Com broncas ao time e a Carpini, torcedor mantém rotina de enviar cartas datilografadas ao São Paulo

Nascido em 1935, mesmo ano de refundação do Tricolor, Domingos Baptistella lamenta nunca ter tido resposta do clube No mesmo ano que o São Paulo foi refundado, nasceu também um dos seus mais ilustres torcedores. O escrivão aposentado Domingos Baptistella veio ao mundo em 1935 na cidade de Sorocaba, no interior paulista, para manter uma relação além dos sentimentos. A ligação é demonstrada através das palavras, criadas a partir de uma máquina de datilografia, como nos velhos tempos.
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Cartas ao tricolor paulista: escrivão aposentado preserva datilografia como hobby
As palavras se transformam em cartas que são enviadas ao seu time do coração há anos. Domingos, entretanto, lamenta nunca ter tido uma resposta do Tricolor e acha que as cartas foram até jogadas fora. Ele pensa em não escrever mais para o clube.
– Mandei minhas ideias, mas não recebi nenhuma resposta. Com o São Paulo, acho que (a relação) termina ali – lamenta.
A última carta datilografada foi uma bronca no time e também direcionada ao técnico Thiago Carpini.
– Esse time só joga pra trás, não joga pra frente – reclama o torcedor, que acompanha o clube do coração desde a década de 1940.
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Domingos Baptistella costuma escrever cartas datilografadas ao São Paulo
Marcel Scinocca/g1
O hábito de escrever começou quando Domingos atuava como escrivão da Polícia Civil em São Paulo e no interior do estado.
Só que as atividades dele vão muito além do uso da boa e velha máquina de escrever. Entre o que ele considera como obrigação, está o cultivo de flores. Em um terreno público, ele dedica parte do dia para a manutenção e limpeza das plantas.
O local que estava abandonado e apresentava diversos riscos, agora é cuidado e tem outra finalidade. Ele plantou diversas frutas, incluindo banana, amora, limão, abacate e carambola. São quase 20 anos de dedicação, com permissão da Prefeitura de Sorocaba.
Domingos também gosta muito da natureza
Marcel Scinocca/g1
Atualmente com 78 anos de idade, Domingos nasceu meses antes do renascimento do São Paulo em 1935. O clube foi fundado em 1930, mas encerrou as atividades no início de 35 por causa de uma crise financeira. No fim daquele mesmo ano, foi refundado por sócios para nunca mais interromper as atividades.
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