QUIZ: Gasta ou guarda? Descubra seu perfil financeiro como par romântico

8 min read
Especialistas de educação financeira trazem dicas de como lidar com um parceiro com um perfil diferente do seu. Gasta ou guarda?
Ana Moscatelli/g1
Uma visão muito discrepante sobre as finanças pessoais em um relacionamento amoroso pode gerar diversos conflitos entre os casais e, inclusive, uma sensação de insatisfação com o parceiro.
Um estudo publicado na revista acadêmica Personal Relationship, pelos pesquisadores Johanna Peetz e Morgan Joseph, do Departamento de Psicologia da Universidade de Carleton, concluiu que parceiros que têm valores financeiros semelhantes – ou seja, olham para o dinheiro e as finanças com uma mesma perspectiva – são mais propícios a se sentirem satisfeitos com o relacionamento do que os casais com valores financeiros diferentes.
Para especialistas em educação financeira, isso não é à toa. Afinal, se um quer poupar para uma viagem, por exemplo, e o outro gasta muito mais do que ganha, fica difícil para o casal tocar adiante os seus planos.
LEIA TAMBÉM
O que levar em consideração antes de escolher um acordo nupcial
O que é violência patrimonial e como se blindar contra esse tipo de abuso?
Descubra, no quiz, qual o seu perfil financeiro como par romântico, e veja abaixo dicas de como melhorar a relação com o dinheiro dentro do relacionamento amoroso.
Gasta ou guarda? Descubra o seu perfil financeiro como par romântico
Dicas para cada perfil financeiro
💸 GASTADOR
O perfil gastador é o mais “crítico”, segundo o especialista em educação financeira Thiago Godoy, da Rico Investimentos. Seja um dos dois ou ambos a terem esse perfil financeiro dentro do relacionamento, o primeiro passo é criar um orçamento.
Godoy explica que esse orçamento pode ser feito da forma que for mais fácil e que funcionar melhor: seja com uma planilha, um aplicativo, com caneta e papel.
“O que é importante é começar a anotar e controlar as despesas, porque isso ajuda a pessoa a visualizar para onde o dinheiro está indo”, pontua.
O segundo passo é priorizar o pagamento das dívidas já existentes, buscar formas de quitar qualquer valor em aberto, começando pelas contas com os juros mais elevados – que são aquelas que, no longo prazo, mais pesam sobre o orçamento. Godoy destaca que, geralmente, essas dívidas mais problemáticas e que precisam ser olhadas com atenção primeiro são as do cartão de crédito.
Para aqueles que não têm dívidas, após a organização do orçamento, a melhor estratégia é começar a traçar metas de curto, médio e longo prazo. Segundo o especialista, essas metas podem ajudar a pessoa a “se blindar para não fazer compras por impulso”, já que existe um objetivo à frente.
Além disso, com as metas estabelecidas, fica mais fácil saber quanto será necessário economizar e por quanto tempo, o que ajuda muito na organização financeira.
LEIA TAMBÉM
Como guardar dinheiro mesmo ganhando pouco e com a inflação alta?
Veja dicas de como renegociar suas dívidas
Os problemas psicológicos trazidos pelo dinheiro — ou a falta dele
😴 DESLIGADO
Para o casal ou parceiro que tem o perfil desligado, Godoy comenta que é necessário adquirir mais consciência sobre a vida financeira, de forma a estar mais conectado com as finanças pessoais e evitar que imprevistos aconteçam.
O especialista destaca que, para quem é desligado com as finanças, um primeiro passo importante é montar uma reserva de emergência, porque o hábito de não gastar tudo o que ganha, mas não saber o quanto está sobrando na conta pode deixar a pessoa na mão caso algo aconteça, como uma demissão ou uma doença, por exemplo.
Outra ferramenta que pode ajudar na missão de ter um maior controle sobre as finanças é buscar formas de automatizar tudo: das contas em débito automático aos investimentos.
Godoy também afirma que, para evitar desalinhamentos entre os objetivos do casal, quando ambos ou um dos dois tem esse perfil, uma boa tática é “adotar um ritual de conversas mensais sobre a vida financeira”.
Isso, quando feito com honestidade, garante que cada um saiba o que esperar do outro e evita a infidelidade financeira.
