Análise: Flamengo do “falso ponta” Gerson aproveita rival destemido e sonha com primeiro lugar

6 min read
Destaque maior do time, com direito a menções honrosas a Everton Cebolinha e Pedro, Coringa só não participa em um dos quatro gols rubro-negros “Esse time do Tite não goleia ninguém” é frase que permeia toda resenha a respeito do atual Flamengo. A atual temporada pode até atestar tal filosofia de boteco, mas quem resolveu encarar os rubro-negros de peito aberto? O Bolívar. O que aconteceu? Levou de 4 a 0 no Maracanã, e o prejuízo poderia ter sido maior.
Bolívar sobe a marcação e leva gol do Flamengo aos 56 segundos
Marcação alta no minuto inicial
Corajoso, o Bolívar subiu a marcação logo na saída de bola do Flamengo. Com cinco homens, fez duas investidas para roubar a bola e, apesar de uma retomada parcial, a resposta rubro-negra veio cedo. Rossi quebrou em Ayrton, que raspou, e Cebolinha pegou a defesa adversária desarmada. Tinha três pela frente, e a recomposição do brasileiro Bruno Sávio formou por milésimos um losango defensivo para tentar bloquear o 11 do Fla.
Bolívar sobe com cinco homens, e Rossi quebra em Ayrton, que raspa, e Cebolinha leva no fundo
TV Globo
Cebolinha recebeu com três rivais pela frente, o Bolívar tentou se reajustar, mas não deu certo
TV Globo
Não deu certo (veja no vídeo acima). Além desses quatro agrupados, dois tentaram pegar Pedro e deixaram Gerson, o “falso ponta” livre dentro da área. Completamente sozinho, o Coringa recebeu, dominou e marcou.
“Falso” porque no início da jogada ele já descera para aproveitar combate de Fabrício Bruno e entregar a Varela.
Bolívar prova do próprio veneno
Flamengo faz pressão no último terço e marca segundo gol
Se a marcação alta do Bolívar soou como ousadia, não surpreende o Flamengo adiantar seu bloco. No segundo gol, os rubro-negros, que já mordiam desde o início, fizeram uma pressão inicial com Arrascaeta e Everton Cebolinha. Compactados, os rubro-negros tiveram perdas de posse parciais, e o “falso ponta” Gerson desceu até a linha do meio para dialogar.
Gerson abre os braços, mas Cebolinha não precipitou o passe
TV Globo
Ao observar que Cebolinha tinha um campo de visão aberto, Gerson abriu os braços, mas o camisa 11, que enfileirava tomadas de decisão acertadas, resolveu brigar pela bola, atrair a marcação e deixar Allan pronto para escolher dois companheiros. O volante tocou em De la Cruz, e o Coringa deixou de ser “falso” para um verdadeiro ponta. Recebeu na direita, olhou para Arrascaeta e cruzou. Orihuela fez o corte parcial, mas com um Flamengo ofensivo e munido por sete atacantes, Ayrton Lucas vestiu-se de centroavante, aproveitou a sobra e deu boa margem no placar.
+ ✅Clique aqui para seguir o novo canal ge Flamengo no WhatsApp
A vaia e a imediata redenção
Aos 41 minutos e 13 segundos, embora Pedro fosse um dos pilares da marcação alta do Flamengo, ele acabou vaiado ao tentar encobrir Lampe após mais um passe do “falso ponta” Gerson. Aliás, vamos explicar logo essa expressão que o texto vem usando repetidamente. Gerson é o Coringa, mas não é ponta e nunca foi. Sua movimentação contradiz isso. E o próprio Tite explicou.
Aos 41 min do 1º tempo – chute dentro da área para fora de Pedro do Flamengo contra o Bolívar
– Posição e função são coisas diferentes. O Gerson é um articulador que faz também uma função de atacante, mas é essencialmente um jogador de meio-campo que chega na frente. Então, se você olhar em função (o esquema), é 4-4-2. O Cebola é mais agressivo, o Pedro é mais agressivo, e ele (Gerson) trabalha como um jogador de flutuação, é mais um jogador para ter bola, ter refino, ter jogada combinada e ter posse. E outra opção é ter um jogador vertical, que é o Luiz. O Gerson é a terceira vez que dá sequência com Nico. Parece que é tempo (risos). Nico por dentro e Gerson por fora talvez seja o terceiro ou quarto jogo. Essa engrenagem vai se moldando. É a primeira vez com Arrasca, talvez não tenha tido com Pulgar. A equipe vai encontrando seus links e suas formas de jogar.
Explicado o termo, vamos a um dos raros lances em que o tal “falso ponta” não participou. Aos 42 minutos e três segundos (escute no vídeo abaixo), Pedro recebe a primeira bola após a tentativa de encobrir Lampe e erra tentativa de jogada inicial. É vaiado. Cai, levanta e observa o primeiro combate de De la Cruz. Aproveita, recua e, no timing certo, rola para Everton Cebolinha fuzilar no cantinho.
Pedro é vaiado, mas na sequência da assistência para Cebolinha
Flutuante, Gerson entrega a Pedro no último gol
Prova maior de que tratar Gerson como ponta-direita é injusto é o quarto gol, o último da folgada vitória do Flamengo. No contra-ataque, o camisa 8 tabela com Arrascaeta, e sai da ponta para o meio apontando para De la Cruz onde gostaria de receber a bola. O uruguaio entrega, o Coringa parte para a esquerda, recebe e tenta a devolução de calcanhar, mas erra.
Em vez de volta para a direita, por ali fica. A pressão do Flamengo no campo de ataque dá certo, Allan recupera e entrega a De la Cruz, que força o passe em Pedro. O camisa 9, com recurso, descasca o passe forte do uruguaio com um toque de calcanhar, amortece na coxa, deixa a bola para Gerson e abre como opção na área. Gerson dá um corte, Pedro disputa a bola com o marcador e se atira no chão para marcar. Gol de raça e talento.
Pedro faz o vapo em homenagem ao companheiro, o dono do time na noite de quarta-feira.
Pedro aproveita movimentação de Gerson e comemora gol com Vapo
O restante do jogo nem precisa de muita explicação.
🗞️ Leia mais notícias do Flamengo
🎧 Ouça o podcast ge Flamengo
Assista: tudo sobre o Flamengo no ge, na Globo e no sportv

You May Also Like

More From Author

+ There are no comments

Add yours