Fator Messi? Jovens sul-americanos pegam carona no crescimento da MLS

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Julian Fernandez e Santiago Rodríguez, do New York City FC, contaram o que motivam talentos a jogarem nos Estados Unidos Dois jovens latino-americanos entram em um restaurante argentino, em Manhattan, no coração de Nova York, para comer uma “parrilla”, o tradicional churrasco argentino, e conversar sobre a experiência de sair de casa para fazer vida e carreira na cidade que chamam de coração do mundo.
A história tão comum a tanta gente que vem a Nova York trabalhar é também do argentino Julian Fernandez e do uruguaio Santiago Rodríguez, atletas do New York City FC, da MLS, a liga profissional de futebol nos Estados Unidos. O clube promoveu um jantar entre jornalistas internacionais, Júlian e Santiago, em rara ocasião de acesso a um bate papo aberto com jogadores. A reportagem do ge esteve no evento e conversou com os jogadores do NYCFC.
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Julian Fernandez e Santiago Rodríguez, do New York City FC, durante almoço com jornalistas
newyorkcityfc.com
O atacante Júlian, de 20 anos, veio do Velez Sarsfield em agosto do ano passado, logo após a apoteótica e transformadora estreia de Messi no futebol dos Estados Unidos. Em nove jogos disputados na temporada, marcou dois gols e deu uma assistência. Antes de deixar a Argentina, ele tinha propostas de outros mercados pelo mundo, mas preferiu apostar em uma liga que abre cada vez mais espaço para a juventude em campo.
— Nós vemos a Liga aqui crescendo muito. Tem muito mais público assistindo no mundo inteiro e sabemos que todos estão atentos ao que acontece aqui. Messi transformou o tamanho do futebol, a chegada do Suarez também chamou muita atenção. Eles são mais veteranos, mas acho que o campeonato aqui virou uma grande oportunidade para muitos jovens atletas talentosos pelo mundo. E a gente percebe isso até pelo ritmo de jogo aqui, mais pegado, mais intenso e corrido. São muitos jovens em campo — disse Julian.
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Julian Fernandez durante almoço com jornalistas
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Santiago, meia uruguaio de 24 anos, camisa 10 do time, enquanto experimentava e elogiava as empanadas portenhas, lembrou que a adaptação a MLS foi facilitada pela língua falada em campo. A modalidade cresce nos Estados Unidos muito baseada nos milhões de descendentes de famílias latino-americanas, que carregam a paixão de futebol de pais para filhos.
O New York City FC tem elenco globalizado, com jogadores vindos de países como Brasil, Argentina, Colômbia, Uruguai, Inglaterra, Montenegro e claro, nativos americanos. Ainda assim, a língua do futebol, no país, é a mesma de Santiago.
— Mesmo quem não é latino, tem que entender um pouquinho o espanhol, porque essa é a língua da bola por aqui. Tanto nos treinos, quanto nos jogos, a gente acaba se comunicando na maioria do tempo em espanhol (Risos). Até com o público, depois dos jogos os torcedores vêm pedir fotos e autógrafos falando espanhol com a gente. E a nossa cultura acaba se espalhando. Muitos jogadores que nem são do Uruguai ou da Argentina tomam mate (chimarrão). No nosso time, o Thiago Martins (ex-Palmeiras) gosta de mate, toma com a gente, mas o Tales Magno (ex-Vasco) não (Risos). Tales é bom na música, cantando e dançando. (…) Ele coloca umas músicas brasileiras no vestiário, gosto da “Tá OK” (Dennis e Kevin O Chris) — contou Julian Fernandez.
Santiago Rodriguez, jogador do NYCFC
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O futebol atual é conectado em nível global por grupos de conversas pelo telefone e vídeos de lances e gols na internet. Santiago e Julian disputam a temporada da MLS, mas acompanham também com atenção o futebol brasileiro, palco de tantos outros talentos sul-americanos.
— Conheço o Mateo Ponte e o Diego Hernandez do Botafogo, são uruguaios, acompanho o futebol no Brasil. Também tem o Arrascaeta, que é um craque no Flamengo. Eu, aliás, queria aquela Parrilla que tem na casa dele, em uma foto do instagram (Risos). Por aqui ainda estou com uma churrasqueira americana, quebra o galho, mas queria algo melhor para fazer churrascos – contou Santiago Rodríguez.
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A saudade do churrasco de casa, dos amigos e a adaptação a outro país é amenizada pelas perspectivas positivas que o ambiente americano sugere em seu atual momento do futebol. Os jovens atletas sabem que o futuro aponta para onde estão.
– Sinto que o país está respirando o futebol. Messi e Suarez estão jogando aqui, vai ter Copa América nesse ano, a próxima Copa do Mundo também vai ser nos Estados Unidos, a liga está crescendo e os estádios são ótimos. Tudo que está melhorando, deve mudar ainda mais nos próximos anos e sei que todo o futebol internacional está olhando para nós – salientou Julian.
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