Robinho: torcedoras do Atlético-MG cobraram clube sobre permanência de jogador em 2017

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Quando condenado em primeira instância, atacante atuava no Galo e não teve contrato renovado Robinho chegou ao Atlético-MG em 2016. Foram duas temporadas defendendo a camisa do Galo, mas após a condenação em primeira instância do envolvimento do ex-jogador em violência sexual na Itália, Robinho não teve o contrato renovado. Antes de encerrar o vínculo, o ex-jogador foi alvo de protestos de parte da torcida atleticana que não aprovava a permanência do camisa 7 no Galo.
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Robinho teve o primeiro julgamento na Itália em novembro de 2017. Na ocasião, o ex-atacante foi condenado a nove anos de prisão, resultado que foi reafirmado pela justiça italiana e que o fez ser preso no Brasil na noite da quinta-feira passada. A defesa do jogador apresentará recurso no Supremo Tribunal Federal (STF).
O crime aconteceu numa boate em Milão no dia 22 de janeiro de 2013, quando o jogador estava na terceira de suas quatro temporadas no Milan. O fato ocorreu em conjunto com outros cinco homens, e a mulher seria de origem albanesa.
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Bruno Cantini / Flickr do Atlético-MG
Algumas torcedoras do Atlético se juntaram para poder protestar contra a permanência de Robinho no time. As faixas foram colocadas na sede do Galo, em Lourdes, com os dizeres: “Um condenado por estupro jogando no Galo é uma violência contra todas as mulheres!” e “Galo, seu silêncio é violento! Não aceitaremos estupradores!”. Os atos foram assinados pelo Grupo Feministas do Galo.
Ao ge, uma das participantes do ato relembrou as retaliações sofridos quando a ação foi feita. Sem se identificar, a torcedora detalha o que sofreram.
– Sofremos inúmeras retaliações e de diversos tipos. Ameaças. Ameaças verbais, ameaças nas redes sociais. Pessoas descobriram uma das integrantes e ameaçaram a integridade física dela. Foi uma coisa séria. Sem falar nas retaliações dos outros torcedoras, como se a gente fosse menos atleticanas que os outros.
“Como se estivéssemos contra o clube, sendo que estávamos nos manifestando contra o silêncio do clube em um caso de estupro.”
Faixa usada por torcedoras atleticanas para protestar em relação à situação de Robinho
Reprodução/Twitter
Outra participante dos atos, que preferiu não se identificar, explicou que os movimentos contra as ações do clube que as mulheres consideravam ofensivas começaram logo após a apresentação do uniforme do clube, em 2016, quando usaram modelos de biquíni para desfilar com as roupas.
– Após aquele desfile com modelos mulheres utilizando biquínis em 2016, alguns grupos de atleticanas, em paralelo, se organizaram para manifestar sua indignação com a objetificação dos nossos corpos. Ao final de 2017, com a condenação do Robinho pelo estupro coletivo enquanto vestia a camisa do Galo, mais uma vez, foi necessário unir forças para exigir um posicionamento do clube e mostrar que não aceitamos mais violências.
“De forma independente, um grupo de torcedoras, que não estavam organizadas em nenhum coletivo ou torcida, decidiram que a manifestação apenas na internet não seria suficiente para chamar atenção da sociedade para o absurdo que era a normalização da violência contra a mulher no ambiente do futebol e decidimos colocar faixas próximas à sede do Atlético afirmando que não aceitaríamos estupradores no clube.”
Faixa usada por torcedoras atleticanas para protestar em relação à situação de Robinho
Reprodução/Twitter
Ela relatou atos de intimidação e retaliações fortes nas redes sociais.
– Poucos dias depois de estendermos nossas faixas, outro grupo, supostamente de torcedoras, estendeu faixas em apoio do Robinho em frente à sede do Galo. Na internet, vimos muito ódio sendo destilado de todas as formas contra a nossa ação. Várias atleticanas feministas que nem sequer estavam envolvidas na ação das faixas contrárias a manutenção do Robinho no clube foram ameaçadas de violência através das suas redes sociais na época.
Outra participante declarou o que sentiram quando a condenação de Robinho foi definida e como a “falta de atuação do clube” gerou uma indignação por parte de algumas torcedoras.
– Nos sentimos desrespeitadas, principalmente pela falta de posicionamento do clube, que não deu nenhum pronunciamento, nem mesmo para demonstrar que as torcedoras estavam se sentindo desrespeitadas. E foi daí que surgiu a ideia da faixa, que teve uma repercussão bem grande, como forma de demonstrar nossa indignação e de sermos ouvidas e, de alguma maneira, acolhermos a todas as mulheres que já foram violentadas e assediadas.
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