Aos 87 anos, Seu Tião vira símbolo tricolor e mostra que amor ao clube de coração é capaz de superar até uma doença Poy; De Sordi, Mauro, Dino, Vítor e Riberto, Maurinho, Amaury, Gino, Zizinho e Canhoteiro. O time em questão levou o São Paulo ao título Paulista de 1957, há quase sete décadas, marcando a história do Tricolor e ficando na memória do torcedor que a viu de perto.
Com Alzheimer, idoso viraliza nas redes sociais ao lembrar de cor escalação do São Paulo
A história a seguir, porém, não tem como protagonista nenhum dos craques mencionados, mas sim um ilustre são-paulino que, desta escalação, guarda uma de suas memórias mais especiais.
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Trata-se de Sebastião Ribeiro de Paiva, o Seu Tião. O ex-açougueiro tornou-se uma espécie de símbolo da torcida Tricolor através de um vídeo no qual dita do 1 ao 11 do time em questão sem titubear.
Seu Tião com a camisa que recebeu de presente dos netos: amor sem limites
Arquivo pessoal
Aos 87 anos, Seu Tião convive com a doença de Alzheimer há uma década. No entanto, o amor pelo clube de coração manteve a lembrança viva na memória deste são-paulino fanático, cujos olhos registraram quase toda a gloriosa história do Tricolor Paulista.
Paixão que resiste a décadas
Em uma família dividida entre são-paulinos e palmeirenses, Seu Tião sempre se notabilizou pelo espírito esportivo. Quem explica é seu neto, o jornalista Daniel Ribeiro que, embora alviverde de coração, compartilha uma linda história de lembranças relacionadas ao futebol com o avô.
– Sou palmeirense desde pequeno e meu avô nunca influenciou em nada. Nossa relação é muito amistosa quanto a isso e muito próxima. Quando meus avós moravam em São Paulo, sempre passei as férias com ele e íamos muito ao Morumbi – explica Daniel.
A família vive em Sorocaba, no interior paulista, e se notabiliza pelos encontros amistosos entre os dois lados da família na casa dos avós.
Sebastião foi sócio do São Paulo na década de 1960 e nunca deixou de acompanhar o clube
Arquivo pessoal
A relação de Seu Tião com o São Paulo, no entanto, folclórica. Tanto é que, segundo o próprio neto, entre as histórias de vida que sempre contou, o patriarca da família relatou ter jogado bola no terreno do Morumbi antes da construção do estádio, além de marcar presença em eventos marcantes, como a inauguração da casa Tricolor e as finais da Libertadores de 1974, 1993 e 1994, entre outros.
Outra história memorável envolve a rivalidade entre São Paulo e Corinthians e também terminou com final feliz para o, à época jovem, Sebastião.
– Era uma final de Paulista entre São Paulo e Corinthians e meu avô, que à época namorava minha avó, foi assistir na casa da família dela, toda corintiana. Seu sogro e cunhado tinham comprado fogos para soltar caso o Corinthians fosse campeão. Só que isso não aconteceu, quem acabou ganhando foi o São Paulo. Então, meu avô foi lá, roubou os fogos e soltou para comemorar – conta Daniel, aos risos.
Amor e solidariedade
Além de sempre ter respeitado a escolha dos netos pelo rival alviverde, Seu Tião não deixou de participar de momentos marcantes na vida de torcedor dos palmeirenses da família.
Apesar dos times rivais em campo, fora dele o amor que unia a família sempre falou mais alto e permitiu que avô e netos compartilhassem experiências em “território inimigo”.
– Uma vez meu avô encontrou um amigo das antigas e esse cara era conselheiro do Palmeiras. Ele nos convidou a ir ao CT do clube e meu avô foi junto! Tem foto dele ao meu lado com os jogadores do Palmeiras. Essa é a nossa relação. Íamos juntos ao Morumbi e também ao CT e ao estádio do Palmeiras.
