Novo dono do Cruzeiro “financiou” Arrascaeta, acionou clube na Justiça e criticou “salários absurdos”

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Pedro Lourenço tem histórico de ajuda ao clube em mais de dez anos, mas precisou acionar jurídico para cobrar valor referente à compra do atleta uruguaio, hoje no Flamengo Pedro Lourenço vive os primeiros dias como proprietário da SAF do Cruzeiro, mas a ligação dele com o clube é bem mais longa. Cruzeirense declarado, o empresário ajudou em contratações e despesas ao longo dos últimos anos, criticou política salarial e faz parte da lista de credores na Recuperação Judicial da associação.
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Pedrinho, como é conhecido pelos amigos, vai participar oficialmente do futebol do Cruzeiro pela primeira vez na história. Mas, na prática, ele está ativo nos bastidores há muito mais tempo. Participou, pelo menos, de cinco gestões em mais de 15 anos.
O empresário aportou dinheiro no Cruzeiro para algumas contratações ao longo do período. Ajudou, por exemplo, a montar os times vencedores do Brasileiro (2013 e 2014) e da Copa do Brasil (2017 e 2018). A contratação de maior destaque foi Arrascaeta, peça de retorno técnico indiscutível, mas que também gerou embate na Justiça.
O uruguaio se destacou no Defensor e tinha acerto encaminhado com o Internacional, mas o Cruzeiro deu “chapéu” nos gaúchos e fechou a contratação, em 2015. Na época, Pedrinho emprestou, em nome da empresa dele, R$ 6 milhões ao clube em troca de 25% dos direitos de Arrascaeta.
Arrascaeta fez história com o Cruzeiro e foi vendido ao Flamengo, no início de 2019, por cerca de R$ 55 milhões. Pedro, portanto, teria direito a receber em torno de R$ 13,7 milhões, o que não aconteceu. Ao longo de 2019, o empresário notificou a gestão do clube. Sem sucesso, acionou a Justiça.
Pedro Lourenço; Cruzeiro
Gustavo Aleixo/Cruzeiro
Naquele mesmo ano, Pedro Lourenço também acionou o Cruzeiro na Justiça para obter parte do valor da venda do lateral direito Mayke ao Palmeiras. Isso se deu em função de um acordo fechado em 2013, na gestão de Gilvan de Pinho Tavares, quando 20% dos direitos do jogador foram repassados à empresa de Lourenço.
Ainda em 2019, as defesas de Cruzeiro e Pedro Lourenço homologaram um acordo na Vara Cível de Belo Horizonte, e o clube firmou compromisso de realizar pagamento de R$ 11,5 milhões ao empresário, encerrando os dois processos.
Críticas por “salários absurdos”
No fim daquele ano, o Cruzeiro foi rebaixamento à Série B do Campeonato Brasileiro. Então presidente, Wagner Pires de Sá renunciou ao cargo em meio ao envolvimento da gestão em investigações policiais. Iniciou a gestão de um conselho transitório, do qual Pedro Lourenço fazia parte no início.
Mas durou pouco. No dia 9 de janeiro de 2020, antes mesmo de o Campeonato Mineiro começar, Pedro Lourenço anunciou desligamento do conselho e fez críticas à forma de condução do futebol dentro do clube. No ano anterior, o elenco profissional tinha folha salarial superior a R$ 15 milhões mensais.
– Como torcedor e empresário, afirmo que jamais me isentarei de ajudar o time, contudo não compactuo com tamanhas incoerências na gestão, no estatuto, nos salários absurdos, entre outras situações, que promovem um ambiente hostil e desfavorece as mudanças emergenciais necessárias.
Pedro Lourenço, conselheiro do Cruzeiro
Gustavo Aleixo/Cruzeiro
Apesar de ter deixado o conselho gestor transitório, Pedro Lourenço voltou a ajudar o Cruzeiro em mais de uma oportunidade, ainda antes da chegada da equipe de Ronaldo. Em 2020, participou das contratações do atacante Marcelo Moreno e do técnico Felipão. Em 2021, também ajudou na contratação de Vanderlei Luxemburgo.
Nos dois anos, participou do pagamento de dívidas para finalizar punições na FIFA e também ajudou a gestão de Sérgio Santos Rodrigues a quitar salários atrasados com o elenco. Com todos os débitos, ele se tornou o terceiro maior credor do Cruzeiro na Recuperação Judicial: mais de R$ 28 milhões.
Negociações com a SAF
Mesmo após a chegada de Ronaldo, quando se imaginou que Pedro Lourenço sairia de cena no dia a dia do futebol cruzeirense, o empresário seguiu presente. Em 2022, durante a Série B, ele chegou a um acordo com a SAF para ocupar um espaço na parte traseira da camisa, cedendo espaço master para uma empresa de apostas.
Além disso, no ano passado, ele realizou aporte de R$ 100 milhões no futebol do Cruzeiro. O valor, agora, fará parte da composição pela compra de 90% das ações. Neste ano, antes de ter acordo encaminhado com Ronaldo, ele também estava disposto a auxiliar o clube na contratação de Matheus Pereira, que está emprestado pelo Al Hilal até junho.
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