Favoritismos #5: dicas, palpites e chances de vencer no Brasileirão

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Dos sete jogos da rodada, em três os visitantes são muito inconvenientes, e nos outros quatro, são muito fregueses. Se o Cuiabá não fizer gol, empatará o recorde negativo de jogos sem gol em início de Brasileirão Devido à tragédia climática no Rio Grande do Sul, os três jogos que reuniam equipes gaúchas foram adiados. Das sete partidas previstos para este fim de semana, em três os visitntes são muito inconvenientes: de 2006 para cá com este mando, o São Paulo mais venceu do que perdeu para o Vitória, o Palmeiras nunca perdeu para o Cuiabá, e o Bahia venceu o mesmo número de jogos que perdeu para o mandante Botafogo.
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Nos outros quatro jogos, os visitantes são muito fregueses: o Atlético-MG venceu fora de casa dois dos 17 confrontos contra o Fluminense, e o Fortaleza nunca venceu o Corinthians em seis partidas, o Flamengo não venceu o Bragantino em quatro jogos, e o Vasco não derrotou o Athletico-PR em 12 confrontos. Desta vez, há condições para mudar algumas dessas histórias.

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Analisamos 103.972 finalizações cadastradas pela equipe do Espião Estatístico em 4.217 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013 que servem de parâmetro para medir a produtividade atual das equipes a partir da expectativa de gol (xG), métrica consolidada internacionalmente (veja a metodologia no final do texto).

Espião Estatístico
Favorito >> Atlético-MG
Desde 2015 o Atlético-MG não consegue quando visitante derrotar o mandante Fluminense pela Série A. Foram quatro vitórias do Fluminense e quatro empates. Desde 2006, foram sete vitórias do Fluminense e duas do Atlético-MG em 17 jogos. Desta vez, o Atlético-MG vem de 11 jogos sem perder (8 V, 3 E, 82%). Nos últimos 11 jogos, o Fluminense tem 3 V, 4 E, 4 D, 39%). O Fluminense é o 13º mandante (7 V, 2 E, 2 D, 70%), com a terceira pior defesa mandante (12 gols sofridos em 11 jogos, média 1,09).
O Atlético-MG só não marcou gol em dois dos 21 jogos (10%), melhor marca ofensiva da temporada entre os times da Série A. A equipe tem o terceiro melhor aproveitamento da temporada entre os visitantes (5 V, 2 E, 2 D, 63%), com o segundo melhor ataque forasteiro (1,89).
O Fluminense precisará de muita atenção com as bolas altas porque sofreu assim seis dos últimos dez gols, e o Atlético-MG marcou a partir de jogadas aéreas sete dos últimos dez gols. O Fluminense marcou seis dos últimos dez gols levantando a bola, mas embora o Atlético-MG tenha sofrido assim metade dos últimos dez gols, vem sendo mais difícil marcar dessa forma, pois só um dos últimos quatro gols sofridos pelo Atlético-MG nasceram em bolas altas.

Espião Estatístico
Favorito >> Flamengo
Pela Série A, o Flamengo ainda não conseguiu vencer em Bragança, com confrontos nas últimas quatro edições do Brasileirão. Foram dois empates e depois duas vitórias do Bragantino. Desta vez, o Flamengo tem o segundo melhor desempenho da temporada (15 V, 6 E, 2 D, 74%), e o Bragantino, o quinto pior (11 V, 9 E, 6 D, 54%).
O Flamengo não sofreu gol em 17 dos 23 jogos oficiais que disputou no ano (74%), melhor marca defensiva do ano entre os times da Série A. O Bragantino só não levou gol em nove de seus 26 jogos (35%), segunda pior marca do ano na Série A.
Os dois times marcaram metade dos últimos dez gols trocando passes rasteiros e metade em jogadas aéreas. O Flamengo sofreu oito gols em jogadas, e metade de cada forma. O Bragantino levou seis dos últimos dez gols a partir de jogadas aéreas.

