Viagem do Palmeiras ao Equador já foi caso de polícia e teve Edmundo preso em hotel por chutar câmera

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Caso ocorreu em 1995 após partida em Quito, onde o Verdão joga nesta quarta-feira, contra o Independiente del Valle. Verdão precisou acionar a embaixada para resolver a confusão Edmundo perde pênalti e agride cinegrafista após derrota no Equador
Uma viagem do Palmeiras a Quito, no Equador, para disputar um jogo de Conmebol Libertadores como ocorre nesta quarta-feira para o duelo com o Independiente del Valle, já virou caso de polícia. Foi em março de 1995, quando o time estrelado do Verdão teve dois jogos em sequência no país, contra El Nacional e Emelec.
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O time palmeirense foi derrotado no primeiro por 1 a 0 pelo El Nacional, dia 7 de março. Edmundo perdeu um pênalti no jogo em Quito e se envolveu em uma confusão na saída do gramado. Abordado pela equipe de reportagem da Telesistema, ele acabou chutando a câmera de TV antes de deixar o local.
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Edmundo antes de chutar câmera em El Nacional x Palmeiras, em Quito
Reprodução/TV Globo
– Foi um jogo já com uma pressão externa grande. O Edmundo é temperamental e explosivo, um cara que sempre defendeu as cores do Palmeiras com o coração. Ele vinha sendo pressionado dentro da realidade do jogo e aí calhou de o repórter estar na frente com a câmera – recordou Maurílio, atacante daquele elenco e hoje técnico do Lunda Sul, da Angola, ao ge.
– No momento em que ele chuta, o repórter bloqueou sua passagem, por isso tomou aquela atitude. Creio que hoje em um momento igual, ele não faria, já com cabeça diferente, era muito jovem ainda – seguiu.
O ato teria desdobramentos que tornaram a viagem bastante peculiar. A delegação seguiu viagem após o jogo de Quito para Guayaquil, também no Equador, onde enfrentaria o Emelec três dias depois.
Ao chegar na cidade, veio a notícia de que um juiz pedira a prisão de Edmundo e o proibia de deixar o país.
A diretoria do Palmeiras, então, passou a trabalhar para reverter a situação. Seraphim Del Grande, vice-presidente e chefe da delegação na época, entrou em contato com a embaixada do Brasil no país para tentar um acordo com a emissora. E a polícia, do lado de fora do hotel, queria deter o camisa 7.
Edmundo pelo Palmeiras em 1995
DOMICIO PINHEIRO/AGÊNCIA ESTADO
– Eu estive com o Edmundo na reunião, ele pediu desculpa, eu também me desculpei perante a diretoria da emissora e depois o Edmundo pegou, pediu desculpas daquele jeito e falou: “mas o repórter me colocou o microfone na boca”. Depois, o presidente da emissora falou que não ia aceitar, não iria retirar a queixa. Voltamos para o hotel, e ele (Edmundo) não podia sair – detalhou Seraphim.
Edmundo, então, ficou isolado em uma suíte no hotel Oro Verde, em Guayaquil. Ele não foi autorizado a acompanhar a delegação até o estádio George Capwell, e Maurílio foi escalado em seu lugar contra o Emelec. O Verdão venceu a partida por 3 a 1, com gols de Roberto Carlos (dois) e Rivaldo.
– O Palmeiras é uma vitrine, todos querem ganhar e já existia esta coisa com a Parmalat, em que ganhamos tudo naquela época. Contra o Emelec eu entrei normal, tinha pressão, fizemos um grande jogo, mas todos estavam jogando e querendo saber notícia do Edmundo, para ele estar com a gente – disse Maurílio.
Em 1995, Edmundo ficou preso em hotel no Equador após jogo do Palmeiras na Libertadores
Volta monitorada pela polícia
Após o jogo em Guayaquil, a delegação do Palmeiras preparava-se para voltar ao Brasil, e o caso de Edmundo ainda não estava resolvido. Por isso, o elenco precisou viajar sem o seu camisa 7, ainda proibido de deixar o Equador.
– Fomos para o aeroporto e estava toda a polícia para ver se o Edmundo estava junto, porque ele não poderia sair. Quem ficou com ele foi o Valdir de Morais (preparador de goleiros) – afirmou Seraphim Del Grande.
O Verdão chegou a um acordo com a Telesistema: pagaria cerca de 10 mil dólares para ressarcir a câmera, e o jornalista retiraria a acusação de agressão. Edmundo ficou quatro dias a mais no Equador, dentro do seu quarto de hotel, até ser liberado para embarcar rumo ao Brasil.
Como foi o retorno de Edmundo ao Brasil após ficar preso em hotel no Equador, em 1995
– Realmente eu tenho sido rude e um pouco áspero no tratamento com outras pessoas. Quando as pessoas te tratam mal, é o momento de ter mais tranquilidade e coerência e dar o outro lado para a pessoa bater – declarou Edmundo, ao desembarcar em São Paulo.
O atacante voltou a atuar pelo Palmeiras depois do caso, mas se despediu em maio daquele ano, quando acertou sua transferência ao Flamengo.
Em 1995, Palmeiras vence El Nacional por 7 a 0 na Libertadores
O Verdão naquela Libertadores aplicou sua maior goleada na história da competição, contra o próprio El Nacional: 7 a 0 no Parque Antártica, com dois gols de Edmundo. O time caiu nas quartas de final, após perder a ida por 5 a 0 para o Grêmio e bater na trave de reverter na volta: 5 a 1.
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