De Bruno Guimarães a Martinelli: veja 7 jogadores que Diniz mudou de posição e como eles estão

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Treinador é conhecido por fazer mudanças e “salvar” algumas carreiras, como as de Léo, hoje no Vasco, e Caio Paulista, atualmente no Palmeiras. Martinelli é a bola da vez no Fluminense Por que improvisar? É uma pergunta que o técnico Fernando Diniz está acostumado a responder. Óbvio, foi feita em praticamente todos os clubes que ele dirigiu na carreira. No Paulista de Jundiaí, Samuel Xavier virou lateral-direito e foi muito elogiado. No Athletico, testou Bruno Guimarães como zagueiro e foi contestado. Agora, no Fluminense, é a vez de Martinelli. Mas como é o processo para determinar que um jogador pode atuar numa nova função?
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Fernando Diniz fala sobre processo de mudança de posições de jogadores, como Caio Paulista e Martinelli
Numa entrevista que durou quase 2h com a TV Globo e o ge, Fernando Diniz falou, entre vários assuntos, sobre esse processo, desde a convicção para fazer o teste até a dar confiança para o jogador em executá-la. O papo completo irá ao ar nas próximas semanas. Neste trecho, ele cita o volante Martinelli, que foi testado como zagueiro no Fluminense nos últimos jogos.
Primeiramente, eu acredito que o fundamental é saber onde cada jogador pode render mais. […] Normalmente, avalio onde ele vai ter mais chances de ser titular, de poder jogar bem, de ter uma ascensão social. Não é só ser titular, ele também tem que sentir prazer em jogar.
Samuel Xavier
A mais antigas das improvisações aconteceu em 2010. Samuel Xavier só virou lateral-direito por causa de Fernando Diniz. Isso porque o atleta de 33 anos surgiu como meio-campista de origem na base do Paulista de Jundiaí e assim permaneceu até 2010. Então, sua força física e capacidade atlética chamaram atenção para um teste na lateral. Eles rodaram pelo futebol brasileiro até se reencontrarem no Fluminense.
— A improvisação do Samuel Xavier foi lá atrás, no Paulista de Jundiaí. Ele jogava mais por dentro e eu o coloquei para atuar pelo lado. Achei que tinha a ver com ele (pelo estilo de jogo). De novo, o jogador que ser titular, mas quer jogar bem — afirma o treinador.
Samuel Xavier, Fluminense, comemora gol contra o Argentinos Juniors, pelas oitavas da Libertadores
André Durão
Bruno Guimarães
Apesar ter sido muito contestada pela torcida do Athletico, a improvisação de Bruno Guimarães é algo citada com gratidão pelo próprio jogador. Foi Fernando Diniz quem deu as primeiras oportunidades ainda no Audax-SP e depois deu sequência para ele se tornasse figura indispensável e ídolo no Furacão. Quando tinha 16 anos, o volante dividia quarto com mais 22 atletas e pensava em desistir. Mas ouviu do treinador que ele “seria um jogador espetacular”. A profecia estava certa.
Mas onde entra a improvisação? Bruno Guimarães surgiu como um meia avançado, quase como uma camisa 10. No Audax, porém, foi recuado para volante sob comando de Fernando Diniz. Viveu grande momento e despontou. No Athletico, o treinador chegou a utilizá-lo como zagueiro e foi bastante criticado por isso. Hoje volante de vez, o atleta está no Newcastle-ING e é convocado para a Seleção Brasileira.
Bruno Guimarães comemora passe e gol de Izak pelo Newcastle
Getty Images
Caio Paulista
É difícil olhar para Caio Paulista nos dias atuais e vê-lo como atacante. Hoje, ele é lateral-esquerdo e assim ganhou três grandes contratos: com Fluminense, São Paulo e Palmeiras. A virada de chave veio com Fernando Diniz, que o ajudou a deixar de ser um atacante contestado pelos poucos gols para se tornar um lateral disputado por dois gigantes de São Paulo. A explosão física e o fôlego do atleta contribuíram para a utilização na nova posição.
— O Caio Paulista jogava de ponta. Ele sai daqui (do Fluminense) muito por conta do que a torcida criou com ele por antes (foi contratado por R$ 10 milhões, um valor considerado alto na época). Porque como lateral, ele nos ajudou em muita coisa. Foi para o São Paulo e contratado pelo Palmeiras como lateral. Esse é o ponto fundamental — conta Diniz.
