Escanteio baixo na primeira trave: o Flamengo já ensaiava o gol de Léo Ortiz

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No dia 10 de março, o gol do zagueiro Stones surpreendeu o estádio de Anfield. Kevin de Bruyne cobrou um escanteio com uma bola baixa na primeira trave. O defensor, ajudado por um bloqueio feito por Ake, evitando que um adversário interceptasse o cruzamento, apenas empurrou a bola para abrir o marcador no empate em 1 a 1 entre Manchester City e Liverpool. Um gol que não passou despercebido pela comissão técnica do Flamengo. Desde então, foi possível notar o time rubro-negro buscando gols em escanteios baixos na primeira trave.
Em alguns deles, o rubro-negro usou exatamente o mesmo tipo de movimento feito pelo City. O gol de Léo Ortiz, o segundo na vitória sobre o Palestino, é executado de forma claramente diferente. Mas, jogo após jogo, o time vinha buscando cobranças nesta região da área. Até ser premiado.
Compare as cobranças de escanteio que originaram gols do Flamengo e do Manchester City
Hoje, há um consenso de que a grande margem de evolução do futebol está em dominar detalhes como as bolas paradas. A ponto de comissões técnicas terem profissionais dedicados a estes lances. No Flamengo, eles são o auxiliar Matheus Bachi e o analista Lucas Oliveira. Vale voltar ao lance de Anfield para ilustrar como saiu o gol de Stones. Dias depois, o Flamengo faria movimentações muito parecidas.
Kevin de Bruyne se prepara para a cobrança e, naturalmente, a defesa do Liverpool espera um passe pelo alto. Afinal, o City leva para a área alguns jogadores de boa estatura, entre eles Haaland. O City se aproveita de um posicionamento da defesa do Liverpool: não há um jogador defendendo a primeira trave, ao lado do goleiro. Mac Allister, o camisa 10, é quem está mais perto. Cabe a Ake se posicionar para bloquear a movimentaçaõ do argentino. Stones aguarda o passe.
Ake bloqueia Mac Allister e Stones aguarda o cruzamento
Reprodução/Wyscout
A seguir, a imagem mostra De Bruyne batendo na bola e Ake bloqueando Mac Allister, evitando que ele se aproxima da primeira trave. Para onde Stones vai se deslocar.
Stones se prepara para correr em direção à primeira trave
Reprodução/Wyscout
É justamente neste espaço que acontece o gol.
Stones marca o gol sobre o Liverpool
Reprodução/Wyscout
Vinte dias depois, no jogo de ida da final do Estadual, o Flamengo tentava reproduzir este tipo de jogada num escanteio. A imagem abaixo mostra Cebolinha preparando a cobrança e o Nova Iguaçu não coloca um homem junto à primeira trave. Ainda assim, caberá a Arrascaeta fazer o trabalho de Ake o bloquear o primeiro defensor. Pedro fará movimento similar ao de Stones.
Cebolinha prepara a cobrança do escanteio contra o Nova Iguaçu
Reprodução/Wyscout/Goat
A seguir, é possível ver Arrascaeta fazendo o bloqueio e Pedro buscando a posição para finalizar.
Arrascaeta bloqueia um defensor e Pedro se move para finalizar
Reprodução/Wyscout/Goat
O atacante tenta um toque de letra, mas o goleiro do Nova Iguaçu faz ótima defesa.
Pedro finaliza a jogada após o escanteio
Reprodução/Wyscout/Goat
No mesmo jogo, o Flamengo tentou novamente uma bola baixa na primeira trave. A diferença é que, provavelmente alertado pela jogada feita pelos rubro-negros no primeiro tempo, desta vez o time da Baixada Fluminense tem um defensor junto à primeira trave. Assim, o recurso do Flamengo é Pulgar, que vem de trás para atacar a zona que ficou liberada pela marcação.
Pulgar corre para a primeira trave
Reprodução/Wyscout/Goat
Pulgar consegue chegar antes de seu marcador, mas a cobrança de Arrascaeta vai direto para fora.
Arrascaeta cobra o escanteio para fora
Reprodução/Wyscout/Goat
Uma semana depois, o Flamengo tentaria novamente dois escanteios baixos na primeira trave. Num deles, Arrascaeta repete o bloqueio sobre o defensor que está na primeira trave e Luiz Araujo se desloca do meio da área para a zona que fica livre de marcação. Mas o cruzamento não chega a ele.
Os lances, a partir daí, já não guardam tanta semelhança com o gol de Stones ou com a tentativa de Pedro na partida de ida. A rigor, o que se vê é o Flamengo tentando explorar bolas baixas na primeira trave, mas nem sempre com os mecanismos para bloquear marcadores. Como o Nova Iguaçu bloqueia mais esta zona, Everton Cebolinha busca se antecipar à marcação.
Cebolinha busca posição na primeira trave
Reprodução/Wyscout/Goat
A cobrança de Arrascaeta encontra o atacante, mas o toque de calcanhar vai para fora. O Nova Iguaçu estava atento a este tipo de jogada.
Já diante do Palestino, a curiosidade foi ver o escanteio ser cobrado e finalizado por jogadores que não vinham atuando. Léo Ortiz estreava, assim como o jovem Lorran, que tinha seus primeiros minutos na equipe principal do Flamengo – jogara duas partidas do Estadual com o elenco sub-20, enquanto os titulares estavam em pré-temporada nos Estados Unidos.
O lance também não conta com um atacante bloqueando defensores na primeira trave. A rigor, é um movimento de Léo Ortiz para se antecipar ao seu marcador.
Léo Ortiz espera o cruzamento
Reprodução
Lorran faz o cruzamento baixo e, mesmo com a primeira trave defendida por dois adversários, Léo Ortiz emenda para o gol.
Léo Ortiz faz o gol do Flamengo
Reprodução

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