Flamengo mostra suas versões em reencontro com a liderança

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Time controlou totalmente o jogo por mais de 70 minutos, mas voltou a oscilar e ver a vitória ameaçada O torcedor rubro-negro já está se habituando. Há alguns jogos tem acompanhado o Flamengo mostrar organização, segurança em diversos momentos, mas dificuldade de evitar as oscilações quando se encontra com placares e situações favoráveis. Desta vez, porém, o tempo de supremacia foi maior, e coroou uma vitória que leva o Mais Querido a dividir a liderança do Brasileirão com o Internacional.
Na 1ª rodada do ano passado isso chegou a acontecer em conjunto com o Fluminense, mas a largada com 100% de aproveitamento em duas rodadas gera confiança de que a regularidade será maior com a sequência da competição. O São Paulo foi dominado tática e técnicamente, mas ao menos lutou bastante e incomodou nos últimos minutos.
Escalações
Tite preservou Arrascaeta e Luiz Araújo. Allan entrou no meio-campo e De La Cruz jogou mais adiantado. Gérson ainda não tem condições de atuar 90 minutos. Na frente, Bruno Henrique fez companhia a Pedro e Everton Cebolinha.
Thiago Carpini manteve o esquema com três zagueiros, mas promoveu o retorno de Welington na ala-esquerda. Michel Araújo compôs o meio-campo com Pablo Maia e Alisson. Galoppo foi para o banco. Rafinha, Lucas Moura e James Rodriguez seguiram desfalcando a equipe.
Como Flamengo e São Paulo iniciaram o duelo válido pela 2ª rodada do Brasileirão 2024
Rodrigo Coutinho
O jogo
Morno! Apesar da quantidade de coisas importantes envolvidas neste Flamengo e São Paulo no Maracanã, o ritmo da 1ª etapa acabou não sendo tão atrativo. O rubro-negro foi superior e naturalmente mais organizado. Sofreu muito pouco na defesa, mas ficou devendo em criatividade no ataque.
Perdeu Cebolinha lesionado logo aos 12 minutos. Luiz Araújo teve que abortar a missão de gerenciar seu tempo em campo para ir ao gramado. Bruno Henrique passou ao lado esquerdo. O time da casa teve momentos de boa marcação no campo de ataque, pressionando a saída tricolor ou retomando rápido na intermediária contrária após um desarme adversário. Chegou ao gol assim.
De La Cruz, bem solto pelo centro do gramado, recuperou uma bola rechaçada pela defesa do São Paulo e tocou para Luiz Araújo marcar em belo chute. O Tricolor teve um problema de ocupação de espaços entre os setores. Muito campo entre meio e ataque, pouca compactação entre o trio central e Luciano e Calleri, o que explicou a quantidade de bolas recuperadas pelo Flamengo nesta zona.
O time da casa alternou pressões altas e médias depois do gol, e o São Paulo conseguiu conectar passes até o campo de ataque. Tentava girar o jogo rapidamente de um lado a outro, trabalhar a tabela entre alas e meias, e buscar Calleri em cruzamentos da linha de fundo. O centroavante incomodou desta forma, mas não levou perigo à bem postada defesa carioca.
Flamengo x São Paulo gol Luiz Araújo
Thiago Ribeiro/AGIF
O melhor lance do São Paulo no 1º tempo veio em desarme de Alisson no campo de ataque, que gerou um chute do próprio meio-campista de média distância. Rossi respondeu bem. Igor Vinícius também era agressivo pela direita. Welington buscava fazer o seu papel de gerar profundidade pela esquerda. O Flamengo defendia corretamente as zonas de finalização.
Com a bola, o rubro-negro poderia ter tido mais regularidade para criar. Foram poucas jogadas de destaque em fase ofensiva. Quase sempre produzia a partir de erros forçados no campo rival. Bruno Henrique chegou a fazer boa jogada pela esquerda, mas Pedro não concluiu bem.
O centroavante foi alvo de alguns passes médios e por elevação, ”sem peso”, para escorar a De La Cruz, na tentativa mais buscada pelo rubro-negro de superar as subidas de marcação do São Paulo. Nem sempre a jogada teve continuidade. Por vezes em virtude de méritos dos defensores são-paulinos, que foram firmes neste combate. Mas também pela ausência de mais conexões entre as peças.
Alisson e De La Cruz disputam a bola em Flamengo x São Paulo
Jorge Rodrigues/AGIF
No intervalo, Thiago Carpini deu mais velocidade pelos flancos ao seu time. Erick e Ferreira substituíram Michel Araújo e Ferraresi. O São Paulo passou ao 4-2-3-1, com Luciano se aproximando de Calleri pelo meio. O efeito imediato foi zero! Principalmente porque o Flamengo voltou a intensificar as ações de marcação no campo de ataque, e sufocou o Tricolor no princípio do 2º tempo.
Não demorou para ampliar o marcador em grande jogada de Pedro, que roubou de Igor Vinícius e quase marcou um golaço. Rafael impediu e De La Cruz fez o segundo dele no campeonato no rebote. O time não relaxou de imediato na sequência. Talvez esse tenha sido o melhor sinal depois de uma frequência em que tal comportamento atrapalhou o desempenho por muitos minutos em outros jogos.
Seguiu marcando a saída de bola do São Paulo e criando chances. Poderia ter ampliado com Pedro e Fabricio Bruno. O Tricolor, já com André Silva no lugar de Calleri, não conseguia gerar perigo até diminuir o placar com Ferreira. Boa jogada entre Erick e Alisson pela direita, e cruzamento nas costas de Varela para o ponta marcar.
Jogadores do São Paulo contra o Flamengo, no Maracanã
Thiago Ribeiro/AGIF
A queda do rubro-negro no jogo ocorreu logo após as saídas de De La Cruz e Bruno Henrique, os melhores do time ao lado de Pedro. Gérson e Victor Hugo entraram sem conseguir manter o bom ritmo dos titulares. Natural!
Allan, que marcou de forma passiva na origem do lance e mais uma vez não fez um bom jogo, deu lugar a Igor Jesus. O São Paulo chegou a assustar em novas finalizações de Ferreira e Luciano. André Silva novamente aumentou a mobilidade do time, mas a última grande chance do jogo foi do Flamengo.
Pulgar desperdiçou diante de Rafael em jogada que faria o resultado ser mais condizente com o que se viu em campo. Além da lógica conquista dos três pontos, uma boa notícia para Tite foi conseguir o objetivo sem precisar utilizar Arrascaeta, que apenas assistiu do banco e estará de fôlego renovado diante do Palmeiras no final de semana.

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