🔎 ECONÔMICO
Quem tem um perfil financeira econômico já está um passo a frente na questão da organização financeira, principalmente com o controle de gastos. Essa é a pessoa que sabe quanto ganha, quanto gasta e quanto guarda.
Se, com esse perfil, o parceiro ou casal já guarda algum dinheiro, mas ainda não investe, Thiago Godoy considera que o próximo passo é, justamente, começar a investir.
No entanto, esses investimentos não podem excluir o parceiro da vida do outro. Por isso, o especialista pontua que vale a pena ter uma comunicação aberta sobre a vida financeira e os objetivos com o dinheiro, para que seja possível investir tanto pensando nos sonhos pessoais, quanto naquilo que é meta do casal.
😠 EXAGERADO
O perfil exagerado é comumente chamado, também, de “mão-de-vaca”. Godoy afirma que, embora possa ser difícil lidar com um parceiro que tem esse comportamento, é importante ter um olhar acolhedor para a pessoa porque essa atitude, muitas vezes, esconde o medo de ficar sem dinheiro – e todas as consequências que isso pode trazer.
Para quem tem esse perfil, o especialista considera que a melhor estratégia mora, justamente, na organização financeira, a começar pela construção sólida de uma reserva de emergência. Um consenso no mercado financeiro é que uma boa reserva é a quantia suficiente para passar de seis meses a um ano sem nenhuma outra renda, mas ainda conseguindo arcar com todas as despesas.
Além da reserva de emergência, Godoy explica que é necessário traçar metas de como usar o dinheiro, deixando tudo fácil de ser visualizado: tanto os valores que serão usados para pagar as contas, quanto os que vão ser poupados, mas, também, deixar separado uma quantia para ser gasta durante o mês com coisas que sejam prazerosas.
Afinal, o dinheiro é o bem necessário para arcar com as despesas, mas também pode proporcionar boas experiências de vida, inclusive em casal.
Como evitar que o dinheiro azede a relação
Para Ana Leoni, especialista em comportamento financeiro e cofundadora da Bem Educação, a melhor maneira de evitar que o dinheiro se torne um assunto problemático para o casal é começar a falar sobre isso quando a relação está boa, sem crises, sejam elas do próprio relacionamento ou financeiras.
Isso porque o dinheiro ainda é um tabu para muitas pessoas – e mesmo quando não é um tabu, tende a ser enxergado como um “assunto burocrático”, o bem necessário para pagar as contas.
Ana explica que, para além dessa função burocrática do dinheiro, é importante olhar para ele como um meio para a realização de sonhos e objetivos futuros. Traçar essas metas pode ser uma atividade prazerosa e de criação de vínculos, principalmente “em um momento em que os casais estão apaixonados”.
“O que potencializa a visão de que o dinheiro é um tabu nos casais é que eles também têm medo de expor suas fraquezas e desejos de uma maneira bastante explícita. E o dinheiro pode trazer uma carga e dificultar o diálogo. O ideal para os casais é começar a conversar sobre dinheiro de uma maneira natural e não esperar o momento de crise para discutir. Sempre é bom fazer isso no melhor momento da vida”, pontua Ana.
A especialista ainda aconselha que o olhar para o dinheiro seja direcionado para uma ideia de que, com ele, será viável a construção de planos e metas conjuntas que podem ajudar na prosperidade e no bem-estar do casal.
“Estabelecer planos conjuntos, por exemplo, de uma viagem em que os dois vão contribuir não só com a parte financeira, mas deixando claro o que cada um gostaria de fazer, o que não quer fazer, criando esses projetos que podem dar um significado mais positivo para o dinheiro do que apenas ser aquela coisa de dividir a conta do restaurante, pagar o boleto da casa, dividir as contas domésticas”.
Por fim, Ana diz que é essencial que o casal tenha seus planos conjuntos, mas que um não delegue ao outro o assunto. “A responsabilidade é individual para que os resultados coletivos possam ser melhores”.

You May Also Like

More From Author

+ There are no comments

Add yours