Análise: Vasco precisa ter mais do que “competitividade” para fazer um bom Brasileirão

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Time necessita de mais qualidade na hora de concretizar chances e mais tranquilidade para jogar Passadas três rodadas do Brasileirão, está claro que o Vasco “compete” – e talvez, merecesse até mais do que os três pontos que somou no campeonato. No entanto, não basta apenas competir em alta intensidade e criar chances, como foi feito neste sábado contra o Fluminense, no Maracanã. O time precisa de mais tranquilidade e qualidade.
Fluminense 2 X 1 Vasco | Melhores Momentos | 2ª rodada do Brasileirão 2024
O Vasco enfrentou três dos sete melhores times do Brasileirão de 2023 e competiu com todos eles. Foi melhor que o Grêmio, alternou momentos contra o Bragantino e teve chances de empatar contra o Fluminense, após sair com um 2 a 0 contra no placar. No entanto, o time não teve tranquilidade para reagir ao gol cedo do rival e qualidade para converter as chances de gols claras que teve.
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Ramón Díaz repetiu a escalação utilizada na última partida, na derrota contra o Bragantino, na quarta-feira, apenas com uma novidade: Maicon no lugar de João Victor. O Fluminense abriu o placar, com Ganso, de cabeça, aos 10 minutos. Um roteiro parecido com o da última rodada: um gol cedo, com origem pelos lados do campo, e falhas determinantes. Paulo Henrique e Rossi deram toda a liberdade do mundo para Marcelo cruzar, e Maicon não cortou a bola.
Fluminense x Vasco – Rossi x Marcelo
André Durão
O Fluminense usou muito a liberdade pelo lado direito da defesa do Vasco. No tradicional estilo de Fernando Diniz, Arias saía da ponta-esquerda e ia para a direita, dobrar na criação com Marquinhos. Marcelo, isolado do outro lado, recebia a bola livre de marcação – algo que com a qualidade do lateral, não poderia acontecer, vide o gol que abriu o placar.
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Depois disso, a equipe de Ramón Díaz não teve tranquilidade para colocar a bola no chão e evoluir. O começo do Vasco foi ruim, assim como na partida contra o Bragantino. O treinador disse, em entrevista coletiva após a derrota para o Fluminense, que os começos nos jogos abaixo do esperado são o que mais o incomodaram até aqui.
Com o esquema com David aberto pela esquerda e Rossi pela direita, em mais uma partida ruim de Paulo Henrique e pouco inspirada de Lucas Piton, o Vasco era previsível. Os meias abriam as jogadas nos pontas, que tentavam achar um cruzamento para Vegetti se virar na área.
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Muito por mérito do argentino, que se vira como pode, o Vasco teve chances em jogadas assim. O camisa 99 recebeu cruzamento e chutou, mas foi bloqueado pelo braço de Manoel. Wilton Pereira Sampaio não interpretou como pênalti, assim como os responsáveis pelo VAR.
Aos 15 min do 1º tempo – revisão do VAR de Manoel do Fluminense contra o Vasco
Depois desse lance e uma confusão entre Cocão e Ganso, as duas equipes protagonizaram um jogo de muita disputa, intensidade e reclamação. Algo que não era bom para o Vasco, que estava atrás no placar e precisava responder. Galdames e Cocão pouco apareceram e, além disso, foram amarelados ainda na primeira etapa – o que comprometeu mais uma vez o poder de marcação do time.
Segundo tempo
Ramón mexeu radicalmente na equipe. Saíram Galdames, Cocão e Rossi, entraram Hugo Moura, Rayan e Erick Marcus. O time saiu de um 4-3-3 para um 4-2-4, em que David e Vegetti faziam uma dupla de ataque, com os dois garotos da base nas pontas. As mudanças surgiram efeito logo de cara. Com mais presença no ataque, O Vasco voltou em cima do Fluminense. Em roubada de bola, Rayan ganhou na velocidade de Manoel e saiu cara a cara com Fábio, mas perdeu a chance clara.
Aos 3 min do 2º tempo – chute de dentro da área defendido de Rayan do Vasco contra o Fluminense
Na máxima do futebol de “quem não faz, leva”, o Vasco sofreu o gol que foi um balde de água fria minutos depois. Em outro lance de desatenção da defesa, Martinelli recebeu a bola sozinho na segunda trave para marcar o segundo do Fluminense. Facilidade para cruzar a bola, e quem finaliza livre para marcar. Dois a zero no placar.
O gol só não foi um banho de água fria ainda maior porque Vegetti respondeu rapidamente. Em lance que parecia improvável, com lançamento de Hugo Moura, o atacante argentino subiu mais que todo mundo para encobrir o goleiro Fábio.
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Vegetti sobe nas costas de Marcelo e Manoel para marcar em Fluminense x Vasco
André Durão
Dessa vez, quem sentiu foi o Fluminense. Com muita verticalidade, o Vasco cresceu na partida e criou chances para empatar o jogo, mas esbarrou na falta de qualidade para concretizar as jogadas e, assim como contra o Bragantino, em milímetros da linha de impedimento para empatar a partida – como no gol de Vegetti, anulado por um joelho à frente.
Por característica do time, que tem um dos melhores cabeceadores do país na área, a equipe de Ramón Díaz deve explorar lançar bolas para Vegetti sempre que possível, mas não pode se tornar refém desta arma. O Vasco, nesses momentos, sente falta da sua referência técnica: Dimitri Payet. Ele é o jogador que bota a bola no chão e se associa, principalmente, com Piton na esquerda, tornando o time menos previsível e de cruzamentos da intermediária.
No fim, Clayton entrou no lugar de David, que cansou ao longo da partida. O camisa 9 saiu cara a cara com Fábio, após boa jogada de Rayan, mas perdeu a chance de empatar o jogo nos acréscimos.
Aos 50 min do 2º tempo – chute dentro da área para fora de Clayton do Vasco contra o Fluminense
Esta foi a segunda derrota do Vasco em sete clássicos com Ramón Díaz. A equipe competiu, teve chances de marcar gols que poderiam ter empatado a partida, mas não pode dar brechas ao azar, como no jogo contra o Bragantino, e à própria incompetência na hora de concretizar as jogadas, como contra o Fluminense. O Vasco perdeu porque não teve qualidade na hora de marcar os gols, mas porque também deu espaços na defesa e demorou a entrar no jogo.
Com a tendência de ter Payet de volta contra o Criciúma, no próximo sábado, em São Januário, e com a semana livre para trabalhar, Ramón Díaz identificou que a equipe precisa ter mais paciência e cadência para trocar passes.
– (O time) está sendo mais vertical, mais dinâmico. Do lado esquerdo e direito, a equipe chega muito mais rápido. Com Payet, tem mais calma. Jogadores jovens estão crescendo e têm que encontrar o tempo e a cadência. Isso se trabalha com o tempo. Necessitamos de Payet, mas precisamos dele a 100%.
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Agora, com a possível volta do francês, o time precisa de uma evolução para construir jogadas e para vencer um adversário que acabou de subir da segunda divisão. Uma vitória contra o Criciúma, em casa, é muito importante para a equipe voltar a somar pontos no Brasileirão e para dar tranquilidade para a torcida, após duas derrotas seguidas que poderiam ter sido evitadas.
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