Vasco compete, mas sucumbe ao renovado Bragantino no 2º tempo

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Time carioca teve problemas para igualar a intensidade adversária em dois momentos distintos do jogo A parte física das equipes tem sido tema recorrente das entrevistas dos treinadores, principalmente aqueles envolvidos em duas competições há algumas semanas. A história do triunfo do Bragantino sobre o Vasco na noite desta quarta-feira, em Bragança Paulista, pode ser contada também a partir desta ótica. O Cruzmaltino aproveitou uma ”lacuna física” dos donos da casa para crescer no jogo.
Dominou a primeira metade do 2º tempo e chegou ao empate, mas não sustentou o ritmo do time mais jovem do campeonato depois das cinco mexidas feitas pelo treinador adversário em 26 minutos. Vitinho, personagem do jogo contra o Fluminense no Maracanã, saiu do banco para ser decisivo mais uma vez.
Escalações
Pedro Caixinha teve muitos desfalques. O goleiro Cleiton, o lateral-direito Nathan Mendes, os meias Lucas Evangelista e Matheus Fernandes, e o ponta Helinho não puderam atuar. Vitinho e Borbas, destaques do empate com o Fluminense, iniciaram no banco. Juninho Capixaba atuou no meio-campo e Guilherme entrou na lateral-esquerda.
Ramon Diaz, por sua vez, continuou sem poder escalar Payet. Manteve o ataque com Rossi, Vegetti e David, e o meio-campo com Sforza, Galdamés e Mateus Carvalho. O único desfalque relativo ao jogo de estreia foi o zagueiro Medel. João Victor formou a zaga com Léo.
Como Bragantino e Vasco iniciaram o duelo válido pela 2ª rodada do Brasileirão 2024
Rodrigo Coutinho
O jogo
Bragantino e Vasco utilizaram estratégias similares para produzir ofensivamente. A diferença esteve na execução das propostas. O Massa Bruta acabou sendo superior na 1ª etapa, e a vitória parcial justificou isso. Nacho aproveitou um erro de Léo Jardim ao rebater chute cruzado de Hurtado para marcar. Vacilo de David também no rebote de lateral cobrado por Guilherme na área.
O fato da origem do gol que abriu o placar ter sido um lateral é sintomático com o setor do campo mais explorado pelos donos da casa. Caixinha projetou bem os laterais em amplitude no gramado rival na maioria dos ataques. Nacho e Mosquera buscavam atrair Piton e Paulo Henrique para dentro e gerar dúvidas no encaixe de marcação do Vasco. Conseguiram. Boas tramas foram feitas.
Outra coisa que o Cruzmaltino encontrou problemas para brecar nos minutos iniciais foi o ritmo dos donos da casa. Não que faltasse intensidade aos cariocas. Havia energia e concentração, mas igualar esses quesitos do Massa Bruta em Bragança Paulista não é simples. Os anfitriões levaram perigo em contragolpes rápidos e em bolas paradas também, mostraram varação de jogadas.
Nacho Laquintana comemora gol em Bragantino x Vasco
Diogo Reis/Agif
Mosquera incomodava demais pela esquerda. Tinha ótimos apoios de Guilherme. Juninho Capixaba e Gustavinho davam ritmo por dentro. Raul trocava o jogo de lado com velocidade; Hurtado também era agudo pela direita. Faltou concluir melhor alguns ataques para ampliar. O Vasco, porém, apresentou armas para ser agressivo, e chegou a ter mais a posse de bola até o fim da etapa.
O time visitante também projetava os laterais bem abertos na intermediária contrária, mas o comportamento dos pontas era diferente em relação ao Bragantino. David e Rossi variavam para a faixa central, mas atacavam espaços nas costas da linha de defesa oponente com frequência. Eram acionados assim. Os defensores do Bragantino mostraram um bom senso de cobertura.
Algo que não vinha ocorrendo nos jogos da equipe. Aos poucos essa estratégia vascaína fez com que o Massa Bruta se visse obrigado a recuar um pouco o bloco de marcação. A ”pressão alta” tão tradicional da equipe passou a não ser uma constante. Sem os espaços de profundidade para acionar os atacantes, o Vasco começou a rodar mais a bola e tentar triangulações pelos flancos.
Bragantino x Vasco
Reprodução
Mateus Carvalho e Galdamés ajudavam Piton e Paulo Henrique. David e Rossi se mexiam logo a frente para dar volume e opção de passe. O time cometeu alguns erros e cedeu contra-ataques, mas também rondou a área paulista. Vegetti chegou a ter um gol bem anulado e Mateus Carvalho finalizou com perigo da entrada da área. O domínio anfitrião já não era o mesmo.
João Victor sentiu o joelho no 1º tempo e foi sacado no intervalo para a entrada de Maicon. Mateus Carvalho já tinha amarelo e também saiu. Zé Gabriel foi a campo e Sforza passou a jogar um pouco mais adiantado. Rayan no lugar de Rossi foi a terceira mexida de Ramon Diaz entre etapas.
Aquilo que era uma tendência da partida acabou se confirmando nos primeiros minutos do 2º tempo. O Bragantino foi empurrado para trás e cedeu espaços para que dois cruzamentos vindos da esquerda encontrassem a cabeça de Vegetti dentro da área. Ele venceu duelos contra Luan Cândido e Guilherme, e chegou a acertar a trave direita.
Caixinha percebeu a queda de intensidade da sua equipe e a mudança do jogo. Fez quatro mexidas para renovar o fôlego da equipe antes dos 20 minutos, mas viu o Bragantino sofrer o empate em uma aula de contragolpe de Rayan, David e Vegetti, que finalizou a rápida transição ofensiva. Vacilo de Guilherme no lance.
Vegetti comemora gol do Vasco contra o Bragantino
Fabio Moreira Pinto/AGIF
Alguns minutos e mais uma mexida depois, o Massa Bruta voltou a responder bem. Já tinha Vitinho e Nacho como pontas. Borbas de centroavante. Bruninho e Eric Ramires de meias. Os dois últimos aceleraram o ritmo da equipe novamente. Utilizando os pivôs de Borbas e a velocidade de Vitinho pela esquerda. Foi de Vitinho, inclusive, o golaço que botou o Bragantino novamente na frente no placar.
Igualar os ”giros do motor” dos anfitriões voltou a ser um problema para o Vasco, que aquela altura já contava com uma equipe um pouco mais pesada em campo. Maicon e Zé Gabriel eram os melhores exemplos. Galdamés e Sforza mostravam-se cansados.
A última cartada de Ramon Diaz foi a entrada de Clayton no lugar de Galdamés. Tranformou sua equipe para um 4-2-4, com Rayan e Adson pelos lados, e a área preenchida. O time voltou a carga ofensiva, pressionou com bolas alçadas para Clayton e Vegetti, mas não chegou ao empate.

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