Caio Paulista e Fernando Diniz no jogo Botafogo x Fluminense
Marcelo Gonçalves / Fluminense FC
Léo
O hoje zagueiro é um caso parecido com o de Caio Paulista. Revelado pelo Fluminense como lateral-esquerdo, ele deixa o clube sendo contestado na sua posição de origem. É emprestado para Londrina e Bahia, onde também não rende. Até que chega ao São Paulo e encontra Fernando Diniz, que decide utilizá-lo de zagueiro. Seu rendimento cresce a ponto de virar titular absoluto. Hoje no Vasco, Léo ergue a braçadeira de capitão da equipe.
— Léo Pelé jogava na lateral no São Paulo. Nunca foi um jogador de ter muita profundidade e dar assistência. Num time grande, lateral que não dá assistência está fadado a receber criticas. Mas ele sempre foi bom defensor, tem bom passe, e fui convencendo a jogar por dentro. Ele foi vendo que ali é a parada dele. Ele saiu de um patamar de jogador e subiu muito. Era questionado no São Paulo e hoje é capitão do Vasco.
Léo Jardim e Léo, Vasco
Daniel RAMALHO/VASCO
Caio Henrique
Titular absoluto de Fernando Diniz no Fluminense de 2019, começando 63 das 65 partidas que disputou na temporada. Pelas mãos do treinador, mudou de posição e se encontrou como lateral-esquerdo após início de carreira como meia-atacante. Adaptado ao setor, ainda passou pelo Grêmio antes de ser comprado pelo Mônaco e se tornar um dos maiores garçons do futebol francês.
Num jogo de Sul-Americana, nossos dois laterais estavam machucados. Ele perguntou se eu me sentia à vontade e eu disse que sim. Diniz me disse que eu jogaria na lateral nesse jogo e me pediu para me divertir. Nesse jogo fui eleito o melhor em campo e desde aí nunca mais saí da lateral.
Caio Henrique, lateral-esquerdo do Monaco, em treino da Seleção
Fernando Torres/AGIF
Thiago Santos
Volante de origem, Thiago Santos viveu uma metamorfose na carreira. Na antiga posição, teve passagem discreta pelo Palmeiras e péssima pelo Grêmio, onde chegou a ser vaiado fortemente. Foi um dos fatores que o levou a deixar o clube gaúcho. No Fluminense, Fernando Diniz o improvisou como zagueiro e parece ter achado a sua posição. Foi titular na Recopa Sul-Americana e uma das peças que ajudou o clube a conquistar o título sobre a LDU.
— O Diniz já conversou comigo que para jogar de volante é um pouco mais difícil. Ele falou que iria me usar mais na zaga do que de volante. Todo dia estou treinando como zagueiro, estou me sentindo melhor jogando na posição, fica mais fácil para mim — conta o atleta.
“Tem que ter fila para pedir desculpa ao Thiago Santos”, avalia ge Fluminense
A vez de Martinelli?
A bola da vez é Martinelli, que está sendo utilizado como zagueiro atualmente pelo Fluminense. Fernando Diniz afirma que é uma situação momentânea, já que a equipe ainda procura soluções para a saída de Nino, que foi vendido para o Zenit, da Rússia. Como Thiago Santos lesionou, há a chance de ele continuar nesta posição por mais alguns jogos.
— Martinelli é pontual. É um dos jogadores mais completos com quem já trabalhei. Jogou nas duas pontas, jogou de 5, de 8, de 10… Jogou nas duas laterais e agora de zagueiro. Ele consegue corresponder bem. O nosso negócio é jogar bola. Jogar bem. Ele é uma necessidade de momento. Pode jogar bem. A tendência natural é ele jogar na posição dele.
Loffredo sobre Martinelli jogar de zagueiro: “Faz todo sentido”
Improvisações momentâneas
Também há uma série de jogadores que chegaram a ser improvisados por Fernando Diniz, mas não deram sequência. O volante André talvez seja o nome mais relevante, já que vira e mexe é puxado para a zaga, mas se mantém firme na posição de origem. Desde a sua primeira passagem pelo Fluminense até a época de Athletico, mais jogadores se somam a esta lista:
André, volante do Fluminense: atua como zagueiro em determinados jogos;
Alexsander, volante do Fluminense: atuou como lateral-esquerdo por um bom tempo;
Marquinhos, atacante do Fluminense: é improvisado como lateral em determinadas partidas;
Yago Felipe, volante do Bahia: já chegou a atuar como lateral-direito e como ponta com Fernando Diniz;
Gabriel Pirani, meia do DC United: atuou como lateral-esquerdo no Fluminense;
Alexandre Jesus, atacante do Fluminense: atuou como lateral-direito em algumas oportunidades;
Renan Lodi, lateral-esquerdo do Olympique de Marseille: atuou como lateral-direito do Athletico sob comando de Fernando Diniz;
Raphael Veiga, meia do Palmeiras: atuou como ponta no Athletico com Fernando Diniz.
Diniz e André comemoram título da Libertadores abraçados em campo
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