De Dudamel a Milito: Atlético-MG tem histórico de técnicos estrangeiros nos últimos anos

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Alvinegro tem acerto com Gabriel Milito para substituir Felipão; antigos treinadores enfrentaram problemas no dia a dia O nome de Gabriel Milito para substituir Luiz Felipe Scolari não é uma surpresa no Atlético-MG. A aposta em um treinador estrangeiro tem sido recorrente nos últimos quarto anos do clube. O argentino, de 43 anos, tem a missão de colocar em prática um trabalho de longo prazo e com conquistas.
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Com um acordo firmado (faltando assinar) Milito tentará ter um trabalho mais consolidado que os outros treinadores estrangeiros que passaram pelo Galo. O dia a dia também será outro desafio. Argentinos como Coudet, Sampaoli, e o venezuelano Dudamel, tiveram dificuldades.
Gabriel Milito
Abner Dourado/AGIF
Dudamel
O venezuelano Rafael Dudamel chegou ao Atlético em janeiro de 2020 após uma longa negociação. Naquele momento, ele trabalhava como treinador na seleção do seu país. O vínculo assinado foi de duas temporadas.
O projeto era de longo prazo, mas só durou dez jogos. Em fevereiro, ele foi demitido do cargo. Ao todo, foram quatro vitórias, quatro empates e duas derrotas (53,3% de aproveitamento), além de duas eliminações, para o Unión-ARG (primeira fase da Sul-Americana) e Afogados-PE (segunda fase da Copa do Brasil).
Rafael Dudamel; Atlético-MG
Bruno Cantini/Atlético-MG
O extracampo também teve um peso na decisão. Disciplinador, o treinador teve alguns ruídos na comunicação com os atletas, especialmente após algumas decisões “impopulares” de programação.
O presidente da época, Sette Câmara, comparou as regras a de um exército.
“Senti que queria colocar regras rígidas demais, criando regras onde não havia necessidade (…) Parecia coisa de exército, não é bem por aí. Jogador já é profissional, ele tinha é que deixar o time preparado.”
Jorge Sampaoli
Alguns dias após a saída de Dudamel, a aposta seguiu em técnicos estrangeiros: o experiente Jorge Sampaoli foi o da vez. O contrato era até o fim de 2023.
A passagem durou um ano. O argentino esteve no comando do Galo em 44 partidas: 25 vitórias, nove empates e 10 derrotas. O único título foi do Campeonato Mineiro.
Sampaoli teve conversas para renovar o vínculo com o Galo. Contudo, elas foram encerradas após o Olympique de Marseille, da França, mostrar interesse no argentino. Cerca de 24 horas depois da sua despedida, ele foi anunciado pelo novo clube.
Assim como Dudamel, o dia a dia também teve peso para que o Alvinegro não fizesse tanta força para a permanência de Sampaoli.
Jorge Sampaoli; Atlético-MG
Pedro Souza/Atlético-MG
Em apuração do ge na época, o perfil do treinador no dia a dia incomodava grande parte da diretoria. Muito fechado, o treinador limitava conversas e decisões com sua comissão técnica e impunha uma série de limitações no CT. Funcionários do clube, por exemplo, eram proibidos de acompanhar treinamentos.
Com o país vivendo uma pandemia em 2020, uma festa gerou uma pequena crise internamente. Promovida por Gabriel Andreata, gerente de futebol de Sampaoli, ela teria sido um possível evento catalisador da propagação da doença no clube. O episódio repercutiu muito mal internamente. O então vice-presidente Lásaro Cândido chegou a criticar publicamente e pedir “respeito ao coletivo”
“Turco” Mohamed
A contratação de Antonio “Turco” Mohamed para o cargo de treinador foi em 2022. O argentino foi oferecido ao Galo, agradou e assinou um vínculo de um ano.
Em números, é o estrangeiro que teve o melhor aproveitamento. Em 45 jogos, venceu 27, empatou 13 e sofreu cinco derrotas. Um aproveitamento de 69,6%.
O treinador ficou um pouco mais de seis meses no clube. A eliminação nas oitavas da Copa do Brasil – e uma sequência ruim no Brasileiro – pesaram para que a decisão fosse tomada. Pelo Galo, ele conquistou o Mineiro e a Supercopa do Brasil.
Antonio Turco Mohamed; Atlético-MG
Pedro Souza/ Atlético-MG
Um ano depois, o presidente do Atlético, Sérgio Coelho, admitiu que foi um erro a demissão de Mohamed.
Último estrangeiro antes da chegada de Felipão, Eduardo Coudet viveu uma passagem intensa pelo Atlético. O argentino foi anunciado em dezembro de 2022 e iniciou a temporada passada no comando alvinegro.
Eduardo Coudet
Eduardo Coudet foi o nome escolhido para comandar o Atlético em 2023. Comandou o Galo em 35 jogos entre Mineiro, fases preliminares e de grupos da Libertadores, Copa do Brasil e Brasileiro.
Foram 21 vitórias, seis derrotas e oito empates no comando atleticano. O treinador argentino foi campeão estadual, esteve perto de levar o time às oitavas de final da Libertadores, brigou pelo G-4 no Brasileiro, mas foi eliminado precocemente da Copa do Brasil.
Coritiba x Atlético-MG; Eduardo Coudet
Pedro Souza / Atlético-MG
Coudet chegou a disparar contra a diretoria e os mecenas do clube por falta de investimentos. Pediu ainda o fim da multa para cláusula de saída. No dia seguinte, após uma reunião com tom de cobrança por parte da direção, o treinador concedeu nova coletiva e pediu desculpas.
Em junho de 2023, após um empate contra o Bragantino, Coudet adotou tom de despedida em conversa tensa no vestiário. Em discurso para os jogadores, Coudet voltou a deixar clara sua insatisfação com o elenco do Galo.
O tom do treinador irritou o diretor de futebol do clube, Rodrigo Caetano, que rebateu e disse confiar nos jogadores. O clima ficou quente entre o treinador e a diretoria. Um dia após a partida, o clube anunciou a saída do treinador.
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