O Palmeiras pode exigir jogos no Allianz Parque? Crítica de Abel reacende polêmica sobre contrato

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Com estádio sob concessão da Real Arenas, braço da WTorre, Verdão só pode conversar, negociar e buscar soluções junto à empresa para evitar mudanças a Barueri quando o cronograma permite Confira a coletiva de Abel Ferreira, do Palmeiras, após derrota para o Athletico
Abel Ferreira reacendeu a polêmica do Allianz Parque, no último domingo, ao assumir um discurso crítico sobre a impossibilidade do Palmeiras de receber partidas no estádio. É a terceira vez neste Brasileirão, por choque de datas com shows marcados em sua própria casa. Mas o clube pode fazer algo para mudar?
As críticas do treinador, a insatisfação da torcida e o acúmulo de partidas na Arena Barueri levantam questionamentos sobre o que o Verdão tem feito para atender às cobranças.
O Palmeiras pode exigir jogos no Allianz Parque? É possível embargar shows? E a falta de pagamento das receitas acertadas?
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Símbolo do Palmeiras no Allianz Parque
Marcos Ribolli
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Abel Ferreira e até mesmo a presidente, Leila Pereira, que chegou a classificar o acordo como um “péssimo negócio”, fazem críticas recorrentes à situação do estádio. Apesar disso, o Palmeiras explica que o contrato de concessão dá esse direito de escolha à WTorre.
É a empresa que decide o calendário, o que será prioridade e quando o clube poderá utilizar o próprio estádio. O Palmeiras não pode exigir a manutenção de jogos no Allianz Parque ou mesmo embargar a realização de shows marcados, por exemplo.
Diante disso, segue adotando as mesmas ações que pode: conversar, negociar e buscar soluções junto à empresa, para evitar mudanças a Barueri quando o cronograma permite. Como aconteceu na reta final do Brasileiro de 2023, acelerando desmontagens de palco e aceitando público reduzido para usar o estádio em confrontos decisivos na busca pelo título.
Procurada pela reportagem, a WTorre não se posicionou até o momento desta publicação. Em caso de retorno, será atualizada.
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Disputa nos tribunais
Há uma disputa na Justiça entre o Palmeiras e a Real Arenas, braço da WTorre responsável pela administração do estádio, mas por outro motivo: a falta de pagamento de receitas.
O Palmeiras cobra cerca de R$ 160 milhões, no valor atualizado em fevereiro, por falta de repasses de receitas acumuladas desde 2015, e a ação segue em trâmite, correndo em segredo de Justiça.
Esses valores, aliás, crescem à medida que a disputa não se resolve e os eventos seguem ocorrendo no estádio.
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Aberta em 2017, ainda na gestão do então presidente Maurício Galiotte, a ação cobra receitas sobre: locação para shows, exploração de áreas como lanchonetes e estacionamentos, além de locações de cadeiras, camarotes e naming rights.
E o valor ao qual o Palmeiras tem direito aumenta ao longo dos 30 anos de parceria (veja a tabela completa abaixo).
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A Real Arenas, por sua vez, reconhece haver um débito, mas discorda dos valores alegados pelo Palmeiras e diz ter direito a receber outra verba do próprio clube. A construtora busca discutir esses números na Corte Arbitral, e o Verdão cobra na Justiça Comum.
A diferença de âmbito jurídico existe porque o Palmeiras diz que a WTorre apresenta relatórios mensais detalhando as receitas que o clube tem direito a um percentual e assim entende que o tema não pode ser tratado na arbitragem – que é onde parceiros negociam assuntos em que há divergência de interpretação contratual.
E sem o Allianz, há outras opções?
A torcida do Palmeiras costuma mencionar principalmente o Pacaembu e o Canindé, da Portuguesa, como opções para substituir a Arena Barueri. Os estádios rivais do Verdão estão fora de discussão neste momento.
O Pacaembu tem sido considerado entre as opções, mas para o segundo semestre e caso a reforma esteja concluída até lá. O estádio está fechado para obras desde 2020 e tinha previsão de abertura em janeiro de 2024, com a final da Copinha, terminou adiado e ainda não tem nova data.
O Canindé, por outro lado, ainda que agrade parte da torcida – pela proximidade na cidade, facilitando a logística – tem uma estrutura aquém do ideal para o Palmeiras.
Até quando vai a parceria entre Palmeiras e WTorre?
Os 30 anos da parceria começaram a valer a partir da inauguração da arena, no fim de 2014. Ou seja, o contrato entre o clube e a construtora é válido até novembro de 2044.
Qual o percentual a que o Verdão tem direito nas receitas?
As receitas do Palmeiras pela locação da arena para eventos, além da exploração de áreas como lojas, lanchonetes e estacionamento são:
Até 5 anos da abertura: 20%
De 5 anos até 10 anos da abertura (estágio atual): 25%
De 10 anos até 15 anos da abertura: 30%
De 15 anos até 20 anos da abertura: 35%
De 20 anos até 25 anos da abertura: 40%
De 25 anos até 30 anos da abertura: 45%
Já as receitas pela locação de cadeiras, camarotes, além do naming rights com a Allianz são:
Até 5 anos da abertura: 5%
De 5 anos até 10 anos da abertura (estágio atual): 10%
De 10 anos até 15 anos da abertura: 15%
De 15 anos até 20 anos da abertura: 20%
De 20 anos até 25 anos da abertura: 25%
De 25 anos até 30 anos da abertura: 30%
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