Prazer, Vasco! A história do torcedor que supera a perda do pai com a ajuda do clube que os uniu

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Herb faleceu em fevereiro deste ano e, desde então, Vasco Macedo Gonçalves se reconecta com o pai nos dias de jogos do time: “Não tem a troca de mensagens, mas sinto que ele está comigo” No dia 11 de fevereiro de 2024, o Vasco perdeu um dos seus torcedores fanáticos: Herb Venâncio Gonçalves faleceu aos 53 anos, mas deixou como legado o amor pelo clube.
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Herb e o filho Vasco conheceram São Januário em 2022
– A Cruz de Malta representa mais ele do que o Vasco. As histórias dos dois se misturam. As pessoas falam que não conseguem ver uma camisa do Vasco e não lembrar do meu pai.
A declaração é de Vasco Macedo Gonçalves. De tão apaixonado, Herb não perdeu a oportunidade de homenagear o clube, que dá nome a um de seus três filhos. O torcedor morava em Lavras da Mangabeira, cidade do interior do Ceará, com pouco mais de 30 mil habitantes.
Vasco e Herb em São Januário
Arquivo pessoal
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A história de Vasco foi publicada por sua namorada, Sara, no Twitter: “Ele e o pai sempre foram melhores amigos e os maiores torcedores do Vasco desta terra”, escreveu ela, que fez o post na tentativa de animar um pouco o parceiro às vésperas do Dia dos Namorados.
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O médico, hoje com 25 anos, nasceu no dia 3 de dezembro de 1998.
– Ano magnífico para os vascaínos e para o papai. Ele me colocava para dormir com o hino do Vasco.
Vasco nasceu em 1998, ano do título da Libertadores
Arquivo pessoal
Herb foi casado duas vezes. Do primeiro relacionamento nasceu Victor, que na verdade era para se chamar Roberto Dinamite, maior ídolo do pai. A mãe não aceitou. Mas ele não desistiu do plano e conseguiu convencer a segunda esposa, Georgia.
– Disse a ela que não era por causa do time e, sim, do navegador – conta Vasco.
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A estratégia deu certo na época, mas todo mundo sabia que Herb estava mentindo. Ele, inclusive, ressaltou isso em uma declaração ao perfil do estádio de São Januário no Twitter: “Esse nome não foi em homenagem ao navegador, foi em homenagem a essa grandiosidade, ao Gigante da Colina”, disse ele no vídeo (veja acima). O vascaíno ainda teve uma terceira filha.
– Ele queria que ela se chamasse Maria da Cruz de Malta ou Lavras da Mangabeira, que eram as duas paixões dele. Minha mãe não aceitou. Ele decidiu colocar Virna, que era jogadora de vôlei do Vasco. Depois ele ficou muito chateado, porque ela foi para o Flamengo – lembra o filho.
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Vasco, Herb, Georgia e Virna em São Januário
Arquivo pessoal
O pai de Vasco foi embora cedo demais, em decorrência de um infarto, mas não antes de realizar o maior sonho da vida: conhecer São Januário. A visita ao estádio aconteceu em 2022 e foi inesquecível. Herb fez tatuagem, chorou e até comeu a grama do campo. Tudo isso com a família de testemunha.
– Ele tinha feito 50 anos e disse que iria se presentear, que não poderia morrer sem ir. Fomos para o Rio e separamos um dia para o Vasco. Ele nem gostava de tatuagem, mas viu uma matéria no Globo Esporte sobre o Studio da Colina, e nós dois fizemos uma tatuagem do Vasco. Até minha mãe foi influenciada e tatuou uma Cruz de Malta no ombro – conta o vascaíno, que continua:
– Fizemos o tour, quando entramos nós dois choramos em todos os setores do estádio. No campo ele ficou louco, pegou um pouco de grama e comeu. A gente foi ao Cristo Redentor só depois de ter ido a São Januário.
Herb tatuou o escudo do Vasco no braço esquerdo
Arquivo pessoal
Herb com a estátua de Roberto Dinamite, seu maior ídolo
Arquivo pessoal
Vasco, Herb, Georgia e Virna assistiram a Vasco 2×0 Brusque, com dois gols do Nenê, pela Série B, no dia 26 de maio de 2022.
– Chegamos 8h em São Januário, estádio fechado, ficamos rodeando porque ele queria saber como era o entorno e sentir tudo. Depois fomos para a Mega Loja. Ele fez uma dívida grande (risos), dividiu em 10 vezes. Comprou tudo o que podia, deu uma camisa para cada um, fez todos nós virarmos sócios – recorda Vasco.
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Vasco posou com a camisa do clube para as fotos do convite de formatura
Arquivo pessoal
As memórias desta viagem ajudam Vasco a superar a partida de Herb (veja vídeo no início da matéria). Mas são nos dias de jogos do time que a saudade aperta e ele se reconecta com o pai.
– O Vasco é o principal elo entre meu pai e eu. Nós éramos muito amigos, jogávamos pelada juntos, vídeo-game… Quando eu morava fora, a gente se ligava sempre, rapidinho só para saber se estava tudo bem. Mas quando era dia de jogo do Vasco as ligações eram longas, falávamos de todos os lances, foi assim nos últimos 15 anos da minha vida – destaca ele.
– Por isso, depois que ele se foi eu assisto aos jogos e fica esse buraco. De onde ele está eu tenho certeza que, se tiver algum jeito, ele está vendo também. Sei que não vai ter a troca de mensagens, mas sinto que ele está comigo em todo jogo. Sinto a presença dele – conclui Vasco.
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