Maya Massafera faz relato sobre transição: ‘Nunca imaginei que o mais difícil seriam os hormônios’

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Influenciadora abriu o coração em uma postagem em sua rede social e falou sobre como tem sido seu processo de transição de gênero Maya Massafera faz relato sobre transição
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Maya Massafera abriu seu coração nesta quinta-feira (20) em uma publicação emocionada em seu perfil nas redes sociais sobre como tem sido todo seu processo de transição de gênero e os desafios que ela tem enfrentado.
“Hoje acordei tão grata e feliz com a vida. Obrigada, meu Deus, por tudo e por tanto! Em toda minha transição, eu nunca imaginei que o mais difícil seriam os hormônios. Um médico me explicou que é a sensação de uma mulher grávida + TPM + menopausa. Tudo misturado vezes 1000. Tomo bloqueadores, injeções, comprimidos. Falamos muito e temos estudos sobre tantas coisas da medicina, mas sobre transição não é tão simples. Fui em médicos, tidos como “os melhores”, que não tinha conhecimento nenhum. Muitas vezes praticavam falas absurdas e transfóbicas e eu com muita paciência ainda ensinava a pessoa. Muitos falam que tenho que fazer “tal coisa” senão vou ficar parecendo travesti. Meu amor, eu sou travesti, eu sou trans. Tá tudo bem eu parecer o que eu sou! Temos indígenas, negras, loiras, temos diversos tipos de mulheres e eu sou uma delas. Sou trans. Tudo bem eu parecer trans. Isso não me faz menos e nem mais mulher. ‘Você não tem útero’. Oxi, quantas mulheres nascem sem útero?! Nem todas mulheres tem 10 dedos. Nem todas mulheres tem mão, nenhuma mulher é igual a outra! Somos todas únicas. Minha alma é de mulher! E Deus me fez assim para eu ensinar amor e respeito para muitas pessoas. Deus não é a favor do ódio, do câncer, da fome, da ruindade. “Mas Deus fez o homem e a mulher.” Meu amor, quem usa desse discurso, anos atrás diria que negros e indígenas não tinham alma. Antigamente, a discriminação e exclusão de negros e indígenas foi usada para justificar a escravidão. Ao questionar a identidade de uma mulher, jogamos ela na discriminação, na violência, na marginalização. Nossa luta diária de mulheres trans é uma extensão das lutas históricas contra racismo e colonização, entre muitas outras. Muitos se incomodam deu não estar militando 24h por dia e estar postando looks caros. O que te incomoda? Eu ser uma mulher trans com esses looks caros e não estar no lugar de marginalização que você quer me colocar? Te incomoda uma mulher trans ter esses privilégios? Temos que cobrar dos nossos políticos! A dignidade e os direitos humanos não devem ser limitados por preconceitos. Ser mulher não é fácil, ser mulher trans é mais difícil ainda. Mas como é prazeroso”

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