Vice no Boca, Almirón reencontra Fluminense e reforça admiração por Diniz

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Técnico do Colo-Colo mostra gratidão por elogios após final da Libertadores, projeta trabalhar no Brasil e analisa domínio dos clubes do país: “Sempre favoritos” Em seu perfil oficial no Instagram, o técnico Jorge Almirón tem dois posts após o vice na Libertadores do ano passado: a mensagem de despedida do Boca Juniors e um agradecimento a Fernando Diniz. Nesta terça-feira, o treinador argentino, agora à frente do Colo-Colo, volta ao Maracanã para reencontrar o Fluminense. E poderá mostrar sua gratidão ao colega brasileiro pessoalmente.
Vice com o Boca, técnico do Colo-Colo reforça admiração por Diniz e se vê no Brasil
Veja a tabela da Libertadores
Almirón compara final de 2023 com jogo desta terça
Em entrevista ao ge, Almirón reforçou sua admiração por Diniz. O gesto de respeito veio após elogios públicos do brasileiro dias depois da derrota do Boca Juniors e da saída do argentino do atual vice da Libertadores. O comandante do Colo-Colo reitera o que mais impressiona no adversário desta terça: a fidelidade ao estilo.
– Eu tenho admiração aos treinadores, e a este (Diniz), em especial. Eu via como vinha jogando sua equipe, a filosofia e o estilo de jogo que tem, que vem sustentando há bastante tempo.
“Creio que ele tem os jogadores adequados, que sustentam a ideia. O treinador tem muito mérito”, diz Almirón.
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Aos 52 anos, Jorge Almirón assumiu o Colo-Colo no início da temporada. Passou pela fase prévia e estreou com vitória por 1 a 0 contra o Cerro Porteño na Libertadores. No reencontro com o Fluminense, ele admite que é difícil fazer planos que vão além da classificação para o mata-mata. E reitera: é impossível combater o domínio brasileiro na competição.
– (Brasil) É economicamente muito forte. Tem muitos jogadores, a concorrência deve ser complicada, por isso fazem muitas partidas. São muitas equipes fortes, muitos clássicos no fim de semana. Tudo ajuda para que o Brasil seja a potência que é na América do Sul.
O Colo-Colo é seu 10º clube da carreira de técnico, no sexto país diferente. Com dois vices da Libertadores para clubes brasileiros (no Lanús, contra o Grêmio em 2017, e no Boca, contra o Fluminense, em 2023), Jorge Almirón vislumbra, um dia, trabalhar no Brasileirão.
“Tenho noção que são muitos jogos, muitas viagens, muitos hotéis… eu tenho claro isso, mas há muitas equipes grandes que jogam bem. A qualquer treinador, esse nível de competição atrai”, diz o técnico.
Jorge Almirón, ex-técnico do Boca Juniors, atualmente no Colo-Colo
Rodrigo Arangua/AFP
Ao ge, o técnico repassa detalhes da decisão do ano passado, analisa as chances do Colo-Colo e fala mais sobre como é difícil combater a hegemonia brasileira na Libertadores.
Como vê esse reencontro com Fernando Diniz?
– Eu tenho admiração aos treinadores, e a este (Diniz), em especial. Eu via como vinha jogando sua equipe, a filosofia e o estilo de jogo que tem, que vem sustentando há bastante tempo. e o estilo de jogo que tem, que vem sustentando há bastante tempo. Creio que ele tem os intérpretes adequados para isso e jogadores que sustentam a ideia. O treinador tem muito mérito. O mundo viu um pouco mais quando jogou contra o City, e apesar de perder, não deixou seu estilo. Fizeram jogadas muito boas, bem ao estilo de sua equipe, que tenho admiração.
“Creio que a melhor representação dos treinadores são seus jogadores, sua equipe. Sua equipe sustentou sempre. Até contra o City, tentou”.
Dias depois da final, Diniz elogiou você e o Boca. Você o agradeceu no Instagram. Pode falar um pouco mais desse momento?
– Foi um golpe duro para nós. Na Argentina, como aqui, lidam com muita paixão. Era muito especial para o clube a sétima Copa Libertadores. Para Fluminense foi a primeira. Foi um jogo muito especial. Foi um golpe duro, e eu não segui no Boca depois. O treinador (Diniz) falou bem da equipe, e tudo que disse foi agradecer publicamente por ter falado bem e felicitá-lo pelo que alcançou. Muita gente talvez não entenda, mas acho que fomos bem, que foi parelho. Foram duas equipes dignas de chegar a uma final de Libertadores, fizeram um bom jogo e ganhou a que mais acertou. Foram poucas jogadas e acertou em jogada pontuais. Tivemos algumas, que não aproveitamos. São partidas muito fechadas, muito equilibradas. A definição se deu por muito pouca pela grande categoria dos jogadores que eles têm para definir.
