Cruzeiro e Mineirão: saiba o que muda no acordo com a gestão de Pedro Lourenço

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Diretor do Mineirão comenta detalhes de acordo com o Cruzeiro e nova relação com a diretoria A foto entre Pedro Lourenço e o diretor da Minas Arena, administradora do Mineirão, chamou a atenção durante o jogo entre Cruzeiro e Cuiabá. Com a mudança do acionista majoritário da SAF cruzeirense, o que muda na relação entre o clube e o estádio?
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O ge conversou com Samuel Lloyd, diretor da Minas Arena, que comentou sobre as perspectivas de negócio com a nova gestão do Cruzeiro. Num primeiro momento, nada muda no acordo válido até 2026, mas o relacionamento entre as partes, sim.
– Mudanças operacionais ainda não aconteceram. Temos um contrato com o Cruzeiro até o fim de 2026. O que nós percebemos de mudança é a interlocução. Ela é muito mais fluida, mais leve e amigável. O Pedrinho foi a pessoa que me ajudou. Eu procurei o Pedrinho, eu tinha um conflito com a equipe do Ronaldo. Conseguimos resolver boa parte do imbróglio. O Pedrinho já entendeu que pode ser um tesouro melhor esperado. É uma relação que vai crescer.
Pedro Lourenço no Mineirão
Staff Images/ Cruzeiro
– O Pedro é muito acessível. É uma grande diferença que a gente tem. Uma conversa muito mais amigável, frequente. Não é preciso marcar uma reunião para conversar, para falar com o Pedro. A gente está entendendo que o Cruzeiro está num momento de mudar, de modificar cabeças. Acredito que as novas pessoas que estão ocupando espaços no Cruzeiro amam o clube e saibam onde o clube pode chegar – complementou Llloyd.
O contrato com o Cruzeiro vai até 2026 e foi assinado apenas em janeiro deste ano, mais de seis meses depois do acordo de intenções anunciado. Segundo Llloyd, a partir do resultado operacional deste ano, o clube mineiro poderá ter mais ganhos previstos no contrato, mas isso ainda depende de aprovação do Tribunal de Contas de Minas Gerais.
– Estes pleitos estão garantidos no contrato. Depende apenas de o Tribunal de Contas validar essa possibilidade, uma vez que parte da receita, com o sucesso no resultado, a gente abre mão da receita e precisa de uma validação do Poder Público e órgãos de controle. Esse contrato vigente já traz um modelo de compartilhamento deste sucesso no final desse ano da venda dos bares, estacionamento, patrocinadores, já traz este resultado para o Cruzeiro. A partir do segundo ano, em 2024, a gente já considera o compartilhamento de receitas – concluiu.
Pedro Lourenço e Samuel Lloyd
Reprodução
O parecer do TCE ainda não foi divulgado quanto ao acordo.
– O que está combinado com a Seinfra é que haja validação do Tribunal de Contas. Mas, se isso não acontecer, há milhares de possibilidades de receitas a serem exploradas com uma parceria profícua entre as marcas.
A dívida acumulado do Cruzeiro com a Minas Arena foi incluída na Recuperação Judicial da associação. Entretanto, há ainda uma discussão na Justiça quanto ao valor a ser incluído.
Atritos com a gestão Ronaldo
Desde 2022, a Minas Arena e a gestão Ronaldo no Cruzeiro vinham entrando em atrito quanto aos termos comerciais para utilização do Mineirão. No começo do ano passado, o Fenômeno anunciou, inclusive, que o clube estava rompendo com a administração do estádio e que não atuaria mais no local. O Cruzeiro realizou um acordo com o Independência.
Os atritos permaneceram, mesmo com o retorno dos jogos do Cruzeiro ao estádio. Chegou-se a buscar ajuda política no Governo de Minas e na Assembleia Legislativa do estado para resolver a situação e até a tentativa de instaurar uma CPI da Minas Arena.
– Falta de tentativa não foi (para melhorar o diálogo). Mas o Ronaldo teve papel fundamental no Cruzeiro, chegando em um momento de uma crise absurdo, numa dívida com R$ 1 bilhão, numa insolvência difícil de pagar. Acho que ele precisava mesmo lutar com todas as forças, inclusive a política. Mas acho que eles erraram muito em não entender que estamos num país democrático, que tem leis, e que o contrato de concessão é extremamente defendido. Não podemos abrir mão do que está no contrato de concessão, e ele não pode ser desrespeitado. Por isso, esse contrato novo precisa passar pelos órgãos de controle, para a gente entender se pode seguir com o compartilhamento de receitas, que deveria ser com o Estado de Minas Gerais, e não com um ente privado – disse Lloyd.
Torcida do Cruzeiro no Mineirão para o jogo contra o Vitória
Gilson Lobo/AGIF
O atual acordo do Cruzeiro com o Mineirão é o segundo do clube com a Minas Arena. Em 2019, o contrato inicial foi rompido por causa da dívida.
– São bases completamente distintas. Estávamos num Brasil de 2012, economia pujante. Cruzeiro e Minas Arena achavam que o futebol seria explosão de grandes recursos, que todo jogo estaria lotado, camarotes todos ocupados. A gente diferença nesse contrato é que os clubes cobrem as despesas da partida, não cobramos o aluguel, e nós compartilhamos esse sucesso. O ganho da Minas Arena está trelado ao ganho potencial do clube. Esse contrato hoje é mais positivo, temos um estádio mais bonito.
O contrato de fidelidade dava ao Cruzeiro uma lista de privilégios em relação ao Mineirão. O clube tinha prioridade na definição de datas em relação a outros clubes e eventos, inclusive shows. Tinha direito a 33% da renda do estádio com estacionamento e bares, 100 vagas no estacionamento, seis inserções de ações institucionais nos telões, áreas demarcadas para mascote e parceiros, loja para vender seus produtos licenciados e trava para proteger seus ingressos em relação ao próprio consórcio. Os 54 mil ingressos que o Cruzeiro possuía eram vendidos por preços mais baixos do que os ofertados pela Minas Arena.
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