As primeiras ideias táticas de Luis Zubeldía no São Paulo

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Treinador argentino fez o time ficar mais compacto e mudou função de Luciano e Ferreira. Confira as mudanças na sequência de jogos sem derrota com o novo técnico. Um novo treinador, um novo time. Essa é a sensação nos cinco jogos com Luis Zubeldía no comando do São Paulo, que deu uma prova de força ao vencer o Cobresal de virada, por 3 a 1, e garantir vaga nas oitavas-de-final da Libertadores.
O Tricolor conseguiu cinco vitórias seguidas fora de casa depois de 12 anos: venceu Atlético-GO, Barcelona de Guayaquil, Águia de Marabá, Vitória e Cobresal, sendo quatro partidas com o novo treinador no comando.
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Zubeldía contra o Águia de Marabá
Rubens Chiri/São Paulo FC
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Além dos resultados, o treinador mudou a forma do time jogar. Tornou a equipe mais próxima, compacta e aproveitou jogadores em funções diferentes. O grande exemplo é Luciano: de questionado, virou titular absoluto jogando como segundo atacante, e não mais como meia central como era com Thiago Carpini.
Cobresal 1 x 3 São Paulo | Melhores momentos | 4ª rodada | CONMEBOL Libertadores
Confira os principais conceitos táticos que já são visíveis na equipe do Argentino:
Marcação mais alta
Uma das principais mudanças de Zubeldía é a altura que o time começa a marcar. Com Carpini, o São Paulo não avançava tanto no campo adversário. Preferia esperar o adversário chegar na intermediária e aí sim começava a encurtar espaço e bucsar roubar a bola. Carpini gostava de gerar contra-ataques. Zubeldía tem um pensamento diferente: prefere sufocar o goleiro, zagueiros e volantes toda hora e coloca o time inteiro para pressionar.
Veja um exemplo: quatro jogadores de ataque sufocam a saída do zagueiro lá no lado. O print não mostra, mas a linha de defesa e os volantes estão no campo adversário. Essa postura é algo treinado: todo jogador tem um alvo e dá piques até o adversário perder a bola, o que faz o Tricolor retomar a posse mais vezes.
Marcação alta do São Paulo no Chile
Reprodução
Variação de esquemas e time sempre compacto
Zubeldía é adepto de um time com dois zagueiros e dois laterais. Mas pode mudar de acordo com as circunstâncias. Contra o Vitória, ele apostou num time com três zagueiros e retornou ao 4-4-2 contra o Cobresal. Em todas essas plataformas, a equipe se defendeu da mesma forma: primeiro, sufoca lá na frente. Se não deu certo, todo mundo volta e forma linhas bem próximas e compactas, como você vê na imagem.
O 4-4-2 bem compacto do São Paulo, com Luciano perto de Calleri
Reprodução
Volantes próximos e que abrem espaços
Alisson já foi elogiado publicamente como uma ótima “invenção” de Dorival por Zubeldía. A dupla com Maia ou Bobadilla é um dos pilares da equipe nos últimos jogos. Funciona assim: seja numa saída com três zagueiros ou dois zagueiros e laterais próximos, os dois jogam sempre juntos e têm a missão de abrir espaço no adversário.
Vão tocando a bola curto até o oponente avançar e deixar as “costas” (o espaço que se abre na marcação quando um(a) jogador(a) vem tentar roubar a bola). É nesse espaço nas costas que Luciano, Ferreira e Araujo aparecem para jogar e tabelar. Veja no exemplo aqui, contra o Vitória:
Volantes (em amarelo) jogam próximo para abrir espaço nas costas do adversário
Reprodução
Luciano como ponta-de-lança e não meia
Xodó da torcida do São Paulo, Luciano vive uma montanha-russa no clube. Zubeldía parece ter compreendido o jogador da mesma forma que Fernando Diniz: como um ponta-de-lança, que joga atrás do atacante e funciona para chegar ao gol de surpresa, e não como um meia que busca a bola e pensa o jogo.
Na função plenejada pelo argentino, quem tem o papel de ir pensando e articulando de trás são os dois volantes e um ou dois atacantes que saem do lado. Contra o Cobresal, Ferreira foi um dos melhores em campo e mostrou muita mobilidade: saía da direita e buscava a bola de todo mundo. Ao invés de buscar a bola, Luciano esperava um pouco mais, sempre próximo de Calleri. Assim ele ficava pronto para bagunçar a vida dos zagueiros, o seu ponto forte.
Ferreira: mais móvel para Luciano ficar próximo de Calleri
Reprodução
No futebol, tudo é conectado! Na imagem abaixo, uma série de conceitos acontecem ao mesmo tempo: o time roubou a bola, se organizou e saiu com a dupla de volantes bem próxima. Para ajudar na construção do jogo, Ferreira buscou espaços e Luciano esperou para ficar próximo do centroavante e chegar de surpresa na área quando a bola estiver próxima do gol.
Mobilidade do São Paulo vem funcionando no ataque
Reprodução
A chave mudou no Morumbis. O São Paulo consegue sonhar com coisas maiores com Zubeldía, que mostra a energia e vontade de mudança que o torcedor quer ver.
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