vá para 10,75% (veja abaixo os patamares anteriores).

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