Construção dos volantes e defesa de cruzamentos: o que Carpini precisa corrigir no São Paulo

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Eliminação no Paulista mostrou problemas que já aconteciam na fase de grupos do Campeonato Paulista. O São Paulo começa a pensar na estreia na Libertadores, na primeira semana de Abril, após a inesperada eliminação no Campeonato Paulista para o Novorizontino, nos pênaltis, no último domingo (17).
O São Paulo começou a temporada dando bons sinais com o fim do tabu contra o Corinthians na Arena Neo Química e a épica vitória na Supercopa. As derrotas para a Ponte Preta e especialmente o Santos pareciam ser apenas acidentes de percurso. Só que o São Paulo não jogou bem desde então.
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Thiago Carpini em São Paulo x Palmeiras
Marcos Ribolli
Guarani, Bragantino e Ituano foram melhores do que o Tricolor, que mostrou grande fragilidade na defesa e dificuldade de sair jogando de trás. O confronto contra o Novorizontino era a chance de superar esses problemas, mas novamente a apresentação não foi boa.
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A diretoria decidiu manter Carpini no cargo. A ideia é que as duas semanas de treinamento sirvam para corrigir e mostrar uma resposta positiva na estreia da Libertadores. A estreia será contra o Talleres, em Córdoba, adversário que já aprontou contra o Tricolor em 2019.
Defesa de cruzamentos é maior problema no momento
O São Paulo sofreu 5 gols nos últimos 5 jogos. Dois deles foram de pênalti e três deles de cruzamentos na área, sendo um de escanteio (contra o Guarani) e dois da mesma forma: de uma bola cruzada que termina em finalização no lado oposto, o chamado “segundo poste”.
Contra o Novorizontino, o São Paulo deu muito espaço atrás de Rafael. O ideal era que o lateral Rafinha estivesse cobrindo aquela área, ou que um zagueiro estivesse mais próximo da pequena área, já que a marcação da bola já conta com o retorno de Ferreirinha (talvez o melhor jogador no ano) e a chegada do lateral.
Novorizontino aproveitou espaço nas costas de Rafael
Reprodução
Veja o gol que o Ituano fez. Alisson mantém o mesmo posicionamento. Sem o retorno do ponta daquele lado, Maia faz a cobertura. Os dois movimentos estão corretos. A questão aqui não é de posicionamento, mas de ação: o atacante sobe sozinho e cabeceia. Faltou uma coordenação melhor da defesa para saltar e cortar a bola para fora.
Momento do gol do Ituano contra o São Paulo
Reprodução
Carpini já disse que quer Lucas jogando em várias posições e prefere que o time marque com menos jogadores para que o contra-ataque seha mais forte. Só que o sofrimento mostrado na defesa, nos gols sofridos e nas chances de Novorizontino e Palmeiras nos jogos no Morumbi, mostram que a equipe precisa melhorar a coordenação sem a bola.
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Saída de trás não funciona e time abusa das ligações diretas
Outro ponto que não funciona no Tricolor de Carpini é a saída de trás. A dupla Alisson e Maia é tida no clube como um achado de Dorival Júnior, dada a regularidade dos dois sem a bola e nos momentos de construção. Ambos faziam uma dupla que ficava bem perto de Rafinha e os dois zagueiros, liberando o lateral esquerdo para jogar na frente.
Esse movimento abria espaço para Lucas e Luciano jogarem livres como meias. Nas finais contra o Flamengo na Copa do Brasil, Lucas foi o melhor em campo passeando pelos espaços abertos pela dupla. Nestor, que foi jogar pelo lado, como falso-ponta, ajudava a abrir espaço e aparecia de surpresa.
Carpini manteve a base de Dorival. Mas mudou o funcionamento dos meias. Eles não buscam tanto a bola. Com isso, a marcação fica redobrada em Alisson e Maia e não deixam eles passarem para a frente. O Novorizontino espertamente colou a marcação nos dois e obrigou a defesa a rifar bolas em direção ao ataque – foram 13 delas só no primeiro tempo.
Dupla de volantes não consegue jogar
Reprodução
Veja como o espaço na frente de Alisson e Maia está vazio. Era onde Lucas fez a diferença contra o Corinthians, por exemplo. Times de futebol são feitos de suas relações: se o meia não se apresenta, o ponta recua e vem buscar a bola, como Ferreirinha faz no lance. O problema é que isso tira um jogador velocista da frente e aumenta o campo que ele precisa conduzir para chegar no ataque.
Tudo isso em vão: o defensor opta por rifar a bola.
Ferreirinha busca o jogo: meias do São Paulo não se apresentam ao jogo
Reprodução
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+ Fora do Paulista, Carpini terá período de treinos maior do que pré-temporada no São Paulo
Carpini comandou seu primeiro treino no CT da Barra Funda em 13 de janeiro, e estreou com vitória sobre o Santo André sete dias depois. Agora, ele terá um período inédito de treinos: cerca de 16 dias de treinos.
Tempo para acalmar os ânimos e mudar o rumo de uma temporada que começou promissora, mas teve um grande baque pelo caminho.
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