Ex-Flu diz que Diniz mudou sua carreira, mira retorno à Seleção e sonha com o Santos no futuro

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Revelado pelo Peixe, Caio Henrique saiu antes de virar profissional e se destacou no Tricolor carioca, onde virou lateral; de férias do Monaco, ele investe em complexo na Baixada Santista Santos enfrenta quatro derrotas seguidas com protestos de torcedores
O lateral-esquerdo Caio Henrique tem as raízes ligadas ao Santos e à Baixada Santista. Atualmente no Monaco, que disputa o Campeonato Francês, o jogador segue acompanhando de longe o Peixe e torcendo pela recuperação do clube, atualmente na Série B do Campeonato Brasileiro.
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De férias em Praia Grande, cidade onde cresceu no litoral do estado de São Paulo, o atleta de 26 anos vive o lado empreendedor. Tem investido na construção de um complexo esportivo, que contará com campo de futebol society, quadras de areia, além de uma academia.
Foi lá, na sede do futuro CH Sports, que o lateral-esquerdo recebeu a equipe do ge. Além do novo empreendimento, Caio Henrique falou sobre a expectativa para a temporada, o sonho de retornar à seleção brasileira, o aprendizado com o técnico Fernando Diniz, além de uma possível volta ao Santos no futuro.
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Caio Henrique, lateral-esquerdo do Monaco
Bruno Gutierrez
Monaco, lesão e Seleção
A última temporada é vista por Caio Henrique como de aprendizado. Após um bom início, sendo titular no Monaco e fazendo a estreia pela seleção brasileira, ainda com o técnico Fernando Diniz, o lateral sofreu uma séria lesão no joelho esquerdo numa partida contra o Nice, no fim de setembro do ano passado.
O problema afastou o jogador dos gramados por sete meses. O retorno se deu somente no início de maio. Recuperado, agora ele espera retomar espaço na equipe e, com Dorival Júnior, buscar novas convocações para a Seleção.
– Essa última temporada foi de muito aprendizado. Tive uma lesão séria no joelho, então, foi um momento de bastante reflexão. Pude voltar nos três últimos jogos. Me senti muito bem, confiante em relação ao joelho, sem medo e dor, que era o mais importante. Consegui dar assistência no último jogo, pra mim foi muito importante. A expectativa é muito boa. Teremos Champions League. Conseguimos classificar a equipe de forma direta, sem repescagem. Voltar para a pré-temporada, me preparar bem porque a temporada promete.
– Claro que a Seleção também não foge da cabeça. Para voltar à Seleção tenho que estar bem no meu clube. Penso bastante nisso, voltar bem pelo Monaco, bem fisicamente, fazer bons jogos e, com certeza, entrarei no radar da Seleção novamente.
Caio Henrique, lateral-esquerdo do Monaco, em treino da Seleção
Fernando Torres/AGIF
Caio Henrique chegou à Seleção em meio a um processo de renovação. A primeira partida foi contra a Bolívia, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, quando substituiu Renan Lodi no segundo tempo. Ali conviveu com parte do elenco que defenderá o Brasil na disputa da Copa América. Apesar de estar na torcida por um título, ele pede que a torcida tenha paciência com o grupo.
– Momento é de renovação. Temos que ter paciência, mas sabemos que é difícil o torcedor ter. Afinal, é a seleção brasileira pentacampeã do mundo. Claro que queremos sempre ganhar. A expectativa é muito boa. Copa América é uma competição muito importante. Vejo com bons olhos. A equipe está preparada, acredito que podemos chegar longe. Como Brasil devemos chegar longe. É uma obrigação nossa. Sabemos a responsabilidade. Estarei na torcida. Tomara que chegue até final e seja campeão.
Santos: passado e, talvez, um futuro
O Santos é um clube pelo qual Caio Henrique mantém carinho. Formado nas categorias de base, ele deixou o Peixe antes de se profissionalizar para atuar pelo Atlético de Madrid, da Espanha. Esteve perto de retornar em 2018, mas as negociações fracassaram e ele foi defender o Paraná.
Mesmo longe, o lateral-esquerdo comentou que segue acompanhando o Santos e torce para que o clube consiga atravessar o mau momento para retornar à disputa da Série A do Campeonato Brasileiro.
– Minha família toda é santista, eu tenho um carinho enorme pelo Santos. Foi muito triste ver o Santos ser rebaixado, jogar a Série B. Agora tento acompanhar um pouco quando dá, assistir aos jogos. O horário, às vezes, não permite. Mas vemos que é um ano de reconstrução. As coisas não são fáceis. A Série B é um campeonato difícil. Até nos últimos jogos o Santos encontrou bastante dificuldade. Acho que tem tudo para subir, voltar para a primeira divisão e não voltar mais para a Série B. É isso que a gente espera.
Nos 10 anos em que esteve na base santista, Caio Henrique conviveu com diversos atletas que acabaram tendo destaque em outros clubes. São os casos, por exemplo, de Claudinho (Zenit) e Igor Vinícius (São Paulo), além do zagueiro Robson Bambu e do volante Thiago Maia. No entanto, o jogador não sabe explicar o motivo de poucos atletas da sua geração terem sido aproveitados no time profissional do Peixe.