Ao lado de Valdívia, ídolo palmeirense: mesmo são-paulino fanático, Seu Tião nunca deixou de acompanhar os netos, torcedores do Verdão
Arquivo pessoal
A chegada dos netos palmeirenses, aliás, “amoleceu” o coração são-paulino de Seu Tião que, embora nunca tenha deixado de torcer pelo clube, passou a levar a paixão de outra forma.
– Meu tio conta que depois que os netos palmeirenses chegaram, meu avô deixou de ser tão fanático e passou a levar mais na esportiva. Mas ele ia muito ao estádio. Quando o jogo não era televisionado, ele acompanhava pelo rádio. Podia estar passando Palmeiras x Corinthians que ele ficava com o rádio acompanhando o São Paulo – relata Daniel.
O carinho do avô pelos netos é recíproco. Foi assim que eles resolveram homenageá-lo com uma camiseta personalizada, peça que Seu Tião guarda e ostenta com muito carinho.
– Meu avô não tinha camisas do São Paulo. Ele mesmo nos contava que não era algo tão comum antigamente, e ele não comprava até por falta de dinheiro. Mas quando o São Paulo foi campeão Brasileiro pela última vez (2008), meus primos e eu fizemos uma personalizada para ele – revela Daniel.
Seu Tião ao lado do neto Leonardo: rivais dentro de campo, parceiros fora dele
Arquivo pessoal
“Emocionante”
O vídeo em que Seu Tião repete a escalação de 1957 do São Paulo ganhou as redes sociais e imediatamente tornou-se viral.
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O registro foi feito pelo neto, Daniel, e rapidamente foi replicado por páginas são-paulinas. Em uma das redes sociais do jornalista, o número de visualizações já passa de 1,1 milhão.
– Não esperava essa repercussão toda. Tinha medo de publicar e as pessoas acharem que estava me aproveitando de uma situação de saúde para viralizar, mas a repercussão foi muita positiva. Pude acompanhar muitas histórias de várias pessoas se identificando, comentando sobre seus avós que também tiveram Alzheimer e falando que não é só futebol mesmo. Tem sido emocionante – relata o neto de Seu Tião.
Com Alzheimer, idoso viraliza nas redes sociais ao lembrar de cor escalação do São Paulo
A história a seguir, porém, não tem como protagonista nenhum dos craques mencionados, mas sim um ilustre são-paulino que, desta escalação, guarda uma de suas memórias mais especiais.
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+ Outras notícias do ge.globo/tvtem
Trata-se de Sebastião Ribeiro de Paiva, o Seu Tião. O ex-açougueiro tornou-se uma espécie de símbolo da torcida Tricolor através de um vídeo no qual dita do 1 ao 11 do time em questão sem titubear.
Seu Tião com a camisa que recebeu de presente dos netos: amor sem limites
Arquivo pessoal
Aos 87 anos, Seu Tião convive com a doença de Alzheimer há uma década. No entanto, o amor pelo clube de coração manteve a lembrança viva na memória deste são-paulino fanático, cujos olhos registraram quase toda a gloriosa história do Tricolor Paulista.
Paixão que resiste a décadas
Em uma família dividida entre são-paulinos e palmeirenses, Seu Tião sempre se notabilizou pelo espírito esportivo. Quem explica é seu neto, o jornalista Daniel Ribeiro que, embora alviverde de coração, compartilha uma linda história de lembranças relacionadas ao futebol com o avô.
– Sou palmeirense desde pequeno e meu avô nunca influenciou em nada. Nossa relação é muito amistosa quanto a isso e muito próxima. Quando meus avós moravam em São Paulo, sempre passei as férias com ele e íamos muito ao Morumbi – explica Daniel.
A família vive em Sorocaba, no interior paulista, e se notabiliza pelos encontros amistosos entre os dois lados da família na casa dos avós.
