Ex-craques de Vasco e Vitória, Pet e Bebeto lamentam confronto no Z-4 e projetam jogo: “Divisor de águas”

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Na zona de rebaixamento do Brasileiro, equipes se enfrentam às 18h30 deste domingo, no São Januário Além da pressão pela situação na tabela de classificação do Campeonato Brasileiro, Vasco e Vitória possuem alguns elementos em comum. Entre eles, o histórico de craques que defenderam e fizeram história com as duas camisas, casos de Ramon Menezes, Arturzinho, Preto Casagrande, Bebeto e Petkovic. Os dois últimos, com conhecimento profundo sobre os clubes, conversaram com o Globo Esporte Bahia para analisam o momento turbulento de alvinegros e rubro-negros.
Bebeto e Petkovic construíram uma bela história por Vitória e Vasco
Arge/ge
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O Vasco vem de quatro derrotas seguidas na Série A e abre a zona de rebaixamento, na 17ª colocação, com três pontos. Já o Vitória, que ainda não venceu na competição, vem logo em seguida, em 18º lugar, com um ponto, mas um jogo a menos.
Esse confronto pode ser um divisor de águas para uma das equipes”.
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Petkovic desembarcou no Brasil pela primeira vez para defender o Vitória, clube que jogou entre 1997 e 1999 e marcou 59 gols em 90 partidas disputadas. O sérvio foi bicampeão baiano e levantou uma taça do Nordeste nesse período.
Em 2017, depois de pendurar as chuteiras, Pet voltou ao Leão para trabalhar em uma série de funções. O gringo chegou a ser dirigente e técnico rubro-negro ao mesmo tempo.
Petkovic conta bastidores de histórias como a troca do Real Madrid pelo Vitória
Pelo Vasco, Dejan Petkovic jogou em 2002 e foi campeão carioca no ano seguinte. No clube da Colina, foram 28 gols em 66 jogos no total. Ele teve uma segunda passagem pela equipe de São Januário na temporada 2004.
Atualmente com 51 anos, Pet contextualizou as situações ruins dos clubes e viu o empate sofrido pelo Vitória no Ba-Vi do Barradão, após abrir vantagem de dois gols de diferença, como o “marco zero” do momento ruim. Sobre o Vasco, o sérvio lamentou a instabilidade no clube.
– O jogo-chave para o Vitória foi o clássico. O empate abalou um pouco. Depois veio uma sequência com jogos difíceis. Começou jogando contra o Palmeiras, que a gente sabe que é difícil. Tem um jogo a menos contra o Cuiabá. Precisa pontuar para sair dessa situação – indicou.
– Mudança no comando, problemas dentro do próprio clube. Se não abrir o olho, mesmo que tenha um time que, tecnicamente, não deveria passar grandes sustos no campeonato… É um início péssimo – explicou.
Em 2004, Petkovic garante a vitória do Vasco sobre o Flamengo pelo Brasileirão
Já Bebeto, de 60 anos, é mais intenso nos comentários e não esconde o amor pelo Vitória, clube que o projetou para o futebol. O ex-atacante também tem um apreço pelo Vasco, mas, na dividida, sabe por quem torcer.
– Estou preocupado. Eu sou torcedor do Vitória desde criancinha, o clube que me projetou. Muito grato. E o Vasco tenho um carinho especial, a torcida me quer com tanto carinho. Não começaram bem. Mas eu acredito ainda que Vitória e Vasco vão se recuperar. Não tenho dúvida. Espero que rápido.
“Campeonato Brasileiro é muito difícil. E a gente sofreu para caramba, fomos para a Série C. Não quero mais o Vitória nessa situação”, lamentou Bebeto.
Bebeto pelo Vitória, em 1997
Reprodução/TV Globo
Bebeto teve duas passagens pelo Vitória. A primeira, em 1982, foi seu pontapé inicial em uma trajetória de sucesso que tem como ponto mais alto a conquista do tetracampeonato mundial pelo Brasil, em 1994.
O baiano de Salvador também defendeu o Rubro-Negro em 1997 e 2000 e conquistou o estadual e a Copa do Nordeste de 1997.
