Erro defensivo básico e altitude. O roteiro da nova derrota do Botafogo

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Glorioso conseguiu melhorar na 2ª etapa com a entrada de Tchê Tchê, mas passou longe de merecer o empate Já se sabia que seria difícil voltar com os três pontos de Quito. O problema maior do Glorioso diante da LDU, pela 2ª rodada do Grupo D, no entanto, foi não ter tomado os cuidados defensivos mais simples nos minutos iniciais. Perdeu pela contagem mínima, em um gol oriundo de lateral cobrado na área, e amarga a lanterna do Grupo D.
Apesar do resultado magro, é possível dizer que o Botafogo saiu com um resultado vantajoso. Poderia ter sofrido uma derrota ainda maior se os donos da casa tivessem um pouco mais de pontaria na 1ª etapa. Seria trágico para o saldo de gols e uma possível campanha de recuperação.
Escalações
Depois de escalar três zagueiros na estreia contra o Universitário, em Lima, o técnico espanhol Josep Alcácer montou uma linha de quatro na defesa. Escalou Alzugaray e Estupinãn pelo flancos. Estrada e Alex Arce no centro do ataque. Marco Angulo ganhou sequência ao lado de Piovi como volante.
Já o português Artur Jorge, em sua estreia, não contou com Damián Suárez, Rafael, Marçal e Eduardo. Mateo Ponte foi o lateral-direito, Hugo seguiu na esquerda e Jeffinho ganhou chance. Foram quatro atacantes de ofício escolhidos. Luiz Henrique e Jeffinho partiram dos lados do campo e Junior Santos atuou mais próximo de Tiquinho Soares pelo meio.
Como LDU Quito e Botafogo iniciaram o duelo válido pela 2ª rodada do Grupo D da Libertadores 2024
Rodrigo Coutinho
O jogo
Encarar a LDU em Quito já é complicado em condições normais, o que dizer então se os donos da casa abrem o placar logo aos três minutos? E o pior, em mais um erro básico da linha de defesa do Botafogo na fase de grupo da Libertadores.
Los Albos fizeram o 1×0 em um lateral cobrado na área para Estrada escorar no pivô e Arce servir Alzugaray. Passividade de Barboza no combate, desatenção de Halter e Marlon Freitas ao movimento de Alex Arce, e erro de leitura de Hugo. Alzugaray é o mesmo atacante argentino que marcou para a LDU na final da Copa Sul-Americana, contra o Fortaleza.
Dá para dividir o 1º tempo em duas partes. Até os 20 minutos, quando o Botafogo ainda conseguiu ter alguma troca de passes no campo de ataque. E depois disso, quando a LDU poderia ter construído uma goleada parcial. Em ambas o time carioca foi mal. Mostrou muita dificuldade de adaptação aos efeitos da altitude, seja na ausencia de compreensão da velocidade da bola, ou na falta de gás.
Jeffinho – Botafogo x LDU
Vitor Silva / Botafogo
Artur Jorge promoveu movimentos de Luiz Henrique e Jeffinho para o centro. Queria que os laterais ocupassem os lados do campo de ataque e o time brasileiro ganhasse superioridade por dentro com Jeffinho, Luiz, Tiquinho, Junior Santos e a dupla de volantes. O problema foi o ritmo sempre baixo dos movimentos, os erros de passe e domínio. Presa fácil para a marcação equatoriana.
E olha que os anfitriões não faziam um jogo intenso até aquele momento. Certamente o gol muito cedo freou o ímpeto inicial que a LDU costuma ter em seu estádio, algo que mudaria depois. Jeffinho chegou a receber um bom passe em profundidade de Junior Santos, mas driblou o goleiro com um tapa muito forte na bola e perdeu o ângulo. Certamente em virtude da altitude.
O fôlego alvinegro foi ficando cada vez mais frágil a medida que o tempo passava, e os erros com e sem a bola se multiplicavam. Praticamente não havia proteção na intermediária defensiva. Danilo Barbosa e Marlon Freitas mostravam-se letárgicos. Junior Santos e Tiquinho não conseguiam recuar para auxiliá-los. Jeffinho também encontrava problemas para ajudar Hugo pela esquerda.
A LDU começou a intensificar suas ações. Subir a marcação e roubar bolas dentro do campo de ataque, trabalhar as inversões de lado para fazer o ”2×1” diante dos laterais do Botafogo, e cansar o bloco defensivo ao fazê-lo se mover de um lado a outro. Cruzar bolas na área, finalizar de média distância, levar perigo em escanteios e faltas laterais.
Danilo Barbosa – LDU x Botafogo
Vitor Silva / Botafogo
Foram sete ataques perigosos dos Albos na segunda metade da 1ª etapa. Entre eles, um gol anulado por impedimento milimétrico. O Glorioso ainda conseguiu dois chutes de média distância nos acréscimos. Espamos isolados e aleatórios. Nada que representasse uma melhora de fato em campo.
No intervalo, Tchê Tchê substituiu Danilo Barbosa. O Botafogo retomou o gás e voltou a incomodar no campo de ataque. Mais adaptado a força empregada nos passes e a velocidade da bola para dominá-la, as trocas de passes encaixaram com maior frequência, e a LDU teve problemas para marcar, principalmente as ações de Jeffinho até os dez minutos.
Alcácer agiu rapidamente e preencheu o setor de meio-campo da sua equipe. Sebastián González entrou no lugar do centroavante Estrada. Arce passou a jogar sozinho no centro do ataque. O ex-Santos Jhojan Julio substituiu Estupiñan pelo lado esquerdo. Não demorou para os Albos controlarem novamente a partida.
Alexander Barbosa – LDU x Botafogo
Vitor Silva / Botafogo
Óscar Romero entrou no Botafogo, na vaga de Jeffinho, que era o melhor do time no 2º tempo, mas provavelmente já estava desgastado. Depois foi a vez de Matheus Nascimento substituir o apagado Luiz Henrique. Gregore e Raí ainda foram a campo nos lugares dos laterais. Mexidas feitas muito mais no intuito da sobrevivência física do que de fato criar um fato novo em busca do empate.
Depois dos ataques iniciais, o alvinegro apenas trocou passes sem força e objetividade no campo de defesa, e a LDU teve algumas chegadas perigosas até os minutos finais. Perdeu a oportunidade de deixar o saldo de gols positivo, já que foi derrotada na estreia.

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