Favoritismos #6: dicas, palpites e chances de vencer no Brasileirão

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O maior clássico do Brasil e o Palmeiras tentam roubar o protagonismo do líder Athletico-PR enquanto Bahia e Bragantino se enfrentam para surpreender Depois de ter esperado o jogo contra o Corinthians passar para assumir a equipe, o que gerou certo descontentamento entre flamenguistas, Tite e a defesa do Flamengo vão tentar provar que a robustez defensiva do início da temporada não foi sonho de verão. As duas maiores torcidas do Brasil devem ver em campo equipes compactas: o Flamengo permitiu 11 finalizações por jogo nas cinco primeiras rodadas, mas está com média de um gol sofrido por partida; o Corinthians levou 11,4 finalizações por jogo, mas tem a terceira maior resistência defensiva, um gol sofrido a cada 19 conclusões contrárias. O Corinthians não levou gol em três dos cinco jogos, segunda melhor marca defensiva; o Flamengo só não levou gol em um, e vai encarar um Maracanã desconfiado. Ainda assim, uma vitória em casa, no sábado, levaria o Flamengo à liderança provisória do Brasileirão.
Flamengo x Corinthians: saiba tudo sobre o jogo da 6ª rodada do Brasileirão Série A 2024
O líder atual tem uma missão ingrata no domingo: o Athletico-PR tem dez pontos e vai ao Allianz tentar derrotar o multicampeão Palmeiras para manter seu protagonismo no ano do centenário. Com dez pontos, se perder será superado pelo atual bicampeão brasileiro, que tem oito pontos, o mesmo que o Flamengo. Dois jogos incríveis em uma mesma rodada.

Info esporte
Analisamos 104.160 finalizações cadastradas pela equipe do Espião Estatístico em 4.224 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013 que servem de parâmetro para medir a produtividade atual das equipes a partir da expectativa de gol (xG), métrica consolidada internacionalmente (veja a metodologia no final do texto).

Espião Estatístico
Favorito >> Flamengo
O Flamengo é amplamente dominante quando mandante no clássico nacional que movimenta as duas maiores torcidas do país: pela Série A, de 2006 em diante, foram 17 partidas, com 11 vitórias do Flamengo e três do Corinthians. As duas últimas vitórias do Corinthians foram em 2015 e em 2022, esta última quando o Corinthians era treinado por Vítor Pereira, que acabou indo para o Flamengo.
Não será surpresa se o Corinthians entrar em campo com Yuri Alberto como titular: ele é o artilheiro do Corinthians nos jogos fora de casa na temporada, com cinco gols marcados, além de ter participado da construção da jogada de outros dois dos 16 gols que o Corinthians marcou como visitante. O artilheiro do Flamengo no ano quando mandante é o atacante Pedro, que marcou sete dos 23 gols do Flamengo, além de ter feito uma assistência e participado de outros dois lances que acabaram na rede.
O Corinthians tem potencial para surpreender a partir de jogada aérea porque marcou assim seis dos últimos dez gols, e foi dessa forma que o Flamengo sofreu seis dos últimos dez gols (seis dos últimos oito gols que levou). O Flamengo fez metade dos últimos dez gols usando bolas altas e metade em passes rasteiros. O Corinthians sofreu seis dos últimos dez gols (e quatro dos últimos cinco) em jogadas rasteiras.

Espião Estatístico
Favorito >> Palmeiras
Que jogaço! Principalmente se você aprecia trabalhos defensivos bem realizados: o Athletico-PR está com a segunda melhor média de gols sofridos na temporada (0,52), e o Palmeiras, com a quarta melhor (0,63). O Athletico-PR não levou gol em 15 dos seus 27 jogos no ano (56%), terceira melhor marca da Série A, e o Palmeiras não levou gol em 13 dos 27 jogos (48%), quarta melhor marca. O Athletico só não fez gol em quatro jogos (15%), quinta melhor marca, e o Palmeiras não fez gol em cinco partidas (19%), oitava marca ofensiva. O Athletico-PR tem o melhor aproveitamento da temporada no agregado dos mandos entre os times da Série A (19 V, 5 E, 3 D, 77%), e o Palmeiras, o quarto maior (17 V, 8 E, 2 D, 73%). O Palmeiras ainda não fez gol em casa neste Brasileirão em dois jogos, e o Athletico fez um fora.
O Palmeiras é muito dominante quando recebe o Athletico-PR: em 16 confrontos pela Série A desde 2006 com este mando, foram dez vitórias do Palmeiras contra quatro do adversário, que trinfou pelas últimas vezes em 2017 e em 2022. O Athletico-PR precisará ser cauteloso porque o Palmeiras já fez sete gols em contra-ataques no ano (quinta maior marca), e o Athletico-PR sofreu assim cinco gols, segunda pior marca entre os times da Série A.
As duas equipes usaram bolas altas para marcar seis dos últimos dez gols usando bolas altas, o Palmeiras com quatro dos últimos seis gols, e o Athletico-PR com três dos últimos seis. Os dois times sofreram a partir de jogadas aéreas quatro dos últimos seis gols, o Palmeiras sofrendo apenas um dos últimos cinco gols dessa forma; o Athletico-PR levando quatro dos últimos cinco gols assim. Potencial maior para o Palmeiras marcar após a bola viajar pelo alto.

