Conheça o estilo tático de Luis Zubeldía, novo treinador do São Paulo

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Argentino gosta de times sólidos na defesa, de rápido contra-ataque e jogadas pelos lados O São Paulo anunciou Luis Zubeldía como novo treinador da equipe.
O argentino, que chegou ao Brasil neste domingo, é o atual campeão da Sul-Americana, vencida pela LDU no ano passado, e comandará sua primeira equipe no país.
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Luis Zubeldía em São Paulo x LDU em 2023
Miguel Schincariol/Getty Images
Aos 43 anos, Zubeldía começou sua carreira de treinador com apenas 27 anos, sendo o mais jovem treinador a comandar uma equipe na Argentina.
Com rodagens por Equador, Colômbia e Paraguai, o técnico chamou atenção ao chegar na final da Sul-Americana com o Lanús em 2021, ano em que eliminou o próprio São Paulo da competição, em pleno Morumbi. Seu grande trabalho foi na LDU Quito. Por lá, foi campeão do Campeonato Equatoriano e da Sul-Americana – em que novamente eliminou o Tricolor, nas quartas-de-final.
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Seu estilo de jogo é marcado por equipes defensivamente sólidas, aguerridas e que jogam com base na velocidade e nos contra-ataques. Nada de toques curto ou muita posse: o treinador gosta de times que jogam de forma direta, muitas vezes com muitas ligações diretas para um camisa 9 prender na frente.
Luis Zubeldía, novo técnico do São Paulo
Miguel Schincariol / saopaulofc
4-2-3-1 ou 4-3-3 como esquemas principais
O treinador não é adepto de sistemas com três zagueiros, como Thiago Carpini fez nos últimos jogos antes de ser demitido. A LDU em 2023 e toda sua passagem no Lanús teve equipes no 4-2-3-1, que sem a bola, marcavam com duas linhas de quatro, com o camisa 10 junto do centroavante, como você vê na imagem:
Zubeldía gosta de times no 4-4-2
Reprodução
Esse 4-4-2 não costuma ter variações nas partidas. Muito menos mudanças quando há muitas lesões. O treinador gosta de manter sempre o mesmo time e buscar impor seu estilo de jogo perante o adversário. Até por isso, gosta de definir um time titular e reservas bem definidos para cada posição.
Ataques com laterais construtores e pontas bem abertos
Zubeldía adora a movimentação dos laterais por dentro no momento da construção do jogo. Na LDU, ele puxava o lateral Quintero para formar uma saída de três com os dois zagueiros, mesmo movimento que Carpini e Dorival faziam com Rafinha. Um detalhe é com o novo técnico, os dois laterais jogam mais por dentro e podem se aproximar da bola.
Construção com laterais por dentro e pontas abusando da velocidade
Reprodução
Tudo isso para abrir o campo e colocar os pontas velocistas mais próximos da linha lateral. Jogar com base na velocidade e nas bolas longas para a correria pelos lados é o DNA do novo treinador. Um jogo que se encaixa muito com Lucas e Ferreirinha pelos lados do campo, com Wellington Rato e Erick pedindo passagem.
Centroavante mais fixo
Calleri e André Silva devem se dar bem com o argentino. O treinador gosta de centroavantes que sabem jogar de costas para prender e esperar a chegada de quem vem de trás. Na LDU, esse movimento rendia várias finalizações com Paolo Guerrero muito acionado. Outro ponto importante é que Zubeldía gosta que um dos volantes saia bastante e chegue na área quando o camisa 10 está pensando o jogo – Alisson tem tudo para brigar com Nestor pela vaga do volante de chegada.
Volantes pisam a área o tempo todo com Zubeldía
Reprodução
Será que Luciano e James têm espaço no esquema de Zubeldía? Carpini tentou o 3-4-2-1 dos últimos jogos para acomodar os dois camisas 10. Mas co um estilo tão direto e físico, o novo São Paulo tem tudo para só ter um dos dois em campo, tanto por conta do esquema como pelo estilo do treinador gostar de jogadores físicos e que ataquem espaços a todo momento.
Linhas baixas e muito contra-ataque
Um pouco menos na LDU e muito no Lanús, mas sempre no DNA: o contra-ataque é fundamental para o argentino. Cada bola roubada em seus times é uma chance de chegar na frente. Para isso, ele pensa e treina inversões e saídas rápidas. Roubou a bola? A ideia é jogar longo, pelo chão ou pelo alto, para o centroavante ou a correria de um ponta, exatamente como na imagem:
Contra-ataques são fundamentais nos times de Zubeldía
Reprodução
Não era raro a LDU esperar o adversário, mesmo em casa, até achar um contra-ataque gerado por Guerrero. Nada de posse ou times muito dominantes, que ficam tocando no campo do adversário. Zubeldía adota posturas mais defensivas em vários momentos, em especial quando segura uma vantagem ou em jogos de mata-mata – nas últimas três Sul-Americanas, ele chegou em duas finais e venceu um título.
Com um estilo energético no campo, Zubeldía é tido como um treinador intenso, que cobra muito dos jogadores e faz os treinos serem intensos e pegados. Nada de “parceiro” dos líderes do elenco ou próximo do elenco: seu estilo é mais distante e autoritário, um perfil bem oposto ao de Carpini e de Dorival e muito mais semelhante ao de Rogério Ceni.
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