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Favorito >> Corinthians
O Corinthians vem de duas vitórias após três derrotas consecutivas. O Fortaleza vem de dez jogos sem perder, alternando vitórias e empates. No entanto, vale destacar que nos pontos corridos, desde 2006, o visitante Fortaleza ainda não conseguiu derrotar o mandante Corinthians: 3 V e 3 E. Nos pontos corridos, o técnico António Oliveira venceu dois jogos e perdeu um quando mandante e recebendo Vojvoda. No agregado dos mandos foram três vitórias de António Oliveira e uma de Pablo Vojvoda.
O contra-ataque é sempre uma questão quando o Fortaleza está em campo, mas os números indicam que é maior o potencial para o feitiço se voltar contra: o Fortaleza tem 11 gols em contragolpes, segunda maior média, mas o Corinthians só sofreu dois gols dessa forma em 22 jogos. Por outro lado, o Corinthians já fez seis gols em contra-ataques (quinta maior marca), e o Fortaleza sofreu cinco gols (terceira pior marca).
Corinthians tem potencial para surpreender a defesa do Fortaleza com o jogo aéreo, já que o Corinthians fez e o Fortaleza sofreu seis dos últimos dez gols dessa forma. O Fortaleza marcou metade dos últimos dez gols em jogadas rasteiras, e foi em trocas de passes que o Corinthians sofreu seis dos últimos dez gols.

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Favorito >> São Paulo
São Paulo é visitante inconveniente para o Vitória, com cinco triunfos contra apenas três do mandante Vitória. Desta vez, o Vitória vem de uma sequência de cinco jogos sem vencer (2 E, 3 D, 13%); a última vitória foi no jogo de ida da final do Baiano. O São Paulo só perdeu um dos últimos cinco jogos (3 V, 1 E, 1 D, 67%).
Vitória tem forte potencial para marcar gol a partir de jogada aérea porque fez assim nada menos que oito dos últimos dez gols, e o São Paulo levou após bolas altas sete dos últimos dez gols (na temporada, o São Paulo sofreu a partir de jogadas aéreas 14 dos 18 gols em jogadas. O São Paulo também usou bolas altas para marcar sete dos últimos dez gols, mas terá o dificultador de o Vitória só ter permitido após bolas altas três dos últimos dez gols. Será interessante acompanhar o que vai resultar dessas dinâmicas.

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Favorito >> Athletico-PR
Vasco ainda não conseguiu vencer quando visitante nos pontos corridos desde 2006. Foram nove vitórias do Athletico-PR e três empates, como o 0 a 0 do ano passado. Os empates anteriores foram em 2010 e 2011. Nos demais confrontos, o Athletico-PR se impôs. Desta vez há uma pressão extra porque o Vasco só venceu um dos últimos oito jogos (1 V, 3 E, 4 D, 25%).
O Athletico-PR tem o melhor desempenho do ano entre os times da Série A no agregado dos mandos (17 V, 5 E, 3 D, 75%), com o quinto melhor ataque (1,92) e a segunda melhor defesa (0,52). O Vasco tem o terceiro pior desempenho do ano (8 V, 7 E, 5 D, 52%), com o décimo ataque (1,55) e a pior defesa (1,25). O Athletico-PR não sofreu gol em 14 de seus 25 jogos (56%), terceira melhor marca defensiva. O Vasco não levou gol em sete dos 20 jogos (35%), quarta pior marca.
O Vasco marcou e sofreu seis dos últimos dez gols a partir de jogadas aéreas. O Athletico-PR marcou metade dos últimos dez em trocas de passes rasteiros e sofreu sete dos últimos dez gols também em jogadas rasteiras. A esperança do ataque do Vasco vai para o fato de o Athletico-PR ter sofrido em jogadas aéreas três dos últimos quatro gols.

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Favorito >> Botafogo
Em campo estarão dois ataques muito efetivos, empatados na temporada com a segunda maior média de gols por partida (2,00). O Botafogo fez até aqui 27 jogos oficiais e marcou 54 gols; o Bahia disputou 29 jogos oficiais, com 58 gols. Tem tudo para ser um jogo emocionante porque defensivamente, não são tão sólidos: o Botafogo tem a 14ª média de gols sofridos no ano (0,93), o Bahia, a 16ª (0,97).
O Botafogo vem de cinco vitórias consecutivas após duas derrotas sob o comando de Artur Jorge; nos últimos sete jogos, o Bahia só perdeu um, com dois empates e quatro vitórias. Desde 2013, Bahia é visitante inconveniente na Série A contra o Botafogo, com quatro vitórias e três derrotas. Considerados os últimos seis jogos, se mantido o padrão, é vitória do Bahia desta vez.
São duas equipes que têm sido mais efetivas trocando passes: o Bahia marcou mantendo a bola rasteira seis dos últimos dez gols, e o Bahia fez assim oito dos últimos dez gols. Só que o Bahia sofreu sete dos últimos dez gols a partir de jogadas aéreas; o Botafogo levou metade dos últimos dez gols por baixo e metade pelo alto. Em toda a temporada, o Bahia tem a quinta maior média de gols aéreos (0,71), e o Vasco, a quinta pior de gols aéreos sofridos (0,53).

