Flamengo descobre contragolpes como arma em vitória contra o Grêmio

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Somatório de fatores antes e durante o jogo revelaram a melhor alternativa para o rubro-negro bater o tricolor A primeira das nove partidas que o Flamengo pode ter sem a metade de seu time titular foi reveladora ao indicar um caminho interessante para Tite. Normalmente o Mais Querido não é uma equipe que visa o aproveitamento constante de contra-ataques como estratégia, mas desta vez foi o melhor cenário para superar o Grêmio, que foi superior nos primeiros minutos no Maracanã.
Esta não era a ideia inicial, mas a postura ofensiva do Imortal, somada a duas mexidas que o rubro-negro se viu obrigado a fazer ainda no 1º tempo, transformaram o curso do jogo neste sentido. Luiz Araújo foi determinante e se mostrou uma grande opção para o período da Copa América ao marcar dois gols. Lorran e Pedro também merecem destaque.
Escalações
Além dos cinco nomes convocados para a Copa América – Varela, Viña, Pulgar, De la Cruz e Arrascaeta -, Tite também não teve Ayrton Lucas e Allan. Preferiu manter Gérson a partir da ponta-direita e fez duas imrpovisações. Léo Pereira na lateral-esquerda e Léo Ortiz como volante. Wesley, Igor Jesus e Lorran ganharam oportunidade.
Renato Gaúcho também não teve jogadores importantes. Perdeu Villasanti e Soteldo convocados para a Copa América. Diego Costa e Gustavo Nunes foram desfalques. Pedro Geromel segue sem condições plenas. Dodi foi mantido como volante e Rodrigo Ely fez novamente dupla de zaga com Kannemann. Everton Galdino e JP Galvão fizeram o trio de frente com o argentino Pavón.
Como Flamengo e Grêmio iniciaram o duelo válido pela 8ª rodada do Brasileirão 2024
Rodrigo Coutinho
O jogo
A quantidade de desfalques nos dois lados certamente influenciou no cenário aberto do confronto. O Flamengo, time mais habituado a ter o controle das ações com a posse de bola e não sofrer tanto defensivamente, acabou encontrando dificuldades para se impor, e viu um agressivo Grêmio criar os melhores ataques da metade inicial do 1º tempo.
Descoordenado para pressionar a bola, principalmente quando recuava o bloco de marcação, o rubro-negro não conseguia deter as boas trocas de passe que o time gaúcho encaixava na intermediária ofensiva. Pepê e Dodi distribuíam. Cristaldo flutuava para o lado da jogada. Pavón e João Pedro se entendiam muito bem pelo lado direito e produziram as duas melhores jogadas do Tricolor.
JP Galvão também mostrava ímpeto. Teve uma finalização perigosa travada por Igor Jesus dentro da pequena área. A imprecisão para arrematar foi um dos pecados do Imortal na 1ª etapa. Teve chances para marcar. O outro sacrilégio esteve na demorar para recompor a partir metade do 1º tempo. As transições defensivas começaram a falhar no pior momento possível.
Everton Cebolinha em Flamengo x Grêmio
André Durão
As dificuldades vistas na parte defensiva apareciam em menor escala quando o Mais Querido atacava. Por mais que a naturalidade dos movimentos do time se perdesse em diversos momentos, a qualidade era alta. Lorran fazia uma boa distribuição. Pedro ganhava duelos e segurava a bola ao receber de costas em contragolpes, e Everton Cebolinha tinha boas ações pela esquerda.
O camisa 11, porém, sentiu lesão muscular e foi substituído por Bruno Henrique. Outro a sair com o mesmo problema ainda na etapa inicial foi o volante Igor Jesus, que também contribuía ofensivamente até aquele momento. Tite recuou Gérson para jogar de volante e colocou Luiz Araújo na ponta-direita.
Com dois pontas de velocidade em campo aberto, Lorran acelerando o jogo por dentro, e Pedro fazendo um bom papel de pivô, os contragolpes do Flamengo ficaram mais potentes. Girando rapidamente o jogo de lado nessas transições, encontrou cenários favoráveis para finalizar, e Luiz Araújo marcou um lindo gol ao receber desta forma.
Pouco antes o ponta canhoto já havia acertado a trave de Rafael Cabral. Se não tinham um jogo necessariamente controlado, os cariocas passaram a ser mais perigosos contra o corajoso Grêmio.
Luiz Araújo comemora gol contra o Grêmio
André Durão
Os ajustes defensivos feitos por Tite no intervalo aumentaram a segurança do sistema defensivo do Flamengo no 2º tempo. Mais compacto entre os setores, com Léo Ortiz e Gérson ajustados à frente da linha de defesa, e pontas dedicados no trabalho defensivo, o rubro-negro praticamente zerou o risco em sua meta e fez vários desarmes que originaram transições rápidas.
Lorran era a peça que puxava os ataques velozes, acionava Pedro, Bruno Henrique ou Luiz Araújo mais a frente. O Grêmio não conseguia oferecer resistência. Era pesado para correr na direção da própria meta, deixava a última linha exposta. O segundo gol de Luiz Araújo no jogo veio com naturalidade em um desses contra-ataques. Outra bela finalização do camisa 7.
Antes disso, Pedro, Bruno Henrique e David Luiz já haviam chegado muito perto de ampliar. A bola parada ofensiva foi outra arma de constante perigo dos anfitriões. O Grêmio teve uma melhora com a entrada de Nathan Fernandes pela esquerda.
Driblador e rápido, deu trabalho à defesa do Flamengo no setor. Criou três bons lances, mas nenhum deles terminou em bola na rede. Entre contragolpes cedidos e pressão no ”abafa”, o Tricolor conseguiu diminuir basicamente no último lance do jogo, com Edenílson de cabeça. Com apenas seis jogos realizados, o Grêmio está um ponto acima da zona de rebaixamento.

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