Muito além da resenha, ex-Flamengo Vini Souza monta força-tarefa por sucesso na Premier League

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Terceiro maior desarmador da competição, volante tem bons números na temporada mesmo com queda do Sheffield e detalha trabalho feito em casa na Inglaterra Vini Souza monta força-tarefa por sucesso na Premier League
Vinícius Souza é mais um dos “crias” do Flamengo que curte férias no Rio de Janeiro após ter se destacado na Europa. O ex-rubro-negro, que defendeu o clube em oito jogos entre 2019 e 2020, mesmo sendo rebaixado com o Sheffield United nesta temporada na Inglaterra teve números individuais que chamaram a atenção na Premier League.
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Em bate papo descontraído com o ge, o volante não esconde o jeito carioca da resenha, mas fala sério quando detalha a preparação especial que montou em casa para se firmar na Europa. Há o acompanhamento rotineiro com preparador físico, nutricionista e uma equipe de análise de desempenho. Na temporada 2022/23, Vini Souza havia defendido o Espanyol, da Espanha.
Vini Souza detalha adaptação à Premier League
Entre todos os jogadores da Premier League, Vini Souza foi o terceiro em desarmes (125) e o top-8 em duelos ganhos. Os números são melhores ainda se analisarmos somente os companheiros de time: Vinícius é o primeiro em desarmes (125), primeiro em passes bloqueados (40), primeiro em duelos totais ganhos (220) e primeiro em duelos ganhos no chão (153). Aos 25 anos, o volante afirmou que se sente confortável jogando no Campeonato Inglês.
– Não foi muito fácil (o coletivo), mas eu achei bem tranquilo individualmente. Eu me senti confortável na Premier League. Não senti dificuldade de jogar. Eu me sentia pronto para estar na Premier League. Foi rolando bem naturalmente – disse em entrevista ao ge antes de continuar:
– Parecia que eu estava pronto para Premier League, mesmo eu nunca tendo jogado. Eu vinha de um time que jogava defensivamente na La Liga. Quando eu cheguei no Sheffield e eles me mostraram o plano de jogo, eu comecei a focar nisso. Quanto menos toques eu dava na bola era melhor. Eu saia da pressão com um toque. Foram coisas que eu conversei com o pessoal da análise que tinha que melhorar, então quando cheguei na Premier League, eu já estava bem focado. Espero que na próxima temporada aconteça o mesmo.
Vini Souza monta força-tarefa por sucesso na Premier League
Reprodução
Uma parte do conforto vem de um trabalho de estudo feito com uma equipe de análise de desempenho da Performa Sports, que age de forma individual para a carreira de Vini Souza. As conversas pré-jogo são consideradas valiosas pelo volante.
– Eles conversam comigo na noite anterior do jogo e eu consigo levar para o jogo do dia seguinte. Eu troco a chave muito rápido. Eu fico muito com isso na cabeça. Não me atrapalha. Eu gosto muito. Quando eu pego um jogador de enfrentamento direto, que eu sei que vai receber a bola no meu espaço, então eu gosto de chegar na hora e saber que ele vai levar mais para direita, e eu vou fechar na esquerda para ele levar para direita e eu roubar a bola. Isso é um dos meus segredos de jogo – e completou:
– Eu posso deixar ultrapassar porque eu tenho uma recuperação muito boa. Quando eles acham que passaram por mim, eles dão uma relaxada. São coisas que junto com a análise me ajudaram muito. Mas é perigoso porque vai ter momento que eu não vou conseguir recuperar. Eles batem muito nessa tecla. Mas isso é muito natural. Vem dando certo. E espero seguir assim – explicou o volante.
Vini Souza, do Sheffield United, monta força-tarefa por sucesso na Premier League
Reprodução
Para Vini Souza, o caminho na Premier League foi simplificado também pela temporada anterior no Espanyol. Forte defensivamente, o volante rodou em algumas posições durante o campeonato inglês, mas se vê melhor como primeiro volante.
– Eu acho que essa temporada eu evolui muito mais defensivamente. O Espanhol e o Sheffield jogavam da mesma maneira. Foi mais fácil para mim. Não é que eu goste de defender o tempo todo, mas é um dos meus fortes aqui. Isso soa muito positivo (…) No Sheffield, eu segurava mais de primeiro volante, bem a frente da defesa. Até porque jogávamos com três zagueiros e eu era o suporte deles na frente. Isso me segurou muito em ir par ao ataque. No final da temporada eu fui mais para 8, pelo lado direito. Fiz até um jogo de zagueiro. Eu me sinto confortável em qualquer posição, mas claro que o que eu mais gosto de jogar é de 6 ali, em frente a defesa. Eu me sinto cômodo fazendo a direita e a esquerda, é uma facilidade do meu futebol.
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Para a próxima temporada, Vinição quer jogar mais com a bola, assim como acontecia nos tempos de Flamengo, que atuava mais como 8 e tinha o costume de sair jogando.