Espião Estatístico
Favorito >> Fortaleza
O Fortaleza só conseguiu derrotar o Botafogo em um dos cinco jogos que disputou como mandante pela Série A desde 2006, e o Botafogo já venceu duas vezes. Desta vez, o Botafogo vem com a moral de time que só perdeu um dos últimos sete jogos, com seis vitórias nas outras partidas. Já o Fortaleza, nos últimos sete jogos teve duas vitórias, quatro empates e uma derrota.
Nos últimos jogos, a efetividade do Fortaleza esteve mais ligada ao jogo aéreo, marcando assim cinco dos últimos sete gols, embora nos últimos dez gols esteja meio a meio com jogadas rasteiras. O Botafogo sofreu metade dos últimos dez de cada forma, mas três dos últimos cinco gols sofridos foram em bolas rasteiras. O Botafogo tem um maior potencial rasteiro porque marcou assim seis dos últimos dez gols (quatro dos últimos cinco), e o Fortaleza também sofreu seis dos últimos dez gols em jogadas rasteiras (quatro dos últimos sete gols sofridos).

Espião Estatístico
Favorito >> Cruzeiro
Duas defesas que sofreram o mesmo número de gols (sete), 14ª média do Brasileirão, vão enfrentar ataques de desempenhos bem opostos: o Cruzeiro está com o quarto melhor desempenho, com sete gols marcados (1,75), enquanto o Atlético-GO só fez dois gols em quatro jogos (0,50), segunda pior marca do campeonato. O Atlético-GO até aqui construiu pouco e mal: tem média de 8,5 finalizações por partida (terceira pior marca) e um gol a cada 17 tentativas (quarta pior eficiência). O Cruzeiro tem a quarta maior produtividade (14,3 conclusões por jogo), com a sétima eficiência, um gol a cada 8,1 chances.
Por outro lado, o Cruzeiro está com a segunda menor resistência defensiva, um gol sofrido a cada 5,1 conclusões contrárias, enquanto o Atlético-GO está com a 12ª resistência, um gol sofrido
As duas equipes têm sofrido principalmente gols a partir de jogadas aéreas: o Atlético-GO com seis dos últimos oito gols que levou (e dos últimos dez), e o Cruzeiro, com seis dos últimos seis gols sofridos (oito dos últimos dez). Potencial maior para gol aéreo do Atlético-GO, que se fez metade dos últimos dez gols de cada forma, dez três dos últimos quatro gols usando bolas altas. O Cruzeiro só fez um dos últimos seis gols a partir do jogo aéreo (quatro dos últimos dez).
*Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100%
Espião Estatístico
Favorito >> Bahia
Em três jogos com este mando pela Série A, o Bahia venceu dois e empatou o outro. O Bragantino ainda não conseguiu sair com os três pontos, mas desta vez chega com uma sequência de oito jogos sem perder, o que enche o time de confiança, com quatro vitórias e quatro empates (67%), porém, fora de casa só empatou nessas partidas. Terá um desafio imenso porque nos últimos oito jogos o Bahia teve cinco vitórias, dois empates e uma derrota (71%).
Dois ataques efetivos, o Bragantino com oito gols (média 1,60; quinta maior média), e o Bahia com sete gols (1,40; sétima média). Com média de 12,0 finalizações por jogo, o Bragantino fez um gol a cada 8,6 tentativas, e o Bahia tem média de 12,4 arremates por partida e um gol a cada 8,6 chances.
O Bragantino vem de sequências em que o jogo rasteiro tem dado mais emoções a seus jogos: marcou cinco dos últimos oito gols trocando passes rasteiros, e sofreu assim quatro dos últimos seis gols em bolas rasteiras. É exatamente assim que o Bahia tem chegado ao gol: em oito dos últimos dez gols (sete dos últimos oito) usou bolas rasteiras para balançar a rede. Defensivamente, o Bahia sofre muito mais pelo alto, com sete dos últimos nove gols nascendo em jogadas aéreas (sete dos últimos dez).

Espião Estatístico
Favorito >> Vasco
É tamanha a tensão para esta partida que o Vasco joga por um trinfo para tentar deixar o Z4 das últimas colocações do Brasileirão enquanto mesmo se conquistar os três pontos, o Vitória ainda ficará com o Vasco nas últimas colocações. As duas defesas estão encontrando muitas dificuldades neste início de competição, o que é sempre um problemaço na Série A: o Vasco está com média de 2,0 gols sofridos por jogo (quarta pior marca do campeonato), e o Vitória com 2,25 (segunda pior marca).
Seria de se esperar por muitos gols com duas defesas tão problemáticas, mas os ataques não têm ajudado muito: o Vasco tem média de 14,0 finalizações por partida (sexta marca), mas um gol a cada 17,5 tentativas (terceira pior marca); o Vitória tem média está com média de 9,5 conclusões por partida (quarta pior marca) e um gol a cada 12,7 chances (13ª média).
A partida tem alto potencial para gol a partir de jogada aérea. O Vitória marcou a partida de jogadas aéreas nove dos últimos dez gols (e todos os últimos sete gols) e, assim, tem potencial para surpreender dessa forma, principalmente porque o Vasco sofreu em jogadas com bolas altas sete dos últimos dez gols (e cinco dos últimos sete gols). No ataque, o Vasco também usou bolas altas para marcar seis dos últimos dez gols (seis dos últimos sete gols). Embora o Vitória tenha sofrido após bolas altas quatro dos últimos dez gols, foram quatro dos últimos seis, estando mais vulnerável nos jogos mais recentes.

