Corinthians mais democrático? Como está o debate para sócios-torcedores terem direito a voto

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Comissão de reforma estatutária cumpre primeira etapa e vai realizar audiências com torcedores “É o melhor jogo do Corinthians na temporada”, ressalta Rizek
A ampliação do direito ao voto no Corinthians é um debate antigo, mas volta a esquentar em 2024. Após tentativas frustradas, uma comissão de reforma estatutária foi composta novamente neste ano e já cumpriu a primeira etapa de trabalho.
Dentre as muitas alterações no estatuto que são discutidas por essa comissão está a permissão para que membros do programa Fiel Torcedor possam votar (desde que estejam com as mensalidades em dia e tenham um período mínimo de associação).
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Atualmente, apenas sócios do clube social há mais de cinco anos têm direito a participar das assembleias gerais e eleger presidente e conselheiros do Corinthians. No ano passado, 4184 pessoas compareceram à eleição. Considerando que o Timão tem 32 milhões de torcedores, tal número representa 0,00013% da Fiel torcida.
Torcida do Corinthians no duelo com o Fluminense
Marcos Ribolli
Qual o estágio atual?
Há duas semanas foi encerrado o prazo para sócios e conselheiros do Corinthians apresentarem sugestões de alterações no estatuto. Agora, é iniciada a fase de debate das propostas:
– Vamos começar as audiências públicas com os associados do clube e com a massa de torcedores para ouvir propostas. Depois, passamos para a redação dos artigos pela comissão de reforma de estatuto. Estamos em uma fase avançada, ainda leva um tempo, mas foi dado um grande passo – explicou Romeu Tuma Jr, presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians.
O texto final com as sugestões de alterações no estatuto precisa ser apresentado até a segunda quinzena de agosto. Depois disso, ele será votado pelo Conselho Deliberativo e, na sequência, pela assembleia geral dos sócios.
Antônio Goulart, presidente da comissão de reforma estatutária, entende que esse processo precisa ser finalizado ainda em 2024, primeiro ano de mandato do atual Conselho e do presidente do clube, Augusto Melo.
Resistências
Pessoas influentes na política corintiana entendem ser difícil aprovar uma reforma estatutária que amplie o direito a voto no clube. Eles argumentam que, mesmo que o Conselho concorde com tal mudança, ela não terá apoio dos associados.
Haverá mudanças na diretoria de futebol do Corinthians?
No Corinthians há quem defenda que, em vez de permitir que o sócio-torcedor tenha direito a voto, o clube estimule o ingresso de novos membros ao seu quadro social. Para isso, no entanto, é necessário comprar um título. Além da questão financeira, tal proposta esbarra na capacidade física do Parque São Jorge, que já tem ficado cheio nos finais de semana de calor.
Ciente de que a ampliação do direito a voto é um tema espinhoso, Romeu Tuma Jr pensa em “fatiar” a reforma estatuária. Assuntos mais técnicos e menos polêmicos seriam decididos de forma unificada pelo Conselho. Já os temas em que há mais divergências seriam analisados separadamente, a fim de evitar que todas as alterações sejam barradas. Depois disso, os artigos aprovados seguiriam para aprovação dos associados.
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Pressão por mudanças
As torcidas organizadas do Corinthians têm como bandeira a ampliação do direito a voto no clube. Em reuniões recentes com a diretoria alvinegra, lideranças dessas agremiações reforçaram o desejo por mudança.
Sempre que é questionado sobre o assunto, o presidente Augusto Melo diz ser favorável a uma maior democratização do clube, mas pondera que a mudança estatutária não compete a ele.
– Desde 2018 temos a proposta de dar direito ao voto ao primeiro dependente, porque hoje só o titular tem o direito. Isso aumentaria a frequência de sócios e traria a família para dentro do clube. Queremos mudar o estatuto no início da gestão, para diminuir de cinco para três anos (a carência) para o novo associado ter direito ao voto – disse em 2023, antes de ser eleito, ao canal do YouTube da Gaviões da Fiel.
– Mais cedo ou mais tarde o Fiel Torcedor vai ter que ter direito (ao voto). Isso não depende do presidente; vai depender do Conselho, depois da assembleia geral, mas meu voto tem peso. Vamos tentar trabalhar para que o Fiel Torcedor tenha o direito a voto – completou Augusto Melo.
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