– Tem desarme que você comemora, chega a celebrar. Quando é um cara que tem superioridade, mas você consegue o desarme, automaticamente sai uma comemoração. Mas é claro que ter a bola é muito melhor do que ficar defendendo. Claro que eu posso mostrar muito mais com a bola, a minha vida toda no Flamengo foi com a bola. Essa próxima temporada eu espero tocar mais na bola, movimentar mais. Já estou com o pessoal da análise onde eu posso criar o espaço para receber. São coisas que eu quero melhorar para próxima temporada – revelou ao ge.
Vini Souza realizando fortalecimento na pré-temporada
Reprodução
O contrato com o Sheffield vai até o fim de 2027 e Vini Souza aguarda a movimentação de mercado para saber se ficará no clube inglês ou terá outro destino. Por enquanto, o volante está no Rio de Janeiro curtindo férias ao lado da família.
– Eu cheguei para férias e quis desconectar total. Conversei com meu pai que na primeira semana eu queria relaxar total. Não sei nada. Não sei o que vai acontecer. Eu ainda sou do Sheffield. Tenho data para voltar para o Sheffield. Eu só quero ficar com meus filhos e aproveitar o restante das férias porque a próxima temporada com certeza vem pesada.
Carioca raiz, Vini escolheu a cidade de Manchester como casa na Inglaterra. O local fica a 45 minutos de Sheffield e foi onde o jogador montou boa parte da estrutura para manter o trabalho extracampo. Para manter a forma física, Vini Souza levou o preparador físico Léo Melo para morar na Europa. O acompanhamento com o fisioterapeuta e a nutricionista também é diário.
Outras respostas
Seleção com meio-campistas da Premier League
Bruno (Guimarães) já tem dois anos. DG quatro. João (Gomes) foi para segunda temporada. É realmente prazeroso ver todos eles lá e enfrentá-los. Eles fazendo duas três temporadas boas, o Bruno já veio estava jogando bem no Lyon antes de vir para Newcastle, o próprio João no Flamengo. Foi muito bom encontrá-los, e jogar em alto nível com pessoas que você jogou, é muito legal. Eu já tinha amizade com todos. Espero que a gente possa se encontrar muito mais vezes.
Relação com Flamengo
Eu fui no último jogo da Libertadores em casa. Eu tenho que ir no Ninho para encontrar o restante do pessoal. Todo mundo que eu tive contato no jantar foi bastante legal. É legal relembrar o que aconteceu. Resenha da época de 2019 e 2020. Eu sou grato a todos eles. Sempre deixei claro em toda entrevista. Noval me recebeu mais uma vez. Fui no camarote do staff. Eu agradeço a eles por tudo. Que a temporada continue como vem sendo.
Vinicius Souza, do Flamengo
André Durão
Jorge Jesus
Eu tive contato com o Mister umas duas vezes por telefone. Ele perguntou como eu estava, como estava a minha cabeça. Ele me preparou muito para Europa. Eu entendo que ele não me preparava para o Flamengo, ele me preparava para o meu futuro. Tudo o que eu venho fazendo hoje, eu já vinha fazendo em 2019, e isso me facilitou muito na Europa. Sou super grato a ele e a todo o staff.
Cara mais difícil
Odegaard do Arsenal, foi muito maneiro enfrentá-lo. Foi o jogador que pensava muito antes, quando eu ia chegar próximo dele ele já sabia, sabe? Saia muito rápido. Eu ainda tentava segurar ele no corpo, quando eu ia para a direita, ele já vinha para esquerda e recebia a bola de novo de frente. Foi bastante interessante. Foram enfrentamentos que me ajudaram muito a levar para a próxima temporada e para os próximos jogos também. Foi bem top, porque eu falei “já errei com essa maneira com Odergaard” e com outro jogador de outro peso que é o Maddison do Tottenham já acertei nessa movimentação, então foi bem legal enfrentá-lo.
Foi bom enfrentar o Salah. Ele caiu mais para a esquerda e eu joguei mais pelo centro, mas foi bom. Todo jogo é bom na Premier League. Todo jogo é em um nível altíssimo.
No Chelsea teve o Palmer, que estava em um nível altíssimo, que jogou o primeiro tempo todo pelo meu lado. Aí no segundo tempo ele foi pro outro lado e acabou fazendo gol e dando assistência. Ele fez uma temporada incrível também, a maioria das vezes que eu enfrentei esse pessoal que caiu do meu lado, não tive muito problema, nunca deixei eles pensarem muito. O que eu falei do Odegaard, é que ele não conseguia tocar para frente, mas conseguia tocar de lado e já aparecia de novo nas minhas costas. Ele é especial nesse sentido, parecia que ele tinha me estudado. E, com certeza ele me estudou, assim como eu estudei ele, então foi maneiro enfrentá-lo.
Salah Vini Souza Vinicius Sheffield United x Liverpool
Lee Smith/Reuters
Cara mais maneiro
Bruno Fernandes (Manchester United) foi maneiro. Ele que pediu a minha camisa. Eu fiquei “caramba, para que tu quer a minha?” (risos). Ai eu peguei a dele, até trouxe para casa, deixei com a minha mãe e com meu pai, e foi um jogador que é super especial também na Premier League, vem jogando a muito tempo em alto nível, e foi maneiro enfrenta-lo também, mesmo que tenha caído mais pro meu lado. Ele me desejou boa sorte para eu continuar assim. Dei boa sorte e apertei a mão dele.
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