Cristiane celebra medidas da Fifa por apoio à maternidade no futebol, mas questiona: “Só agora?”

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Mulheres terão licença remunerada e mais uma série de direitos contemplados durante a gestação; “toda vez a gente tem que dar porrada para entenderem a importância”, lança atacante brasileira Cristiane deixou a zona mista da Arena de Pernambuco na noite de sábado perto das 20h. Mas, ali, durante o papo de pouco mais de cinco minutos com a imprensa após a goleada sobre a Jamaica, a atacante, expoente da Seleção brasileira feminina, assumiu outro papel no discurso: o de mãe.
De quem carrega o pequeno Bento, de três anos, e hoje vive um misto de sensações após o anúncio da Fifa em promover medidas de apoio à gestação e maternidade de jogadoras.
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Cristiane segurando o filho Bento, de 3 anos, em Brasil x Jamaica
Marlon Costa/Pernambuco Press
“Felicidade (é o que eu sinto), e também é uma tristeza. Porque a gente está em 2024 e a gente está falando disso só agora… Olha o tempo que a gente perdeu por coisas que são simples para gente, simples para o nosso desempenho, ter o nosso filho próximo”, lança.
A reflexão das palavras de Cristiane ganha, também, explicação no campo. Como assim ficou explícito quando a jogadora desabou em prantos durante a execução do hino nacional no estádio da Copa enquanto carregava Bento no colo.
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Uma oportunidade única – e, talvez, a última, anuncia.
— Eu me acabei de chorar, foi uma emoção muito grande… Porque não sei quando vou fazer isso de novo. É difícil você ficar lutando para conseguir as coisas, toda vez meio que a gente tem que dar porrada para entenderem a importância de coisas que deveriam ser simples, ofertadas para gente”, destaca.
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Além do direito à licença-maternidade remunerada, a nova regra da Fifa estabelece que as mães adotivas e não biológicas também sejam beneficiadas – a medida, obrigatória em todas as ligas nacionais filiada à entidade internacional, começou a valer desde sábado.
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Mas, outras novidades significativas também foram anunciadas: a permissão para as atletas se ausentaram de treinos e jogos durante o período menstrual, sem prejuízo à remuneração, protocolo de retorno às atividades e direito de escolher outro ofício relacionado ao esporte enquanto não se sentirem seguraras para voltar a campo.
Encerrada a goleada por 4 a 0 sobre a Jamaica, o Brasil encerra o ciclo no Nordeste antes das Olimpíadas na próxima terça-feira, dia 4, em Salvador, na Arena Fonte Nova.
Em Paris, as brasileiras perseguirão mais uma vez o sonho do inédito ouro olímpico. A seleção está no grupo C da competição e estreia diante da Nigéria, em 25 de julho, em Bordeaux. Depois, Japão, dia 28, no Parc des Princes, em Paris, e a Espanha, dia 31, novamente em Bordeaux.
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Marlon Costa/Pernambuco Press

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