Apenas dez entre os 290 nomes listados pelo Conselho Deliberativo do Palmeiras em 2024 são mulheres. Uma representação assumida como problemática e que tem sido motivo de debate por parte do clube. Assim, nos últimos dias, o grupo Ocupa Palestra protocolou uma proposta de emenda do Estatuto Social do clube visando aumentar a participação política feminina no Verdão.
Mas há chance de a mudança acontecer?
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Sede social do Palmeiras
Fabio Menotti
O que é a proposta?
A proposta consiste em estender os direitos políticos a todos os sócios e sócias maiores de 18 anos, seja titular ou dependente, desde que cumpram os demais requisitos – como os oito anos de vínculo para concorrer a um cargo no Conselho.
Na prática, haveria uma modificação dos artigos 27, 29, 37 e 78 do Estatuto social do clube e o acréscimo do artigo XX ao Ato de Disposições Transitórias. Veja abaixo como é e como ficaria a versão modificada do documento. Na proposta, o grupo pede que ela seja:
Enviada a todos os conselheiros e conselheiras;
Que sejam discutidas em comissão específica;
Levada para votação do Conselho Deliberativo após análise;
Apresentada ao sócio, com as justificativas da emenda, para melhor interpretação;
Enviada à Assembleia Geral em único item e a ser votada de maneira apartada a qualquer outra proposta sobre o mesmo tema.
Mudanças no Estatuto Social
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Por que a proposta de mudança?
Para parte do Conselho Deliberativo, uma mudança no Estatuto Social pode ser uma forma de aumentar a representatividade feminina, porque as regras atuais dificultam a inserção das mulheres na política do clube.
É preciso ser sócia titular e ter ao menos oito anos de vínculo para concorrer a um cargo no Conselho.
Porém, as mulheres podem pagar menos no plano se permanecerem vinculadas como dependentes de um titular. Elas podem ficar vinculadas até que se casem, a menos que peçam a mudança de vínculo, o que reduz o número delas em condição de disputa.
Enquanto isso, os homens se desvinculam do título familiar obrigatoriamente aos 18 anos, tornando-se potenciais candidatos.
“Podem ser dependentes: a) cônjuge; b) filhos, enteados e tutelados até 18 anos; c) filhas, enteadas e tuteladas enquanto solteiras; d) mãe e sogra viúvas”, diz a descrição no site oficial do clube.
Explicação do Palmeiras sobre quem pode ser sócio dependente
Reprodução
O que acontece agora?
Ainda não há previsão de data para votação de uma eventual mudança neste sentido.
Em conversa com a reportagem, o presidente do Conselho, Alcyr Ramos da Silva Junior, explica que uma alteração estatutária demanda uma discussão, aprovação do Conselho e de uma Assembleia Geral de Sócios. Algumas mudanças estatutárias são pretendidas pela gestão, mas ainda será necessária a formação de comissões para analisá-las.
Na próxima reunião, marcada para segunda-feira, o debate será específico para apreciação do balanço financeiro do clube.
Nos bastidores, a presidente Leila Pereira entende a regra atual como antiquada e machista, e considera justo que o recebimento do título aos 18 anos seja válido também para as associadas mulheres. Na primeira coletiva de 2024, a dirigente chegou a falar sobre a necessidade de aumento da participação feminina.
Ao mesmo tempo, em relação à proposta da mudança do Estatuto, há uma preocupação interna com o cenário de ano eleitoral em 2024 e o entendimento de que não seria justo uma mudança de regra com a disputa em andamento. Seria preciso, portanto, estudar o impacto de uma possível alteração, além de conversar com os sócios e sócias sobre o assunto.
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