No Equador, Palmeiras tem virada digna de seu momento histórico

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Time fez 1º tempo pavoroso, mas ganhou combatividade e capacidade ofensiva ao longo do jogo Se algum palmeirense dormiu antes do término da 1ª etapa na noite desta quarta-feira, diante do Independiente del Valle, certamente receberá uma grande notícia na quinta pela manhã. O time vinha sendo amplamente dominado pela boa equipe equatoriana, mas superou suas próprias dificuldades, as impostas pelo adversário, e a altitude de Sangolquí para buscar uma virada que parecia improvável.
O gol de Endrick nos acréscimos do 1º tempo foi o primeiro ”choque” para colocar o Verdão no jogo. Ajustes feitos no intervalo também alteraram os comportamentos anímico e tático da equipe, que ainda ganhou agressividade com as entradas de Lázaro, Luis Guilherme, Estevão e Flaco López no sistema ofensivo. Os três atos fizeram o Palmeiras voltar com os três pontos para São Paulo.
Escalações
O técnico Javier Gandolfi não teve o meia Junior Sornoza, ex-Fluminense e Corinthians. O experiente Romario Ibarra entrou pelo lado esquerdo. Abel Ferreira preservou Murilo e Flaco López. Luan ganhou sequência e Marcos Rocha voltou ao time titular. Zé Rafael seguiu fora e Richard Rios foi mantido. Rony entrou a partir do lado esquerdo do ataque e Endrick atuou centralizado.
O jogo
Poucas vezes o Palmeiras fez uma etapa tão ruim desde que Abel Ferreira assumiu o comando técnico do clube há cerca de três anos e meio. Foi totalmente dominado pelo bom time do Independiente del Valle, que trabalhou a bola com liberdade, encaixou seus movimentos, e poderia ter construído uma larga vantagem antes do intervalo.
O 2×1 parcial aos equatorianos saiu no lucro para o Verdão. A altitude de 2.500m de Sangolquí obviamente influenciou, o desgaste acumulado dos palestrinos também, mas faltou atitude competitiva ao time. Longe daquilo que a equipe costuma ser. O resultado foi um massacre de cerca de 40 minutos. O lado esquerdo da defesa foi o ”salão de festas” do jovem craque Kendry Paez.
Atuando como meia-direita, ele ganhou liberdade para fazer trocas de posição com Renato Ibarra e gerar amplitude ao time no setor em determinados momentos. Piquerez e Aníbal Moreno, seja qual dos dois fosse responsável pelo encaixe de marcação, não conseguiam fazer frente. Aos 16 anos, o talentoso canhoto marcou seu 1º gol em Libertadores aos 12′, e deu assistência para Hoyos ampliar.
Independiente del Valle x Palmeiras
Divulgação/Conmebol
O Del Valle não tinha problemas para colocar em prática o seu estilo. Bola de pé em pé, jogo posicional, zagueiros encorajados a construir e encontrando pouca combatividade do Palmeiras. Beder Caicedo atacava bem aberto pela esquerda. Isso liberava um posicionamento mais central a Romario Ibarra. Zabala era o meia-esquerda. Ele e João Ortiz dominaram inteiramente o meio-campo.
O lateral-direito Landazuri fazia a saída de três alinhado aos zagueiros e depois se soltava por dentro. Era um elemento ativo na construção ofrensiva da equipe. Até em virtude disso, Abel mexeu na ideia inicial de ter Endrick a partir da ponta-esquerda. O camisa 9 teria que marcá-lo. A troca com Rony foi feita antes dos cinco minutos de jogo. Mas o rápido atacante o perdeu de vista algumas vezes.
Com a bola, o Palmeiras era igualmente letárgico. Se mexia pouco para gerar opções de passe desde a defesa. Não tinha energia suficiente para trabalhar com bolas longas. Não se compactava ofensivamente. Só conseguiu trocar passes de maneira duradouro perto dos acréscimos, e acabou premiado com um gol de Endrick. Belo cruzamento de Rony na origem do lance.
O gol na reta final do 1º tempo fez bem ao Palmeiras, que voltou para a 2ª etapa com ajustes importantes. Conseguiu ter encaixes de marcação mais intensos e o time esteve mais compacto com e sem a bola. Isso possibilitou mais aparições a Mayke no campo de ataque, além de aproximações de Raphael Veiga pela direita. A equipe não era mais amplamente dominada e já competia.
Independiente del Valle x Palmeiras
Divulgação/Conmebol
Richard Rios quase empatou o jogo em bola retomada no ataque. Pelo lado equatoriano. Kendry Paez, em menor escala, seguia gerando chances pelo lado direito do ataque. Na gestão de minutos de seus titulares, Abel Ferreira sacou Mayke e Raphael Veiga antes da metade da etapa complementar. Luis Guilherme entrou na função de Veiga, e Estevão na de Mayke.
Na sequência foi a vez de Vanderlan, Flaco López e Lázaro entrarem. Luan, Endrick e Rony saíram. Piquerez passou a jogar de zagueiro. Aníbal Moreno e Richard Rios só melhoravam em campo. A medida que a produtividade ofensiva caía, os equatorianos se expunham mais, um prato cheio para a quantidade de talento e ”sangue novo” que o time brasileiro tinha no ataque.
Não demorou para chegar ao empate em jogada iniciada por Aníbal Moreno e finalizada por Lázaro, que recebeu lindo passe de Flaco López. O Palestra sustentou bem a pressão do também renovado Del Valle com as mexidas feitas por Gandolfi. Weverton fez duas ótimas defesas. Gustavo Gómez, Marcos Rocha e Piquerez se desdobraram na proteção da área.
O melhor ficou reservado para o final. Luís Guilherme, atuando como meia-central, acertou um lindo chute para vencer o irregular Moisés Ramirez. Vitória com o dedo do maior treinador da história palmeirense, com a marca de um elenco que não se cansa de competir, e com o brilho dos jovens da pródiga base palestrina.

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