Danilo reflete sobre machismo e papel dos jogadores e sugere à CBF trabalho de conscientização

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Após condenações de Daniel Alves, lateral-direito da seleção brasileira diz que atletas têm que entender papel que ocupam na sociedade e propõe trabalho de educação de jovens jogadores O lateral-direito Danilo, capitão da seleção brasileira no amistoso deste sábado contra a Inglaterra, refletiu sobre o machismo na sociedade e o papel dos jogadores de futebol em entrevista coletiva nesta sexta-feira.
Ao ser questionado sobre as recentes condenações de Daniel Alves e Robinho por estupro, Danilo fez uma longa explanação e propôs à CBF um trabalho de conscientização de jovens atletas.
– Entendo que na minha posição, como jogador há mais tempo na Seleção, exercendo o papel que exerço, é importante que eu fale. Acho, sim, que é importante passar por conscientização dentro da seleção brasileira, nas categorias de base, mas também gostaria de fazer a reflexão de que a gente não faça o julgamento que isso acontece só no futebol, é reflexo da sociedade e vem a se espelhar no futebol. Enquanto atletas de alto nível temos que entender o lugar que a gente ocupa, nosso papel, entender que nossas ações tem um poder maior de influenciar positivamente e negativamente. Está na hora de entender melhor que nosso papel é jogar futebol, representar os clubes e a seleção brasileira, mas também servir de exemplo de comportamento e de forma de lidar fora de campo para a juventude – iniciou o jogador da Juventus.
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Danilo, lateral-direito da Juventus e da Seleção, em entrevista coletiva
Reprodução
– Eu procuro muitas vezes me dissociar da figura de jogador de futebol porque a vida continua. Ser jogador de futebol é uma parte da minha vida, mas eu tenho outra parcela que também é importante. Dentro dessa parcela cabe aprendizado, crescimento pessoal, é o que eu busco. Temos que entender que temos mães, irmãs, filhas, esposas, namoradas e que essas mulheres passam por provações e pensamentos que nós, enquanto homens, não passamos. Como pensar em que roupa vai sair por um julgamento ou por abrir um suposto precedente para qualquer coisa. Conversando com uma pessoa outro dia ela me disse: “Se tem um caminhão parado na rua, eu não passo atrás porque tenho receio que ali tenha alguém que me faça mal”. Nós, enquanto homens, não têm esse tipo de receio – prosseguiu Danilo.
– É importante, falando mais uma vez para o Rodrigo (Paiva, diretor de comunicação) que está aqui representando a direção da CBF, poder iniciar essa conscientização, trazer conversas e debates, principalmente a juventude que é onde a gente consegue ir formando de forma mais genuína esse pensamento reflexivo, se colocando no lugar das mulheres de forma empática e que elas possam ter mais liberdade para poder ocupar os lugares que merecem ocupar – concluiu o jogador, titular na última Copa do Mundo.
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