Caio Henrique quando defendia a categoria sub-15 do Santos
Pedro Ernesto Guerra Azevedo/Divulgação Santos FC
– É difícil dizer. Sabemos que o profissional é diferente da base. A dificuldade aumenta, o jogo é mais rápido, a adaptação é mais difícil. Difícil apontar um motivo e afirmar. A diretoria tem que olhar com bons olhos, apostar mais nos jovens e ter mais paciência. No futebol brasileiro não temos paciência com os jovens. Jogador faz dois jogos ruins e a torcida já começa a pegar no pé. Falta um pouco disso, passar mais tranquilidade aos jogadores para eles se desenvolverem no profissional. Se tiver isso, sairão mais jogadores do que ficarão no Santos.
Aos 26 anos, uma volta ao Brasil ainda parece distante para Caio Henrique. Contudo, quando for o momento de retornar, ele vê com bons olhos a chance de, enfim, poder defender o Santos.
– Acho que até para minha família seria algo muito emocionante. Meu avô sempre acompanhou, me levava todos os dias para Santos. Era uma vontade dele que eu estreasse pelo profissional do Santos. Realizasse esse sonho. Também tinha muito essa vontade, infelizmente por vários motivos, não aconteceu. Mas por que não? Voltar da Europa, poder jogar no Santos com minha família perto, com meus amigos de infância santistas perto. Poderem ir na Vila Belmiro e assistir a um jogo meu? Seria bastante legal.
Aprendizado com Diniz
O Fluminense é outro clube especial para Caio Henrique. Foi pelo Tricolor, em 2019, que o jogador se encontrou como lateral-esquerdo. Isso graças a Fernando Diniz, por quem o atleta demonstra sentir uma grande admiração.
– Foi a virada de chave na carreira. Mudei de posição. Até ali era meia armador e fui para a lateral esquerda, onde me encontrei. Fui o jogador de linha que mais fez partidas no futebol brasileiro em 2019. Perdi apenas para os goleiros. Foi um momento muito especial para mim. Tenho carinho especial pelo Fluminense. Foi o time que me abriu as portas após minha passagem pelo Paraná e onde me encontrei.
– Também sou muito grato ao professor Diniz. Foi um cara que apostou em mim, me deu confiança. Me deu muitas duras também. Ele é aquilo que vemos na beira do campo. Nos treinamentos, às vezes, é até pior. É um cara exigente, mas procuro dizer que se ele te cobra é porque ele sabe que você tem algo guardado, adormecido. Foi isso que ele fez comigo. Enxergou potencial em mim e sou muito grato a ele. Desejo muita sorte a ele e ao Fluminense. Foi um ano muito especial para mim.
Diniz e Caio Henrique em coletiva de imprensa pela Copa Sul-Americana
Arquivo pessoal
Até por isso, Caio Henrique coloca Diniz como o treinador mais importante da sua carreira. Para ele, foi um técnico que conseguiu extrair o potencial que estava adormecido dentro do lateral-esquerdo.
– Tive vários técnicos importantes. Professor Rogério Micale, por exemplo, foi um cara que me ajudou muito. Mas, com certeza, o Diniz até o momento é, sem dúvida, o treinador que mudou minha carreira. É a virada de chave na minha carreira. O cara que apostou em mim com todas as fichas. É um paizão para mim. Me ajudou dentro e fora de campo. Com certeza, posso dizer que hoje é o técnico mais influente na minha carreira.
A vida em Praia Grande
Enquanto não retorna para a pré-temporada pelo Monaco, Caio Henrique tem acompanhado o andamento das obras do CH Sports, um complexo esportivo que está sendo construído no bairro da Vila Tupi, em Praia Grande, onde o jogador cresceu.
– É um sonho antigo meu e da minha família. Vamos unir minha paixão pelo esporte. O futebol, futevôlei, beach tennis. São modalidades que estão crescendo bastante na Baixada Santista, e a Praia Grande precisava de um espaço como esse. Tudo aqui foi pensado com muito carinho e amor. Tenho certeza de que vamos entregar um complexo de qualidade para moradores da Praia Grande.
Espaço para quadra de futebol society do CH Sports, empreendimento do lateral-esquerdo Caio Henrique
Bruno Gutierrez
O local deverá ficar pronto no segundo semestre e terá um campo de futebol society, três quadras de areia, sendo duas cobertas, academia e um estúdio. A ideia de Caio Henrique é ter, no complexo, uma escolinha de futebol que atenda crianças de 4 anos até adolescentes de 17 anos.
– Vamos ter a escolinha de futebol society. Comecei assim com 5 ou 6 anos. Sei como é importante e como a molecada gosta de jogar. Também teremos horários para locações, turma de amigos, empresas. E o espaço para restaurante, churrasqueira. Quem quiser vir assistir futebol, assar uma carne. Pensamos em uma coisa bem legal para as pessoas aproveitar. O complexo ficará bem legal.
Além disso, as quadras locais também estarão disponíveis para locação. Caio Henrique também planejou um espaço para a realização de festas e confraternizações, com a inclusão de um restaurante e churrasqueira.
– Estamos correndo para finalizar. Obras tem empecilhos no caminho. Mas estamos correndo contra o tempo para entregar até o fim do ano. A expectativa é muito grande.
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