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Favorito >> São Paulo
O Fluminense é um adversário muito inconveniente quando viaja para enfrentar o São Paulo. Pela Série A, desde 2006, foram 18 partidas, seis vitórias do São Paulo e cinco do Fluminense. Mas já foi pior: as últimas vitórias do Fluminense foram em 2014 e em 2019. Nos últimos sete confrontos com este mando pelo Brasileirão foram quatro empates.
O jogo tem alto potencial para gol do São Paulo a partir de jogada aérea porque a equipe marcou dessa forma sete dos últimos dez gols, as mesmas influências aéreas dos gols sofridos pelo Fluminense, que cinco dos últimos oito gols trocando passes rasteiros. O São Paulo é muito bom em bloquear ataques rasteiros, tendo sofrido assim, em toda a temporada, apenas quatro dos 20 gols em jogadas (sem contar pênaltis). Dos últimos dez gols, o São Paulo sofreu sete em jogadas aéreas. Foi pelo alto que o Fluminense derrotou o Colo-Colo.
É incrível como desde a chegada do técnico argentino Luis Zubeldía, o São Paulo se tornou um especialista em jogadas aéreas. Sem contar pênaltis, enquanto foi comandado por Thiago Carpini, fez 11 gols aéreos e 11 gols rasteiros; com Milton Cruz foram dois gols, um aéreo e um rasteiro; com Zubeldía, 11 gols, oito aéreos (73%) e três rasteiros 27%). O São Paulo ainda não perdeu sob o comando de Zubeldía: foram cinco vitórias e um empate, duas dessas vitórias como visitante na Libertadores.
Metodologia
Favoritismos apresenta o potencial que cada time carrega no Brasileirão 2024 comparando o desempenho nos últimos 60 dias como mandante ou visitante em todas as competições e nos últimos seis jogos, independentemente do mando. Também são consideradas as performances defensiva e ofensiva das equipes no jogo aéreo e no rasteiro. Os cálculos referentes à influência de bolas altas e de troca de passes rasteiros entre gols marcados e sofridos só consideram as características dos gols marcados em jogadas. Gols olímpicos, cobranças de pênaltis e de faltas diretas não contam para determinar a influência aérea ou rasteira por serem cobranças feitas diretamente para o gol.
Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de “Gols Esperados” ou “Expectativa de Gols” (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência 104.160 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 4.224 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013. Consideramos a distância e o ângulo da finalização, além de características relacionadas à origem da jogada (por exemplo, se veio de um cruzamento, falta direta ou de uma roubada de bola), a parte do corpo utilizada, se a finalização foi feita de primeira, a diferença de valor mercado das equipes em cada temporada, o tempo de jogo e a diferença no placar no momento de cada finalização.
O desempenho de um jogador é comparado com a média para a posição dele, seja atacante, meia, volante, lateral ou zagueiro, e consideramos o que se esperava da finalização se feita com o “pé bom” (o direito para os destros, o esquerdo para os canhotos) e para o “pé ruim” (o oposto). Foram identificados os ambidestros, que chutam aproximadamente o mesmo número de vezes com cada pé.
De cada cem finalizações da meia-lua, por exemplo, apenas sete viram gol. Então, uma finalização da meia-lua tem expectativa de gol (xG) de cerca de 0,07. Cada posição do campo tem uma expectativa diferente de uma finalização virar gol, que cresce se for um contra-ataque por haver menos adversários para evitar a conclusão da jogada. Cada pontuação é somada ao longo da partida para se chegar ao xG total de uma equipe em cada jogo.
O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson Bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo intervalo de tempo (o jogo). Para chegar às previsões sobre as chances de cada time terminar o campeonato em cada posição foi empregado o método de Monte Carlo, que basicamente se baseia em simulações para gerar resultados. Para cada jogo ainda não disputado, realizamos dez mil simulações.
Favoritismos apresenta também gráficos com a evolução da média móvel em cinco jogos da expectativa de gol (xG) de cada equipe no ataque e o acumulado do que fizeram seus adversários nessas partidas. Para os gráficos, a cada cinco jogos é feita uma média móvel, representada pelas linhas de ataque (preta) e defesa (vermelha, que na verdade é quanto o adversário somou em xG em cada jogo). É uma forma precisa de medir o potencial de cada equipe. A linha amarela mostra a diferença entre as produções dos ataques do time analisado e de seus adversários.
*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Davi Barros, Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, João Guerra, Leandro Silva, Roberto Maleson, Roberto Teixeira, Valmir Storti e Zé Victor Meirinho.

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