Fluminense dá voto de confiança a John Kennedy, que mira sequência após afastamento

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Camisa 9 marcou o segundo gol da vitória sobre o Sampaio Corrêa, na Copa do Brasil. Diniz e Mário destacaram responsabilidade do jogador, apoio do clube e influência de lideranças Nesta quarta-feira, contra o Sampaio Corrêa, o Fluminense confirmou a vaga nas oitavas de final da Copa do Brasil ao vencer por 2 a 0. Um dos gols no Maracanã veio dos pés de John Kennedy, que disputou sua terceira partida pelo Tricolor após o período em que ficou afastado. A volta ao grupo comandada por Fernando Diniz foi assunto em entrevista coletiva do técnico e do presidente Mário Bittencourt.
Fluminense 2 x 0 Sampaio Corrêa | Melhores momentos | 3ª Fase | Copa do Brasil 2024
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— Já é a segunda ou terceira vez em que a gente o abraça, e é muito importante que as pessoas entendam que esse abraço é após a repreensão que a gente deu. Creio que foi entendida, em grande parte, pelas pessoas. O Fluminense tem uma divisão de base muito qualificada, há anos, é um formador de pessoas, de jogadores e principalmente de pessoas — disse Mário, acrescentando:
— Quando a gente dá uma nova oportunidade a um jogador depois de uma indisciplina, a gente tá trabalhando muito mais para salvá-lo do que se preocupando especificamente com as questões da instituição. O Fluminense vai fazer outros John Kennedys ao longo da sua história, como já fez para trás, como fará pra frente. Como fez o Marcelo, outros tantos jogadores que jogam pelo futebol mundial.
A polêmica começou quando John Kennedy, Alexsander, Arthur e Kauã Elias organizaram festa na concentração antes de clássico contra o Vasco. O quarteto foi afastado por uma semana, e seguiu treinando de forma separada do grupo. Por consequência, os jogadores perderam partidas contra o Cerro Porteño (PAR) e o Corinthians, pela Conmebol Libertadores e pelo Brasileirão, respectivamente.
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John Kennedy comemora gol em Fluminense x Sampaio Corrêa, pela Copa do Brasil
Lucas Merçon e Marcelo Gonçalves/FFC
Alexsander, Arthur e Kauã foram reintegrados não só pelo bom comportamento, mas também por terem seguido à risca o cronograma de treinos imposto pelo Tricolor. JK, por sua vez, faltou a um dos treinos. No dia da viagem para o Paraguai, também teve atraso superior a 1h, o que acarretou em um novo afastamento – desta vez, sem prazo definido.
A festa no hotel do Fluminense, considerada “acima do tom”, incomodou lideranças do elenco. Na época, o clube não vivia bom momento em clássicos, com 13 jogos sem vitórias contra rivais estaduais. Esse era, inclusive, o motivo para a concentração antes do jogo contra o Vasco: manter o foco para tentar aliviar as críticas sofridas.
A reincidência em casos de indisciplina também foi levada em conta na hora de definir a punição a John Kennedy. Mário, em entrevista, reforçou que o clube entende ser parcialmente responsável pela reintegração do atleta, mas que cabe ao camisa 9 buscar se redimir. Ele foi reintegrado antes do jogo contra o São Paulo, no dia 13 de maio.
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Fernando Diniz e Mário Bittencourt, do Fluminense, em entrevista coletiva
Lucas Merçon e Marcelo Gonçalves/FFC
— Dizemos muito para ele internamente: temos nossa parcela de contribuição, mas quem tem que querer se ajudar, se salvar, é ele. Em relação à vida como um todo. Qualquer pessoa que tenha um problema de ordem pessoal, comportamental, precisa buscar ajuda, mas tem que querer. É muito mais o querer do John do que nós sermos considerados por ele ter voltado. A gente fez o que tinha que fazer, com toda a convicção do mundo — completou Mário.
Na última quinta-feira, contra o Cerro Porteño, John Kennedy voltou a atuar em uma partida de Libertadores. Ao citar o afastamento pela primeira vez em entrevista, disse que o sentimento ruim da pena já havia ficado para trás, preferindo citar o “sonho” de disputar o torneio continental.
Fernando Diniz, por sua vez, endossou o voto de confiança a John Kennedy. Na opinião do treinador, o retorno do atleta ao grupo não poderia acontecer sem o respaldo de todo o elenco. Afinal, um retorno com clima negativo poderia afetar a moral de outros jogadores sem envolvimento no caso. Era preciso, antes de tudo, prezar pela harmonia do grupo.
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John Kennedy comemora gol em Fluminense x Sampaio Corrêa, pela Copa do Brasil
André Durão
— É muito difícil também ser o John Kennedy, porque atrás do John Kennedy tem uma história difícil e diferente, que talvez vocês não tenham acesso. Porque pra isso precisa conhecer o John Kennedy e conversar com ele. Acho que eu conheci o John Kennedy mais de 50 vezes. E a gente sempre quer, de fato, estender a mão e tentar ajudar. E é uma relação que tem também muitas mãos ajudando. E o que a gente tenta fazer e o trabalho, de fato, meu pilar central, é na condição humana dos jogadores — argumentou Diniz.
— É uma pessoa que joga futebol, é uma máquina que joga. A maioria deles tem uma fragilidade emocional muito grande. Às vezes, uma aparente fortaleza, mas quando você se depara com o jogador tête-à-tête (frente a frente) e vai buscar um pouco mais a sua intimidade, você vê que ali tem um vazio que precisa ser sempre preenchido. Eu sempre falo isso: o futebol brasileiro é muito carente em relação a essa tensão que a gente tem que ter. O problema é muito mais psicossocial do que tático, técnico e físico, e a gente tem um olhar muito distorcido para isso.
Depois de balançar as redes contra o Sampaio Corrêa, John Kennedy declarou que quer “engrenar” na temporada. Sua próxima chance pode ser contra o Alianza Lima, na próxima quinta-feira, pela Conmebol Libertadores, também no Maracanã. O Tricolor já está classificado às oitavas da competição continental, em primeiro lugar do grupo A.
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