Análise: Fluminense faz jogo de muitos acertos, mas erro decisivo determina empate frustrante

6 min read
Tricolor tem a faca e o queijo da mão para ter uma vitória justa contra Atlético-MG, mas desatenção e desmanche tático custam caro contra um dos melhores times do Brasil Antes de a bola rolar, o Atlético-MG era o favorito. Pelo resultados, momento vivido e desempenho. Então, em tese, o Fluminense conseguir um empate não seria de todo ruim. Mas o placar de 2 a 2 em Cariacica, no Espírito Santo, tem gosto frustrante. Muito porque a equipe do técnico Fernando Diniz teve tudo (tudo mesmo) para conseguir uma vitória mais do que merecida. Mas uma partida de muitos acertos acabou ruindo devido a um erro decisivo.
+ ✅Clique aqui para seguir o novo canal ge Fluminense no WhatsApp
Fluminense 2 x 2 Atlético-MG | Melhores momentos | 5ª Rodada do Campeonato Brasileiro 2024
Ele aconteceu aos 26 minutos do segundo tempo. A saída de Lima para a entrada de David Terans é um erro tático que desorganiza o Fluminense e permite a reação do Atlético-MG. O objetivo não é crucificar jogadores ou o treinador, mas é a partir deste momento que se inicia uma sucessão de problemas até um 2 a 0 tranquilo virar um 2 a 2 inaceitável. O pior: o placar fecha os olhos da arquibancada para um jogo que também teve muitos acertos.
Apesar de o torcedor torcer o nariz, Marquinhos foi importante como lateral-direito. Vale repetir o que já falamos em outras análises: lateral é só no nome. Quanto mais cedo a arquibancada entender, mais fácil será a aceitação. Porque ele atua quase como um ponta, dando superioridade numérica no setor e sendo um escape para os contra-ataques. Numa dessas, nasceu o primeiro gol do Fluminense.
Marquinhos aproveitou o corredor deixado por Douglas Costa, avançou nas costas de Guilherme Arana e arrancou até a linha de fundo. A sua profundidade terminou no cruzamento para Germán Cano marcar com apenas três minutos. Diniz provou que suas escolhas não são invenções — são possibilidades viáveis e que merecem um voto de confiança.
Fluminense; Atlético-MG; Série A; Campeonato Brasileiro; Série A; Marquinhos
MARCELO GONÇALVES / FLUMINENSE FC
O Fluminense fez outras “armadilhas” que normalmente usam contra ele. O Atlético-MG colocou o volante Battaglia de zagueiro. As bolas longas do Tricolor eram todas contra ele devido a sua baixa estatura. Muito parecido com o que acontecia quando Martinelli era escalado na linha defensiva. Já Douglas Costa trouxe velocidade nos contra-ataques. Um deles terminaria com o atacante de cara para o gol se Raphael Claus não marcasse uma falta duvidosa de Ganso, ainda no primeiro tempo.
Curiosamente, o Fluminense caiu de produção quando entrou na pilha da arbitragem. E numa via de mão dupla. Ao bater boca com Claus e desfocar na hora de jogar bola, se atrapalhou. Os cartões amarelos distribuídos aos montes também minaram a marcação alta imposta pelo técnico Fernando Diniz, que começou a dar espaços.
Quando o Atlético-MG voltou melhor no início do segundo tempo, Fernando Diniz acertou taticamente mais uma vez. As entradas de Renato Augusto e Alexsander foram fundamentais para recuperar o fôlego da equipe, o poder de marcação e conseguir voltar a atacar. Ao aproveitar uma falha de saída de bola de Everson, o volante tocou para o meia marcar o segundo.
“Talvez o empate tenha sido o melhor, porque podíamos ter perdido”, afirma Marcelo após partida com Atlético-MG
Erros começam e comprometem resultado
Então, veio a sucessão de erros. Primeiramente, o Fluminense teve duas chances enormes para matar a partida. Na primeira, após tabela de Renato Augusto com Arias, Cano recebeu na grande área para marcar um gol fácil. Se enrolou. Poderia ter rolado para Marquinhos, livre, mas arriscou o chute e isolou. Minutos depois, numa arrancada de Alexsander, o volante poderia rolar para Cano, também livre, empurrar para as redes, mas ele não tocou e também perdeu grande chance.
Não se pode dar esse luxo contra um adversário deste nível — e na fase que está o Atlético-MG. Nem achar que o jogo acabou antes do apito final.
Então, veio a substituição de Terans no lugar de Lima. De novo, a intenção não é demonizar o jogador, mas alertar para os problemas criados. O Fluminense deixou de ser uma equipe muito melhor postada taticamente para outra frouxa na marcação e, principalmente, desatenta: o gol de Vargas, com apenas 11 segundos em campo, é a maior prova disso.
Voz do Setorista: o que você precisa saber sobre a volta de Thiago Silva ao Fluminense
Com a saída de Lima, Arias retornou para o lado esquerdo e Diniz posicionou Terans para marcar Guilherme Arana. Diferentemente do colombiano e de Douglas Costa, o uruguaio não teve o mesmo sucesso. Resultado: o setor ficou mais exposto, o time com marcação mais frágil e foi castigado imediatamente.
Tanto que o segundo gol do Atlético-MG nasce de um cruzamento de Arana, em jogada que Terans chegou atrasado na marcação.
Claro, Felipe Andrade também falhou no lance, mas agora é fácil ser engenheiro de obra pronta. Até ontem, muitos torcedores do Fluminense praticamente exigiam a sua titularidade. Um exagero, tendo em vista que suas melhores atuações foram como volante. Agora, parece que o zagueiro de 21 anos não presta mais por causa do erro. Também é um exagero.
No fim, o resultado é frustrante porque o Fluminense estava inteiro no jogo. Poderia ter feito o terceiro e matado a partida. Mas relaxou e tomou o empate num jogo que era para lavar a alma e servir como marco de recomeço na temporada. Agora, amarga o fato de ter saído na frente em 4 de 5 jogos na temporada e não ter vencido três deles.
🎧 Ouça o podcast ge Fluminense
Assista: tudo sobre o Fluminense no ge, na Globo e no sportv

You May Also Like

More From Author

+ There are no comments

Add yours