Longe de acordo, Vasco e 777 se armam para batalhas judiciais próximo a início de arbitragem

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Advogados de americanos devem protocolar até quinta agravo interno, e jurídico do clube precisa requerer arbitragem da FGV até o dia 14 de junho, 30 dias depois de decisão liminar Em crise no futebol e em briga societária dentro da SAF, o Vasco caminha para novos capítulos da guerra judicial nos próximos dias. Mais de duas semanas após a ruptura que tornou a diretoria de Pedrinho controladora da SAF vascaína, o diálogo do clube com a 777 Partners é apenas protocolar neste momento. As duas frentes se preparam para as próximas batalhas, tanto no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro quanto na mediação de arbitragem, que ficará a cargo da Fundação Getúlio Vargas.
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A 777 Partners concentra esforços para recorrer – o que vai acontecer entre quarta e quinta-feira – com agravo interno da decisão em segunda instância na Vara Empresarial do TJRJ. A não concessão de efeito suspensivo da liminar preocupou mais os americanos do que a decisão original do dia 15 de maio – por ser em segunda instância e, também, porque houve tempo para preparar contra-argumentos para rebater o corpo jurídico do Vasco. A liminar saiu apenas com a peça inicial dos advogados do clube de São Januário.
Na ação negada, a 777 Partners defendia que estava em dia com suas obrigações com a SAF vascaína e alfinetava Pedrinho, presidente do Vasco, citado como “garoto mimado” que tomou a decisão por ter “desejos contrariados” nos assuntos da SAF.
Presidente Pedrinho ao lado de Lúcio Barbosa, CEO da SAF do Vasco
Matheus Lima/Vasco
Nos bastidores, houve divergências que iam da falta de ouvidos aos advogados do grupo de Pedrinho na briga pela licitação do Maracanã – por uma alegada boa relação com o Governo do Rio de Janeiro -, até ausência de avisos simples como da escolha da contratação e depois da demissão do agora ex-diretor de futebol Alexandre Mattos. A principal alegação do grupo de Pedrinho, porém, é de que a ação se tornou imperiosa pelo derretimento da 777 Partners pelo mundo.
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Os advogados do Vasco, da diretoria eleita de Pedrinho, vão requerer a arbitragem à FGV até o dia 14 de junho – conforme rito previsto na decisão cautelar de primeira instância. A liminar do Vasco tem espécie de validade de 30 dias para julgamento do mérito. Quando solicitada a arbitragem na FGV, cada lado nomeia um árbitro. Estas escolhas podem ser impugnadas por cada uma das partes. Após esse processo, os dois indicam em consenso um terceiro árbitro para o procedimento decisório.
Os dois processos correm em paralelo – tanto o movimento do recurso da 777 Partners e possível avanço até a decisão em plenário no TJ, quanto o pedido do Vasco para começar a arbitragem.
A partir do início da arbitragem, os juízes da mediação da FGV podem manter os efeitos da decisão em instâncias anteriores na Justiça do Rio ou podem rever o caso e devolver o controle da SAF vascaína para a 777 enquanto se discute o caso. O prazo de resolução da arbitragem é de difícil previsão, mas normalmente leva acima de três meses. No clube, acredita-se até que pode não acabar neste ano de 2024.
E a venda? E as contas?
A interlocução entre Vasco e a 777 Partners hoje é tímida – o controle da 777 ainda é de Josh Wander, embora esteja afastado da empresa e não assine as procurações de seus advogados na briga judicial nos tribunais cariocas. Ao mesmo tempo, ainda não houve sinalização de mudança nas condições colocadas anteriormente sobre qualquer possibilidade de venda. Ou seja, o preço desejado é de US$ 120 milhões e em prazo bem exíguo – até mesmo à vista – para pagamento de apenas 31% das ações já compradas pela 777 Partners.
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O desejo do grupo americano, inclusive, era apenas vender “o pacote” de clubes, não apenas o Vasco, como condição de negócio. Do lado da diretoria de Pedrinho, hoje existe canal de troca de informações com outros clubes insatisfeitos com a 777.
Até a ação preparatória para a arbitragem, do último dia 14 de maio, existiam conversas sobre possível negociação. Depois, apenas interlocutores com contatos quase protocolares. Existe entendimento que não vai existir negociação num momento em que uma liminar dá vantagem a uma das partes – o que pressupõe vantagem do lado da diretoria de Pedrinho, mas também afastaria investidores estrangeiros em meio à batalha judicial.
Na visão da diretoria de Pedrinho, após o susto inicial de muitos potenciais compradores, há análise de que os investidores aguardam para conhecer o “tamanho do buraco” da 777 e da SAF vascaína. Ao longo desta semana, é possível que estas condições sejam mais claras com as respostas do perito designado para analisar as contas da SAF vascaína.
Desde a ruptura com a 777, os últimos dias marcaram atuação mais constante de Pedrinho no futebol. Além de nomear Felipe para diretor técnico de futebol, o presidente tem mantido contatos constantes com Pedro Martins, que hoje se reporta mais a Pedrinho do que a Lucio Barbosa, o diretor geral da Vasco SAF. Por decisão de Pedrinho, o CEO Lucio hoje está mais distante do futebol.
Existe preocupação sobre o pagamento de contas – estima-se que entre a alta folha salarial do futebol, acordos para pagamento de dívidas do Regime Centralizado de Execuções (RCE), da Fazenda e outros compromissos, o custo mensal do Vasco seja da ordem de R$ 30 milhões mensais -, mas a entrada de verba com novo patrocinador e receita de transmissões de TV ajudem o clube a se viabilizar neste período.
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