Entenda a tática do Santos para bagunçar a defesa do Palmeiras na primeira final

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Carille montou estratégia para tirar o ala Mayke da direita e abrir espaço para a chegada de Guilherme, o melhor do jogo O Santos venceu o Palmeiras por 1 a 0, na Vila Belmiro, na primeira partida das finais do Campeonato Paulista, e largou em vantagem para a decisão, que será no próximo domingo (07), no Allianz Parque.
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Fábio Carille em Santos x Portuguesa
Reinaldo Campos/AGIF
A vitória foi construída especialmente nos primeiros 60 minutos do jogo. Após um bom primeiro tempo, o time de Fabio Carille abriu o placar com Otero, logo aos 4min da segunda etapa, e segurou a pressão do Palmeiras nos minutos finais com grande atuação de João Paulo.
Ficou muito claro que o Santos sabia como jogar contra o Palmeiras. Montado num 4-2-3-1, o time da Baixada tinha uma linha de meias formada por Guilherme na direita, Giuliano centralizado e Otero na esquerda, com Julio Furch no ataque.
O quarteto ofensivo infernizou a vida dos três zagueiros palmeirenses, que não tiveram a cobertura dos alas ou dos volantes nas chegadas alvinegras.
Saída do Santos tira volantes do Palmeiras de trás
O motivo é o “desenho” que o Santos fazia quando saía com a bola dominada lá de trás. Como é de costume, Carille gosta que um lateral jogue mais por dentro, junto dos volantes. Em boa parte do Paulistão foi Aderlan, e com a lateral direita indefinida, Felipe Jonathan assumiu esse papel. O Palmeiras tinha que marcar essa saída. Como? Mayke saía lá de trás e vinha “pegar” Felipe quase no meio. Veja:
Felipe Jonathan tirava Mayke do lugar: chave no confronto
Reprodução
Não era só Mayke que marcava alto. Aníbal, o primeiro volante do 3-4-1-2 do Palmeiras, saltava para marcar João Schimidt. Quando um volante sai, o outro fica, certo? Só que Zé Rafael também pulava, muitas vezes para marcar um zagueiro. Com isso, o Palmeiras abria uma cratera entre seus volantes e zagueiros, o espaço que Giuliano e Otero usavam para construir o jogo.
Guilherme livre nas costas do ala
Com Mayke fora do lugar, sobrou a Guilherme o papel de receber a bola e conduzir até o ataque. Foi o melhor do jogo porque tinha muito espaço livre até Marcos Rocha, o terceiro zagueiro do Palmeiras, encostar. Tudo porque F. Jonathan atraía o ala e criava espaço. Veja como o Santos consegue manipular uma defesa com cinco jogadores de forma a chegar constantemente na frente.
Guilherme: ponta agressivo pelo lado fraco do Palmeiras
Reprodução
Guilherme tinha um papel de “abrir” o campo com o lateral do seu lado mais livre para jogar com os volantes. Já o resto do quarteto ofensivo trocava de posição. Otero trocava com Giuliano, Furch abria na ponta da área…tudo para bagunçar os três zagueiros do Palmeiras e tirar os alas das jogadas.
Santos: quarteto móvel quebrou a defeaa do Palmeiras
Reprodução
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Gol em jogada pelos lados, o forte do Santos
Com pontas muito agudos e uma equipe que criava coletivamente espaço para eles, era de se esperar que o gol do Santos viesse pelo caminho mais perigoso no jogo. Observe que a defesa do Palmeiras novamente tem problemas: dessa vez é Marcos Rocha fora do lugar. Aníbal cobre a defesa, mas observe que a entrada da área fica livre, no espaço que era de Aníbal.
Esse espaço faz Murilo hesitar durante a bola alçada: ele fica com Otero ou protege o espaço do jogador livre? É nesse tempo que o camisa 7 cabeceia para o fundo das redes no gol que decreta a vitória.
Lance do gol: Santos chega novamente pelos lados
Reprodução
A decisão do Paulistão está em aberto. O Palmeiras é uma equipe forte e que já virou resultados adversos. Mas o Santos é um adversário à altura, que soube se reinventar em meio à página mais triste de sua história e chega forte – e com uma vantagem preciosa – para coroar o ano de reconstrução.
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