Em 1997, Bebeto jogou ao lado de Túlio no Vitória
Reprodução/TV Globo
Com a camisa do Vasco, Bebeto foi campeão brasileiro em 1989. O atacante defendeu o clube carioca por quatro temporadas e voltou a jogar pelo Cruz-Maltino em 2001.
Bebeto criticou as contratações e as mudanças de técnico, algo que, de acordo com o ex-atleta, se tornou constante na história recente do time carioca. Recentemente, Ramón Díaz deixou o comando técnico do Vasco, que ainda busca um novo comandante.
– [O Vasco] agora mesmo contratou vários jogadores…Mas tem que saber contratar, né?! Não é sair contratando todo mundo aí. Tem que pensar no clube. Infelizmente é isso. Os caras querem vender jogador, comprar jogador, é empresário, é tanta coisa. Tem que saber contratar, não é sair contratando todo mundo, não é assim. E outra coisa, não para um treinador no Vasco. Coloca Ramon aí, fazendo o trabalho aí, o cara perde uma partida e já manda embora. Aí é difícil, né, cara?! – lamentou Bebeto.
Bebeto em entrevista ao ge
Reprodução / TV Bahia
Realidades financeiras distintas
Petkovic acredita que o clube carioca tem mais condições se fazer um bom campeonato porque disputa a segunda Série A consecutiva e tem o futebol administrado pela SAF da 777 Partners, enquanto o Rubro-Negro estava na Série C há dois anos e joga a elite pela primeira vez depois de cinco temporadas fora.
– Nem tem como comparar os dois times e colocar na mesma situação. O Vitória vem de uma recuperação, estava fora da elite, mas conseguiu se reerguer e está na Série A. Não tem condições econômicas privilegiadas. O Vasco tem um parceiro, investimento, gasto de contratações, e conseguiram trazer jogadores que entendem que são adequados para o time. O Vasco conseguiu a permanência [em 2023] e deveria ter aberto o olho para como foi – detalhou Pet.
Mesmo assim, o sérvio acredita na recuperação do Vitória e aponta o jogo deste domingo como crucial.
“O Vitória, mesma começando mal, tem condição de buscar recuperação. Ainda é cedo. Mas precisa começar domingo”.
Petkovic em entrevista ao ge
Reprodução / TV Bahia
Já Bebeto aponta o sucesso rubro-negro nos Ba-Vis de 2024 (venceu dois de cinco clássicos e foi campeão baiano), diante de um Bahia recheado de bons jogadores, como um fator positivo e que pode servir de inspiração para o Vitória.
– É um começo de campeonato, temos que começar a reagir. Mas eu acho que a gente tem um time bom. A gente ganhou do Bahia cheio de contratações fantásticas. Se a gente ganhou do Bahia, pode ganhar dos outros times também.
O tetracampeão do mundo pela Seleção também destacou o uso de atletas formado na base dos clubes como uma saída para reforçar o time principal nos jogos do Brasileiro. Bebeto, citou, inclusive, o Palmeiras como exemplo.
– Tem que começar a pensar nos meninos. Eu vim da base do Vitória. Eu, Edílson, Dida, David Luiz. Tanta gente que saiu da base do Vitória e foi importante para o Vitória. A mesma coisa acontece com o Vasco. Outro dia eu estava olhando e não tinha um jogador em campo revelado pelo Vasco. O Vasco já revelou tanta gente. Isso é ruim. Vitória só tem um jogador da base, uma base que sempre revelou jogadores. Vamos olhar para dentro de casa. Olha o Palmeiras aí. O Palmeiras é o exemplo. E vai vender. Já vendeu Endrick, vai vender esse menino Estevão agora. E isso dá uma tranquilidade.
Bebeto comemora gol pelo Vasco, Vasc x Santos, Brasileirão 1992
reprodução/vídeo
Com Bebeto e Petkovic na torcida, Vasco e Vitória medem forças às 18h30 (de Brasília) deste domingo, no São Januário, no Rio de Janeiro.

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