Placar zerado em Itaquera fica na conta dos ótimos goleiros de Timão e Leão

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João Ricardo e Carlos Miguel fizeram defesas fundamentais para que o 0x0 fosse o resultado no bom jogo entre Corinthians e Fortaleza Um jogo sem gols é quase sempre um anticlímax no futebol. O da noite deste sábado, porém, foge a esta regra. Corinthians e Fortaleza protagonizaram um duelo interessante na Neo Química Arena, dominado inteiramente pelo Timão na 1ª etapa e equilibrado no 2º tempo. Foram 40 finalizações ao todo.
João Ricardo saiu como maior destaque. Foram nove defesas em 103 minutos de futebol, pelo menos três com alto grau de dificuldade. Já Carlos Miguel fez apenas duas, mas uma delas em momento crucial da partida, quando o Fortaleza parecia mais perto nos minutos finais. O resultado deixa as duas equipes travadas no meio da tabela.
Escalações
António Oliveira repetiu a equipe que bateu o Fluminense na última rodada. Segue sem Yuri Alberto, Gustavo Henrique e Pedro Henrique. Já Juan Pablo Vojvoda promoveu novas mudanças dentro do rodízio que faz para montar a equipe. Pedro Augusto formou a dupla de volantes com Hércules. Breno Lopes foi o ponta pela esquerda e Renato Kayzer o centroavante.
Como Corinthians e Fortaleza iniciaram o duelo válido pela 5ª rodada do Brasileirão 2024
Rodrigo Coutinho
O jogo
O placar empatado e sem gols ao término da 1ª etapa não refletiu exatamente o que foi a primeira metade do jogo na Neo Química Arena. O Corinthians foi superior, e de uma forma que há muitas partidas não se via. Fluente com a bola. Conseguiu encaixar uma boa circulação, movimentos coordenados na intermediária rival, ocupou os espaços com organização, e criou. Faltou o gol.
João Ricardo evitou em duas defesas que merecem destaque. A cabeçada de Raniele após o cruzamento de Wesley, e a batida de Romero aproveitando bola alçada por Fágner. Os cruzamentos podem ter levado o Timão a criar duas das melhores oportunidades do 1º tempo, mas não eram feitos de forma forçada. A equipe trabalhava bem a bola até gerar a situação de levantar a pelota na área.
O lado direito acabou sendo o mais produtivo. Fágner superou algumas pressões feitas pelo Fortaleza no início do jogo. Teve movimentos constantes de Garro e Gustavo Mosquito a sua frente, abrindo linhas de passe, e fazendo a bola andar. Breno Bidon e Raniele também se mexiam bem pelo centro, ofereciam apoios a esta troca de passes iniciada pela direita.
Se Fágner atacava mais vezes aberto e Mosquito trabalhava perto da faixa central, pela esquerda a dinâmica era diferente. Hugo avançava como um meia e deixava Wesley, como de praxe, bem aberto, gerando amplitude ao time. Romero dava trabalho entre os zagueiros, e também quase marcou em cobrança de falta da entrada da área.
Raniele em Corinthians x Fortaleza
Marcos Ribolli
Precisão nos arremates foi o detalhe que faltou ao Corinthians no 1º tempo, mas o Fortaleza também pode se queixar disso. Na única jogada em que conseguiu criar em contragolpe, viu Breno Lopes perdeu uma chance incrível após passe primoroso de Pochettino. O problema do Leão foi a falta de encaixe na marcação.
Hércules e Pedro Augusto sofriam para combater de forma regular as interações de Bidon e Garro. Pochettino também não achava Raniele. A última linha de defesa se comportou melhor, neutralizando algumas finalizações e passes que poderiam gerar chances reais de gol. Mas o time não desarmava em uma região que privilegiasse a puxada de contragolpe.
Em fase ofensiva, o Tricolor do Pici usou alguns passes longos a partir de João Ricardo para que os laterais ”raspassem” de cabeça, e na sequência um dos pontas atacasse a profundidade nas costas de Fágner ou Hugo. Precedente pouco concretizado com êxito. Mesmo vendo sua equipe com poucas soluções em campo, Vojvoda não mexeu no intervalo.
Rodrigo Garro em Corinthians x Fortaleza
Marcos Ribolli
António Oliveira, por sua vez, foi obrigado a tirar Gustavo Mosquito – em função de uma virose – e colocar Matheuzinho, mais uma vez improvisado na ponta-direita. Aquilo que pautou a 1ª etapa seguiu dando o tom depois do intervalo. João Ricardo fez duas ótimas defesas antes dos 15 minutos. Seja com bola trabalhada pelo chão ou em bolas paradas aéreas o Timão continuava produzindo.
A diferença foi a menor capacidade de marcar no campo de ataque. Isso fez com que o Fortaleza conseguisse trocas de passe mais duradouras e encontrasse algumas conexões. Hércules e Tinga foi uma delas, e gerou uma finalização perigosa. Carlos Miguel mostrou segurança em defesas difíceis e muita precisão nas reposições de bola, sem contar os passes dados ao receber recuos para distribuir.
Vojvoda tirou os apagados Kayzer e Breno Lopes para as entradas de Moisés e Lucero. Depois sacou Pikachu e botou Marinho. Romero, cansado, deu lugar a Pedro Raul no Corinthians. Fágner cedeu espaço a Giovane e Matheuzinho foi recuado para a lateral. Paulinho e Fausto Vera entraram para substituir Breno Bidon e Raniele no final. Houve pouco efeito prático.
Renato Kayzer, Fortaleza, Corinthians
Mateus Lotif/Fortaleza
O jogo mudou bastante a partir da metade da 2ª etapa. O Fortaleza teve uma grande oportunidade com Moisés depois dos 35 minutos. Os espaços deixados pelo Timão começaram a ser explorados, e a equipe da casa perdeu capacidade de retenção de bola, criou muito menos do que no tempo inicial.
Já sem forças para ataques mais intensos nos últimos instantes, Corinthians e Fortaleza trocaram transições sem perigo relevante. Foi o sexto jogo seguido sem derrota do Leão do Pici para o alvinegro paulista.

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