O que falta para o futebol de clubes do Chile triunfar? Qual o objetivo do Colo-Colo na Libertadores
– Estamos em pleno desenvolvimento como equipe. Essa geração dourada que tanto falam, creio que se perdeu um pouco na renovação. Estão nesse processo de renovação com o novo treinador (Ricardo Gareca, na seleção). Vamos tentar ajudar com o que nos cabe como clube e dar possibilidade aos jovens que vão se somando ao processo para melhorar o futebol chileno. Sempre há coisas que têm que melhorar. Da minha parte, vou tentar fazer uma boa partida. Esses jogos são detalhes. Estamos trabalhando muito nisso.
“Ter um estilo próprio leva tempo, mas estamos trabalhando nisso. Que possamos mantê-lo e adquirir um estilo. Além dos resultados, creio que a equipe deve ter um estilo”.
Mas há um objetivo definido?
– A ideia é se classificar para a fase seguinte. Depois são finais. As partidas agora também são muito importantes, mas depois é ida e volta. São finais, são detalhes. Todas as equipes são fortes. Não sei… sou um homem de muitíssima fé. Sempre tenho fé. Esperamos fazer um bom jogo, classificar nessa fase e depois pensar no que segue. Estou só focado no jogo de amanhã. Se a equipe passa, pode crescer muito mais.
Como você vê a hegemonia recente dos clubes brasileiros na Libertadores?
– A hegemonia, nos últimos anos é na parte econômica. Muitos jogadores, até os melhores da Argentina que não vão para a Europa, vêm para o Brasil. Muitos brasileiros vão à Europa jovens e depois voltam a jogar duas temporadas aqui já com 100 jogos, 50 jogos. Eles se vão jovens, e depois voltam com bastante experiência, bagagem, tendo jogado em grandes equipes e reforçam as equipes de Brasil. É economicamente muito forte. Tem muitos jogadores, a concorrência deve ser complicada, por isso muitas partidas. São muitas equipes fortes, muitos clássicos no fim de semana. Tudo ajuda para que o Brasil seja a potência que é na América do Sul. Há poucas equipes da Argentina que podem competir. E são as que têm competido nos últimos anos… Boca, River e uma ou outra se junte e chegue a uma fase importante. Mas é por outras coisas, não pelo econômico. É pela história, pela mística dos argentinos para jogar esse tipo de jogos, além da qualidade, há toda a mística. Somos competitivos com menos.
E o que se pode fazer para combater essa hegemonia?
– Temos alguns jogadores experientes e alguns jovens, que talvez tenham sua primeira partida na Libertadores. Vão fazer o primeiro jogo no Maracanã. É na experiência que os jogadores vão adquirindo e creio que é tentar jogar bem. Encontrar estilo, buscar o resultado e, muito mais que isso, ter confiança. É muito difícil dizer agora, mas vejo progresso no time. Melhoramos muitas coisas, temos muita personalidade. Vamos adquirindo confiança e mostrar personalidade. Podemos trabalhar bem nos treinamentos, na liga, mas quando vem um cenário assim, tem que mostrar personalidade para competir. Espero que a gente consiga.
Os brasileiros são favoritos novamente?
“Sempre (favoritos). São superiores no nível econômico, na qualidade de jogadores, na qualidade do plantel”.
– Fluminense tem muitos jogadores em seu plantel, tem mais de 40 profissionais, e disso, tem 30 com muita experiência, com mínimo de 300 jogos. Isso conta em instâncias importantes, partidas decisivas, em cenários fortes, isso conta. Temos alguns reconhecidos em nível mundial, e outros que vão ter a primeira experiência internacional. Então, tenho fé no espírito do jogador chileno que pode competir e alguns argentinos que temos e estão preparados. Espero que façamos uma boa apresentação e avancemos à próxima fase.
Como vê o mercado brasileiro para técnicos? Te atrai?
– Sim, se tiver uma oportunidade, é um mercado atrativo. Me atrai o nível do torneio. Tenho noção que são muitos jogos, muitas viagens, muitos hotéis… eu tenho claro isso, mas há muitas equipes grandes que jogam bem. A qualquer treinador, esse nível de competição atrai. Além da parte econômica, de tudo o que representa competir neste país, o nível de exigência e nível de jogo que há, me chama atenção, como qualquer treinador sul-americano. Tomara que em algum momento possa acontecer. Sigo de perto, com admiração o futebol brasileiro, argentino, tudo. Acompanho a liga, e gosto do bom jogo. Há equipes que jogam muito bem aqui.
Você conversa com outros treinadores que já passaram aqui? Divide essa experiência?
– Sim, eu vou seguindo como desenvolvem. Conheço bem o pessoal do Defensa y Justicia, alguns de lá passaram aqui. Chegou o Milito (no Atlético-MG), vou ver como vão desenvolvendo seus jogos. São treinadores muito bons, vejo como se adaptam rapidamente ao futebol daqui e aos jogadores. Apesar do idioma, o futebol é universal.
“Os bons jogadores necessitam que os treinadores tenham uma ideia para que a potência se desenvolva, e isso vai além do idioma”.

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