Ex-Real Madrid lamenta crise na Nova Caledônia: “Dois familiares meus foram baleados na cabeça”

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Christian Karembeu, campeão do Mundo com a França em 1998, comenta situação do arquipélago onde nasceu, que é palco de violentos protestos de separatistas O ex-jogador do Real Madrid Christian Karembeu comentou, em entrevista à rádio Europe1, a situação da Nova Caledônia, que é palco de violentos protestos separatistas desde meados do mês de maio. O campeão mundial com a França, em 1998, revelou que perdeu familiares na grave crise no arquipélago onde nasceu.
— Perdi membros da minha família. Por isso fiquei em silêncio, porque estou de luto. Duas pessoas da minha família foram baleadas na cabeça. São atiradores de elite. Esperamos que esses assassinatos sejam investigados — disse o ex-volante.
Há cerca de duas semanas, o governo da França decretou estado de emergência no território francês da Nova Caledônia, onde uma onda de tumultos contra uma reforma do censo eleitoral havia deixado mortos e centenas de feridos.
Christian Karembeu, ex-Real Madrid, é nascido na Nova Caledônia
Getty Images
Entenda a crise
Os protestos começaram na segunda-feira (13), quando a Assembleia Nacional, a Câmara dos deputados francesa, começou a debater a reforma do censo eleitoral. Atualmente, apenas os eleitores recenseados em 1998 e seus descendentes podem participar nas eleições regionais.
Os independentistas consideram que a expansão do censo eleitoral, permitindo que aqueles que se estabeleceram mais recentemente votem, levará à redução da influência proporcional do povo Kanak, os habitantes originais, que têm amplos poderes transferidos por Paris, nas instituições locais.
Depois de uma primeira noite de graves distúrbios, com incêndios criminosos, saques e disparos contra a polícia, as autoridades do território impuseram em vão um toque de recolher obrigatório, proibiram reuniões públicas e fecharam escolas e o aeroporto principal.
Bloqueio de via na cidade de Noumea, na Nova Caledônia
AFP
No entanto, “graves problemas de ordem pública” continuaram na noite de terça-feira com “incêndios e saques a empresas, infraestruturas e estabelecimentos públicos”, afirmou o Alto Comissário – representante do Estado francês – Louis Le Franc.
“Deixo vocês imaginarem o que aconteceria se as milícias começassem a atirar em pessoas armadas”, disse ele.

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