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Favorito >> Palmeiras
Se o Cuiabá não fizer gol nesta partida, vai empatar o recorde de rodadas sem fazer gol em início de Brasileirão. Como teve um jogo adiado, pode completar quatro jogos consecutivos sem fazer gol nas primeiras rodadas, empatando o recorde histórico dos pontos corridos. Terá um desafio e tanto pela frente porque em três confrontos anteriores pela Série A com este mando, o Cuiabá ainda não conseguiu vencer, com um empate e duas vitórias do Palmeiras.
O retrospecto do Cuiabá aponta para um maior potencial de gol trocando passes rasteiros porque marcou assim sete dos últimos dez gols, e foi como o Palmeiras sofreu seis dos últimos dez gols. Já o Palmeiras carrega maior potencial para gol a partir de jogada aérea porque fez dessa forma sete dos últimos dez gols, e o Cuiabá sofreu assim seis dos últimos dez gols.
Grêmio x Criciúma >> Adiado
Cruzeiro x Internacional >> Adiado
Juventude x Atlético-GO >> Adiado
Metodologia
Favoritismos apresenta o potencial que cada time carrega no Brasileirão 2024 comparando o desempenho nos últimos 60 dias como mandante ou visitante em todas as competições e nos últimos seis jogos, independentemente do mando. Também são consideradas as performances defensiva e ofensiva das equipes no jogo aéreo e no rasteiro. Os cálculos referentes à influência de bolas altas e de troca de passes rasteiros entre gols marcados e sofridos só consideram as características dos gols marcados em jogadas. Gols olímpicos, cobranças de pênaltis e de faltas diretas não contam para determinar a influência aérea ou rasteira por serem cobranças feitas diretamente para o gol.
Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de “Gols Esperados” ou “Expectativa de Gols” (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência 103.972 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 4.217 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013. Consideramos a distância e o ângulo da finalização, além de características relacionadas à origem da jogada (por exemplo, se veio de um cruzamento, falta direta ou de uma roubada de bola), a parte do corpo utilizada, se a finalização foi feita de primeira, a diferença de valor mercado das equipes em cada temporada, o tempo de jogo e a diferença no placar no momento de cada finalização.
O desempenho de um jogador é comparado com a média para a posição dele, seja atacante, meia, volante, lateral ou zagueiro, e consideramos o que se esperava da finalização se feita com o “pé bom” (o direito para os destros, o esquerdo para os canhotos) e para o “pé ruim” (o oposto). Foram identificados os ambidestros, que chutam aproximadamente o mesmo número de vezes com cada pé.
De cada cem finalizações da meia-lua, por exemplo, apenas sete viram gol. Então, uma finalização da meia-lua tem expectativa de gol (xG) de cerca de 0,07. Cada posição do campo tem uma expectativa diferente de uma finalização virar gol, que cresce se for um contra-ataque por haver menos adversários para evitar a conclusão da jogada. Cada pontuação é somada ao longo da partida para se chegar ao xG total de uma equipe em cada jogo.
O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson Bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo intervalo de tempo (o jogo). Para chegar às previsões sobre as chances de cada time terminar o campeonato em cada posição foi empregado o método de Monte Carlo, que basicamente se baseia em simulações para gerar resultados. Para cada jogo ainda não disputado, realizamos dez mil simulações.
Favoritismos apresenta também gráficos com a evolução da média móvel em cinco jogos da expectativa de gol (xG) de cada equipe no ataque e o acumulado do que fizeram seus adversários nessas partidas. Para os gráficos, a cada cinco jogos é feita uma média móvel, representada pelas linhas de ataque (preta) e defesa (vermelha, que na verdade é quanto o adversário somou em xG em cada jogo). É uma forma precisa de medir o potencial de cada equipe. A linha amarela mostra a diferença entre as produções dos ataques do time analisado e de seus adversários.
*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Davi Barros, Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, João Guerra, Leandro Silva, Roberto Maleson, Roberto Teixeira, Valmir Storti e Zé Victor Meirinho.

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