Sebastião foi sócio do São Paulo na década de 1960 e nunca deixou de acompanhar o clube
Arquivo pessoal
A relação de Seu Tião com o São Paulo, no entanto, folclórica. Tanto é que, segundo o próprio neto, entre as histórias de vida que sempre contou, o patriarca da família relatou ter jogado bola no terreno do Morumbi antes da construção do estádio, além de marcar presença em eventos marcantes, como a inauguração da casa Tricolor e as finais da Libertadores de 1974, 1993 e 1994, entre outros.
Outra história memorável envolve a rivalidade entre São Paulo e Corinthians e também terminou com final feliz para o, à época jovem, Sebastião.
– Era uma final de Paulista entre São Paulo e Corinthians e meu avô, que à época namorava minha avó, foi assistir na casa da família dela, toda corintiana. Seu sogro e cunhado tinham comprado fogos para soltar caso o Corinthians fosse campeão. Só que isso não aconteceu, quem acabou ganhando foi o São Paulo. Então, meu avô foi lá, roubou os fogos e soltou para comemorar – conta Daniel, aos risos.
Amor e solidariedade
Além de sempre ter respeitado a escolha dos netos pelo rival alviverde, Seu Tião não deixou de participar de momentos marcantes na vida de torcedor dos palmeirenses da família.
Apesar dos times rivais em campo, fora dele o amor que unia a família sempre falou mais alto e permitiu que avô e netos compartilhassem experiências em “território inimigo”.
– Uma vez meu avô encontrou um amigo das antigas e esse cara era conselheiro do Palmeiras. Ele nos convidou a ir ao CT do clube e meu avô foi junto! Tem foto dele ao meu lado com os jogadores do Palmeiras. Essa é a nossa relação. Íamos juntos ao Morumbi e também ao CT e ao estádio do Palmeiras.
Ao lado de Valdívia, ídolo palmeirense: mesmo são-paulino fanático, Seu Tião nunca deixou de acompanhar os netos, torcedores do Verdão
Arquivo pessoal
A chegada dos netos palmeirenses, aliás, “amoleceu” o coração são-paulino de Seu Tião que, embora nunca tenha deixado de torcer pelo clube, passou a levar a paixão de outra forma.
– Meu tio conta que depois que os netos palmeirenses chegaram, meu avô deixou de ser tão fanático e passou a levar mais na esportiva. Mas ele ia muito ao estádio. Quando o jogo não era televisionado, ele acompanhava pelo rádio. Podia estar passando Palmeiras x Corinthians que ele ficava com o rádio acompanhando o São Paulo – relata Daniel.
O carinho do avô pelos netos é recíproco. Foi assim que eles resolveram homenageá-lo com uma camiseta personalizada, peça que Seu Tião guarda e ostenta com muito carinho.
– Meu avô não tinha camisas do São Paulo. Ele mesmo nos contava que não era algo tão comum antigamente, e ele não comprava até por falta de dinheiro. Mas quando o São Paulo foi campeão Brasileiro pela última vez (2008), meus primos e eu fizemos uma personalizada para ele – revela Daniel.
Seu Tião ao lado do neto Leonardo: rivais dentro de campo, parceiros fora dele
Arquivo pessoal
“Emocionante”
O vídeo em que Seu Tião repete a escalação de 1957 do São Paulo ganhou as redes sociais e imediatamente tornou-se viral.
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O registro foi feito pelo neto, Daniel, e rapidamente foi replicado por páginas são-paulinas. Em uma das redes sociais do jornalista, o número de visualizações já passa de 1,1 milhão.
– Não esperava essa repercussão toda. Tinha medo de publicar e as pessoas acharem que estava me aproveitando de uma situação de saúde para viralizar, mas a repercussão foi muita positiva. Pude acompanhar muitas histórias de várias pessoas se identificando, comentando sobre seus avós que também tiveram Alzheimer e falando que não é só futebol mesmo. Tem sido emocionante – relata o neto de Seu Tião.
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