Veja quatro momentos históricos de Fernando Diniz no Fluminense

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Técnico se emocionou com Fred, se superou com mudanças ousadas e apostou em joia para alcançar o topo no clube Podcast ge Fluminense debate demissão de Diniz um mês após renovação de contrato
Fernando Diniz chegou às Laranjeiras em uma crise profunda e, logo em sua estreia, a equipe beirou a zona de rebaixamento. Aos poucos, ele deu sua cara à formação e criou uma forma de jogo que encantou para levar o Tricolor ao maior lugar de sua história. Até que a identidade que acompanhou o clube ao topo do continente foi perdendo força e ciclo se encerrou, nesta segunda-feira. Por coincidência, no momento em que o Fluminense ocupa o Z-4 do Brasileirão.
Para além dos resultados, dos títulos, o treinador criou um vínculo forte com o clube, jogadores e colecionou momentos históricos. O ge listou algumas das cenas marcantes da passagem de Fernando Diniz pelo Fluminense.
Fernando Diniz comemora o título da Libertadores do Fluminense
Marcelo Gonçalves/Fluminense
Último gol de Fred: “A vida é para quem acredita”
No primeiro jogo sob o comando de Diniz, o Fluminense empatou em 1 a 1 com o Palmeiras e caiu para o 16º lugar do Brasileirão de 2022. Embora tivesse conquistado o Carioca, a torcida estava engasgada com eliminação precoce da Libertadores e com a má fase nos pontos corridos. Era a segunda passagem do técnico no comando do time, ele já havia trabalhado com algumas peças e, depois de algumas rodadas de instabilidade, conseguiu o encaixe que fez sua equipe engrenar. O momento coincidiu com a despedida de Fred, que fazia seus últimos jogos antes da aposentadoria. Em 2 de julho de 2022, a torcida tricolor lotou o Maracanã, sem saber, para assistir ao último gol do centroavante. Em campo, o time correspondeu e goleou, por 4 a 0. Ao fim do jogo, Diniz se emocionou com a energia do Maracanã.
– É um momento raro, fantástico, extraordinário, temos que aproveitar junto com esse grande protagonista que é o Fred. Fez tanto pelo futebol, é um dos maiores ídolos, talvez o maior ídolo da história do Fluminense. Um cara que ensina e inspira a gente. Meu desejo era que não parasse, que continuasse pelo menos até o final do ano.
Fernando Diniz exalta festa de Fred com a torcida do Fluminense: “É um momento extraordinário”
E projetou:
– Não sei onde o Fluminense pode chegar… A vida é para quem acredita nas coisas.
O primeiro título
E as coisas começaram a acontecer. O Fluminense terminou o Brasileirão de 2022 no terceiro lugar, com uma campanha de respeito e manteve o bom ritmo no início do ano seguinte, dando um prenúncio da temporada. A equipe de Diniz terminou a fase de classificação do Carioca em primeiro lugar.
A decisão foi contra o Flamengo, então campeão da Libertadores. No primeiro jogo, o Tricolor acabou derrotado, por 2 a 0, e Diniz foi expulso ao reclamar de um cartão vermelho recebido por Samuel Xavier. O que significou que ele não poderia estar à beira do campo no jogo decisivo. Mesmo assim, o Fluminense atropelou o rival, em grande partida de Cano e Marcelo, que terminou em 4 a 1. Assim, Diniz conquistou seu primeiro título como técnico na Série A.
“Culpa do Diniz”
Depois de 15 anos, o Fluminense voltou a uma semifinal de Libertadores e tinha pela frente um Internacional embalado. O primeiro jogo, no Rio, foi difícil e terminou em empate, com expulsão de Samuel Xavier. Em Porto Alegre, o Colorado imprimiu um ritmo intenso nos contra-ataques e abriu o placar cedo. Depois do gol, seguiu criando boas oportunidades, sobretudo, com Valencia. Na segunda etapa, Fernando Diniz fez das suas ao substituir defensores por jogadores mais ofensivos. Yoni González foi improvisado na lateral-direita e, em dado momento, Nino era o único jogador a ocupar a defesa. O grande trunfo foi a entrada de John Kennedy. Saiu dos pés dele o gol, de cobertura, que empatou o jogo. Em seguida, o cria de Xerém deu a assistência para Cano virar o jogo e colocar o Tricolor na grande decisão.
Aos 36 min do 2º tempo – gol de dentro da área de John Kennedy do Fluminense contra o Internacional
Os jogadores não tinham dúvida, o feito tinha a identidade do Dinizismo.
– A gente tinha passado por outros jogos assim, só que não era uma semifinal. A gente sabia mais ou menos como funcionava. Tinha que ter equilíbrio, paciência e inteligência para jogar. Tudo que treinamos, colocamos em prática. Tudo é culpa do Diniz. Toda culpa é dele – disse Marcelo, ao fim da partida.
Marcelo exalta trabalho de Diniz no Fluminense: “Toda culpa é do Diniz, toda culpa é dele”
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Profecia para a Glória Eterna
Apesar de toda a atmosfera favorável de jogar em casa, no Maracanã, a final foi bastante pegada. O Boca Juniors também chegou à decisão com um estilo bem delineado, capaz de neutralizar equipes que até jogavam melhor futebol, como o Palmeiras na fase anterior. De fato, a equipe de Fernando Diniz teve dificuldade de imprimir seu jogo por boa parte do primeiro tempo. Mas pouco a pouco, os jogadores foram se aproximando, fazendo triangulações, até chegar ao gol de Cano, aos 39. Mas Advíncula silenciou os cantos tricolores no meio do segundo tempo, em um gol que aumentou a tensão da partida. Mas ele sabia. Diniz sabia.
Aos 34 do segundo tempo, ele chamou John Kennedy para entrar em campo, olhou nos olhos do atacante e gritou por três vezes: “Você vai fazer o gol do título!”. E, na prorrogação, John Kennedy recebeu de Keno para fazer o gol do título e cair nos braços da torcida. Uma profecia que não começou ali, no Maracanã, naquele dia. Foi muito antes, quando Diniz acolheu o atacante em sua volta ao Tricolor, após passar um período emprestado por indisciplina. Nutriu sua confiança e senso de responsabilidade jogo a jogo. No momento chave, o jovem retribuiu e o Fluminense conquistou o título mais aguardado.
Diniz e John Kennedy se abraçam após apito final
Diniz ainda teve outros feitos importantes. Levou o Fluminense à final do Mundial de Clubes, ao vencer o Al-Ahly, do Egito, na semi, e acabou derrotado pelo Manchester City. No início deste ano, bateu a indigesta LDU na Recopa Sul-Americana, enterrando ainda mais o revés sofrido pelo time em 2008. Mas a sequência da temporada não estava sendo boa. O Tricolor passou a oscilar bastante, o desempenho em campo caiu e o resultados também, principalmente no Brasileirão, e o Fluminense decidiu encerrar esta passagem. Fato é que seus feitos ficarão sempre na história verde, branca e grená. Quem sabe Fernando Diniz não volta a vestir essas cores no futuro?
Diniz conversa com John Kennedy antes da entrada do atacante no jogo
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