Confuso, São Paulo vê filme de 2023 se repetir no Paulistão

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Tricolor não conseguiu se impor em campo mais uma vez, e novamente foi eliminado nos pênaltis Alguns nomes participaram das eliminações para Agua Santa e Novorizontino nas últimas duas edições de Paulistão, mas certamente a figura de Thiago Carpini será a mais citada em ambas. Se no ano passado ele comemorou com o time de Diadema, desta vez viu o seu Tricolor fazer mais um jogo instável. Sem identidade coletiva. E acabou chamado de Burro no Morumbis!
Não se pode colocar a culpa pela eliminação somente na conta do jovem treinador. O São Paulo já havia caído de produção na reta final da última temporada e perdeu peças fundamentais para os primeiros momentos decisivos de 2024. Também é verdade, porém, que as soluções buscadas não têm funcionado, e Carpini acaba sendo o alvo mais lógico neste momento.
Escalações
Thiago Carpini promoveu a estreia do atacante recém-contratado André Silva na vaga do lesionado Calleri. Wellington Rato seguiu fora da equipe. Luciano partiu da ponta-direita. Rafinha foi o lateral do setor e Igor Vinícius voltou para o banco. Pablo Maia voltou a formar a dupla de volantes com Alisson. Diego Costa retomou lugar na defesa e Ferraresi iniciou entre os reservas.
Eduardo Baptista contou com a volta de César Martins ao trio de zaga. Chico e o jovem Luisão foram mantidos. Rafael Donato, também recuperado de lesão, começou no banco. Renato Palm foi sacado. Willean Lepo e Réverson voltaram nas alas, Waguinho formou o trio de frente com Neto Pessoa e Rômulo.
Como São Paulo e Novorizontino iniciaram as quartas de final do Paulistão 2024
Rodrigo Coutinho
O jogo
O torcedor mais ressabiado com o momento do São Paulo teve motivos para se preocupar assim que a bola rolou. Preso na boa marcação que o Novorizontino fazia no campo de ataque, o time não conseguia encontrar passes curtos que fizessem o Tricolor progredir. Utilizou alguns lançamentos para André Silva escorar, mas nenhuma dessas jogadas teve sequência.
Para piorar, o lado mais problemático da defesa entrou em evidência novamente. Foi pela esquerda do sistema defensivo do São Paulo que Willean Lepo e Waguininho produziram os melhores momentos ofensivos do Tigre do Vale antes do intervalo. Em um deles, superaram Ferreira e Welington em uma tabela simples antes do cruzamento que encontrou a cabeça de Rômulo. Erro de Rafinha também.
O Novorizontino recuou um pouco o bloco de marcação depois do gol, e isso acabou ajudando o São Paulo. O time tinha um rodízio em quem deveria gerar amplitude pela direita. Luciano saía do setor rumo ao centro do campo, gerava imprevisibilidade e superioridade pelo meio em alguns lances, participou de tabelas. Lucas também fazia esse movimento. Então restou a Alisson tal trabalho.
Atuando como volante no momento defensivo, o camisa 25 se projetava em diversos ataques pela direita, quase como se fosse um ponta, revivendo a posição em que mais jogou no futebol brasileiro. Encaixou bons passes para a área a partir deste setor. Se conseguia ficar mais com a bola no campo rival, faltava o São Paulo superar o forte bloqueio adversário nas imediações da área.
Lucas em ação pelo São Paulo contra o Novorizontino
Marcos Ribolli
Nada melhor do que o talento de Lucas para gerar desequilíbrios. Se coletivamente a coisa não andava com tanta fluência, restou ao camisa 7 fazer uma linda jogada individual em cima de Chico e servir Ferreira, que se redimiu do erro de marcação no gol do Novorizontino e saiu lesionado logo depois de empatar o duelo. Erick entrou na ponta-esquerda.
O Novorizontino até tentou voltar a adiantar o bloco e levar a mesma dificuldade gerada inicialmente aos donos da casa, mas o Tricolor já tinha um aproveitamento melhor ao superar este cenário. Trocava passes com mais velocidade, descobria alvos nas costas da primeira pressão aurinegra. Criou mais dois bons lances antes do intervalo, ambos com Luciano e Welington se entendendo.
Eduardo Baptista tentou aumentar a mobilidade de sua linha de frente ao sacar Neto Pessoa e colocar Lucca no centro do ataque. Ele demorou quatro minutos para forçar Rafael a fazer uma boa defesa. O Novorizontino conseguia ser mais agressivo com a bola em relação ao 1º tempo. Seja em ligações diretas ou rápidas transições. Marlon era importante ao oferecer essa dinamica no meio-campo.
Rômulo também elevou o nível de participação nas jogadas depois do intervalo. Luciano seguia ativo pelo São Paulo. Se colocava sempre em zona de finalização das jogadas e participou de três lances perigosos em 20 minutos, dois deles iniciados por Welington pela esquerda.
Luciano em São Paulo x Novorizontino
Marcos Ribolli
O Novorizontino assumiu de vez uma postura mais cautelosa em seu bloco de marcação, que manteve-se recuado nos momentos de posse do São Paulo. Apesar dos apelos da torcida tricolor pela entrada de James, a primeira mexida de Carpini foi Michel Araújo na vaga de André Silva. Erick passou para a ponta-direita. Michel foi para a esquerda e Luciano foi adiantado para o centro do ataque.
Depois foi a vez de Rafinha e Welington deixarem o campo. Igor Vinícius e James entraram. Michel Araújo foi jogar na lateral-esquerda. Mesmo criando algumas chances e demonstando intensidade nos movimentos ofensivos, em nenhum momento o São Paulo teve o jogo dominado. Permitia escapadas aos visitantes, tornando o ambiente do jogo muito tenso.
Nem mesmo o talento de Lucas Moura, que fez algumas jogadas de extrema qualidade em meio à confusão coletiva que foi o São Paulo em diversos momentos, foi capaz de evitar a decisão por pênaltis. Rafael brilhou mais uma vez defendendo uma cobrança, mas a imprecisão são-paulina desta vez foi maior.
Diego Costa e Michel Araujo desperdiçaram suas batidas, e o zagueiro Renato Palm deu a vitória ao Novorizontino. Chamou a atenção o fato de James Rodriguez não cobrar nenhum dos seis pênaltis favoráveis ao São Paulo. Ele é o batedor da seleção colombiana.

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