Análise: Cruzeiro tropeça em erros próprios, e contexto do clássico aumenta peso do vice-campeonato

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Larcamón demora a fazer leitura sobre domínio do Atlético, e virada é construída entre erros individuais e a problemas coletivos recorrentes do time O Cruzeiro estava com o Campeonato Mineiro na mão, mas viu a tão esperada taça escapar por entre os dedos. O baque não é pequeno, em função do enredo na derrota por 3 a 1 para o Atlético-MG, mas a perda do título precisa ter a dimensão correta, em meio ao curto tempo de recuperação a à pressão da torcida
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Cruzeiro 1 X 3 Atlético-MG | Melhores Momentos | Final do Campeonato Mineiro
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O Cruzeiro entrou com vantagem na decisão em função do que fez na primeira fase. Diminuiu o favoritismo do rival, de elenco mais robusto, mas cometeu erros que dificilmente passaria impune em um clássico de decisão. Vacilou na ida, mas conseguiu se recuperar. Na volta, não teve jeito.
Era natural que o Atlético-MG tivesse postura mais ofensiva em função da necessidade de vitória no Mineirão. O Cruzeiro não teve escalação defensiva, mas em campo também tinha dificuldades de impor o jogo que fez, por exemplo, no segundo tempo da partida na Arena MRV.
O Cruzeiro teve problemas no primeiro tempo, tanto com a bola, quanto sem ela. A defesa tinha dificuldades de conter a ocupação de espaços por parte do rival, que atacava a última linha defensiva com até quatro jogadores: Hulk, Paulinho, Zaracho e, às vezes, Alan Franco.
Os defensores ficaram no mano a mano e só não tiveram mais problemas porque o Atlético errou na execução das jogadas. Ainda assim, Paulinho teve duas chances claras, e Hulk apareceu na cara de Rafael Cabral. O Cruzeiro não conseguia sair da marcação pressão, e as trocas de passes eram raras.
Os minutos finais, quando aconteceu essa chance de Hulk, foram melhores e deram alento para o segundo tempo. Matheus Pereira encontrou seu espaço no campo e incomodou a defesa adversária. Mostrou que é o diferencial técnico do time. Neste sentido, o gol de Mateus Vital indicava um cenário ainda mais favorável para a conquista da taça.
Mas o Cruzeiro voltou a ter dificuldades após as mexidas ofensivas de Gabriel Milito. Larcamón mudou esquema, colocou terceiro zagueiro, mas foi vazado pelo alto. O lance teve falha de Marlon, que não acompanhou Saravia, mas originou um problema crônico do time: a falta de combate em quem está com a bola na intermediária. Otávio dominou, olhou, pensou e cruzou. Falhas coletiva e individual devolveram o Atlético à partida.
O Cruzeiro seguiu envolvido pelo rival, e Nicolás Larcamón demorou a entender que estava perdendo o meio-campo. Não adianta povoar a área com três zagueiros – em mexida justificada pelo contexto –, mas continuar deixando que a bola chegue facilmente até lá. E foi assim que aconteceu a penalidade.
Cruzeiro x Atlético-MG
Gilson Lobo/AGIF
A virada aconteceu em lance fortuito. Mais uma falha individual, desta vez com Lucas Silva, mas o trabalho defensivo no decorrer da jogada foi um erro que vinha sendo ensaiado não só no clássico, mas também em outros jogos. O terceiro gol era até esperado, diante do contexto do jogo.
A forma como a derrota foi construída deixa cicatrizes no torcedor, que saiu do estádio protestando contra Nico Larcamón. O treinador, que chegou desconhecido e precisando conquistar a confiança, vê a pressão das arquibancadas aumentar em função do segundo insucesso no ano. Cada um com seu peso.
A eliminação na Copa do Brasil é, esportivamente, inadmissível, diante da comparação com o Sousa. Em tese, o Cruzeiro chegou ao objetivo inicial do Mineiro, que era voltar à decisão. Mas o título esteve próximo, e isso faz com que seja difícil relativizar – e, mais ainda, valorizar – o vice-campeonato, como foi em 2022, por exemplo.
O Brasileiro começa com cenário de pressão. Nico (por escolhas táticas e técnicas) e jogadores (por erros individuais) precisam dar resposta, mas a diretoria também precisa entender que há limitações de elenco. O banco de reservas do Cruzeiro, que tem dificuldades de mudar jogos no segundo tempo, será o time titular em alguns momentos daqui em diante.
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