Do gol ao complemento no nome, Fluminense x Cerro mudou a história de Gum: “Virou Guerreiro”

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Em 2009, zagueiro marcou aos 47 do segundo tempo com a cabeça enfaixada após sofrer corte: “Eu fiquei preocupado porque poderia ter saído do jogo, não estancava o sangramento” O relógio marcava 47 minutos do segundo tempo no Maracanã, no dia 18 de novembro de 2009. O Fluminense perdia por 1 a 0 para o Cerro Porteño em jogo da semifinal da Sul-Americana e precisava de um gol para se classificar. A bola sobra na área para Gum, que chuta para o gol mesmo cercado de adversários. Segundos depois, a imagem do zagueiro correndo e vibrando com a cabeça enfaixada, após ter sofrido um corte no supercílio, acabou se perpetuando na história do jogador, que viria a se tornar ídolo do clube e passaria a ter um “complemento” no nome depois de estufar a rede.
Jogo entre Fluminense e Cerro Porteño termina em confusão
Foi um dos jogos mais marcantes para mim por tudo que aconteceu. Faixa na cabeça. Gol. Até ali a torcida gritava Gum, depois virou “Gum Guerreiro”. Depois se tornou Time de Guerreiros.
Quase quinze anos se passaram desde aquele Fluminense e Cerro Porteño. Nesta quinta-feira, os dois times voltam a se enfrentar pela terceira rodada do Grupo A da Conmebol Libertadores. Com o reencontro entre as equipes marcado, Gum conversou com o ge e recordou que por pouco não deixou o gramado antes do gol de empate no jogo.
+ Fernando Henrique lembra noite de pancadaria em que chutou rival: “Salvar os meus”
Gum e o histórico gol com a cabeça enfaixada, sobre o Cerro Porteño, na Sul-Americana 2019
Reuters
– Eu levei uma cotovelada do atacante Nanni, do Cerro, no segundo tempo. Abriu muito o meu supercílio e estava sangrando muito, o sangramento estava sujando muito meu rosto e a camiseta. O juiz pediu para eu sair do campo. Naquele momento a equipe médica estava atendendo o Digão (zagueiro), eu saí, e o Fernando Henrique (goleiro) entrou para me ajudar ali, mas estava difícil estancar o sangue. Depois chegou a equipe médica, tentou estancar o sangue, também não estava conseguindo, pelo fato de ficar muito tempo em campo com o jogador a menos, o Cuca, que era nosso treinador, chegou a falar que ia me tirar do jogo porque não estava conseguindo estancar o sangue, e que não podia ficar mais tempo com o jogador a menos.
– Naquele momento eu fiquei preocupado porque poderia ter saído do jogo, não estava conseguindo estancar o sangramento. Na época eu falei pro Cuca, “professor, não me tira do jogo, não, pelo amor de Deus”. Aí ele acalmou um pouquinho e falou que ia esperar. O Fernando Henrique me ajudou ali, a equipe médica me ajudou, colocamos uma faixa na cabeça ali, que é uma atadura, e conseguimos estancar o sangue. E eu voltei pro jogo.
Gum com seus troféus pelo Fluminense
Mailson Santana / Fluminense FC
O Fluminense venceu o primeiro jogo, no Paraguai, por 1 a 0, e tinha a vantagem do empate para se classificar para a final. Cáceres, aos seis minutos, abriu o placar para o Cerro no Maracanã. Em grande noite, o goleiro Barreto fechou o gol, o que aumentou o drama tricolor. A volta de Gum ao gramado, após o corte na cabeça, acabou sendo decisiva para transformar uma noite de apreensão em vaga na final.
– O jogo foi dramático, o goleiro deles estava fechando o gol, pegando muitos lances. Mariano, Fred, Conca e muito mais. Enfim, depois de tudo isso, tive a oportunidade de ser abençoado com o gol aos 47 do segundo tempo. Fazer aquele 1 a 1 para dar a classificação para o Fluminense.
Antes do fim, com o Cerro se lançando ao ataque, o atacante Alan ainda marcou o 2 a 1 para consolidar a classificação tricolor. Revoltados com a eliminação, os jogadores paraguaios iniciaram uma pancadaria generalizada, que terminou com a expulsão do goleiro Fernando Henrique, do Fluminense, e de Jorge Brítez, Jorge Núñez e Roberto Nanni, do Cerro.
Confusão e briga em Fluminense x Cerro Porteño na Sul-Americana de 2009
EFE
– Eu estava no meio do campo comemorando, virado para o lado da arquibancada. Eu não vi a briga começar. Eu nem cheguei a participar, estava muito longe. Foi tudo muito rápido. Por conta daquele cenário, de termos tirado eles, daquela briga toda, se criou uma rivalidade a mais – lembra Gum.
Sem clube desde que deixou o CRB no fim do ano passado, Gum está definindo se irá se aposentar ou não. Pelo Fluminense, o zagueiro conquistou dois Campeonatos Brasileiros e um Campeonato Carioca. Enquanto não decide sobre o futuro, ele segue acompanhando o clube que aprendeu amar. E estará atuando como “torcedor” nesta quinta-feira, no reencontro do Flu com o Cerro.
– O Cerro é uma equipe grande no Paraguai, tem tradição. É difícil jogar lá. Mas o Fluminense tem conseguido superar dificuldades. Acredito que vai ser um jogo difícil, mas o Fluminense vai conseguir um belo para partir para uma classificação – declarou.
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Com quatro pontos em dois jogos, o Fluminense enfrenta o Cerro Porteño na próxima quinta-feira, às 19h, no Estádio La Nueva Olla. O Flu lidera o Grupo A.
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