Diretor do Palmeiras se irrita com acordo entre São Paulo e TJD: “Perdendo a noção do racional”

6 min read
Anderson Barros disse estar indignado com a decisão, que reverteu os julgamentos marcados para esta quinta-feira por multas, e viu vídeo de Belmonte apenas como parte do acordo Diretor do São Paulo, Carlos Belmonte pede desculpas a Abel Ferreira, do Palmeiras
Anderson Barros, diretor executivo de futebol do Palmeiras, disse estar indignado com o acordo feito entre o São Paulo e o Tribunal de Justiça Desportiva (TJD-SP) para evitar o julgamento de atletas e dirigentes do rival denunciados pelas confusões após o Choque-Rei no Morumbi.
+ Siga o ge Palmeiras no WhatsApp
Como o Verdão não é parte do processo, o clube não tem como contestar a decisão, mas entende que foi aberto um precedente ruim, sem a devida punição para casos que define como graves no vestiário do estádio da arbitragem, onde Carlos Belmonte, diretor de futebol são-paulino, chegou a chamar Abel Ferreira de “português de m…”.
– É uma indignação com a forma como o processo foi feito. Tem algo muito grave que envolve isso – resumiu Anderson Barros, ao ge.
Anderson Barros, diretor de futebol do Palmeiras
Cesar Greco
– Precisamos entender que somos o reflexo da sociedade. Nosso torcedor se inspira nas ações, sempre foi assim. Mais uma vez, a gente dá um exemplo muito ruim à sociedade. O futebol agoniza, a gente vê a todo instante.
– Se comete um ato grave e para não ser punido levanta o dedo e pede desculpas? E mais, vaza-se um vídeo antes da transação (disciplinar esportiva) ser assinada. Acho que estamos perdendo por completo a noção do que é racional, em uma situação como essa – continuou.
O vídeo citado foi o de Carlos Belmonte, em que ele se retrata pela ofensa a Abel Ferreira, e que fez parte das tratativas com o TJD-SP. Ele viralizou nas redes sociais antes de o acordo ser homologado.
Diretor do São Paulo xinga Abel, do Palmeiras, em confusão no Morumbi: “Português de m…”
Mais notícias do Palmeiras:
+ Veja a provável escalação para as quartas de final do Paulista
Para Barros, a declaração não é um pedido de desculpas, mas apenas uma formalidade que fez parte da negociação para evitar o julgamento.
– Nunca foi enviado ao Palmeiras (o vídeo) e não cabe enviar ao Palmeiras. Um vídeo transacional eu não consigo entender que ele tem valor que tem que ter. Quando você quer pedir desculpas a alguém, vai falar com a pessoa – criticou.
Anderson Barros disse que Belmonte disseminou um “ódio desproporcional”. Abel Ferreira não recebeu o vídeo e já teve da presidente Leila Pereira o aviso de que o clube mobilizará o departamento jurídico caso ele queira processar o são-paulino. O treinador ainda não deu uma resposta definitiva sobre isso.
– A razão do vídeo não é pedido de desculpas, é para que a pena seja menor. A própria razão da punição foi porque – e isto não por mim – para que os atletas não pegassem as penas que deveriam ser atribuídas a eles. Não é questão da dosimetria, não é isso, não sou a pessoa competente para tal. É a forma como a gente constrói – prosseguiu.
Ao todo, o São Paulo vai pagar R$ 205 mil em multas para Federação Paulista de Futebol; este é o maior acordo já feito pelo TJD-SP. Belmonte vai pagar R$ 50 mil e ainda ficará suspenso de entrar em jogos do Paulistão por 30 dias.
Ele havia sido denunciado junto do lateral Rafinha, do meia Welington Rato, do atacante Calleri, do auxiliar Estéphano Kiremitdjian Neto, do presidente Julio Casares e do adjunto Fernando Bracalle Ambrogi.
Jogadores do São Paulo se exaltam com árbitros em vestiário após jogo contra Palmeiras
Os atletas e o auxiliar podiam pegar penas de até seis jogos de suspensão, enquanto Casares e Ambrogi corriam risco de gancho de até 180 dias. No caso de Belmonte, a pena poderia chegar a 270 dias. Com o Palmeiras não era parte do processo, não pode pedir a anulação do acordo.
– O Palmeiras não pode fazer nada no caso, não pode interferir. Mas pode fazer com que todos reflitam. Está errado, não é a forma correta de fazer. Importante que saibam da indignação minha, institucional, senão a coisa passa. Outros casos vão acontecer, sabe o que vamos dizer nas próximas entrevistas? Que estamos avisando, vai acontecer algo mais grave. Temos que punir – reforçou Barros.
– Erramos, precisamos pagar. Se eu errar, eu pago. Simples assim. Assim se torna uma sociedade melhor, assim que o futebol vai evoluir. O nosso treinador se em algum momento cometer um ato que não condiz, o árbitro da partida vem e o puna. É simples assim.
Relação rachada com o São Paulo?
Como o ge já publicou, a relação entre as diretorias de Palmeiras e São Paulo que já chegou a ser boa no ano passado, degringolou nos últimos meses. Ainda que a negociação de Caio Paulista com o Verdão seja tratada como um ponto marcante nesse afastamento, Barros não concorda com isso.
– As instituições são muito maiores do que qualquer um de nós. Hoje no momento, sim, existe uma divergência, uma discussão. Podem dizer que foi por que o Palmeiras foi buscar o Caio Paulista. Não, absolutamente, não. Até porque só procuraram ouvir um lado, mas não é por isso. As instituições estão acima disso. E na minha concepção, as disputas precisam ser dentro das quatro linhas.
Caio Paulista em apresentação como novo reforço do Palmeiras para 2024
Cesar Greco / Palmeiras
– Não existe justificativa para nenhum tipo de atitude, nenhum ato de violência, vamos resolver dentro das quatro linhas. Fora dela, existem meios legais para tal. Se o Caio Paulista veio para cá, foi por meios legais. Temos de parar com isso. Existe uma federação, uma confederação brasileira, ficamos procurando justificativas para nossas ações – falou.
– Não cabe mais hoje dizer que o SPFC tem uma mágoa por que o Palmeiras… não existe esta justificativa para qualquer outro tipo de atitude, que não seja a correta. E da mesma forma o Palmeiras com o São Paulo – concluiu.
+ Veja mais notícias do Palmeiras
Mais Lidas
🎧 Ouça o podcast ge Palmeiras🎧
+ Assista a tudo do Palmeiras na Globo, sportv e ge

You May Also Like

More From Author

+ There are no comments

Add yours