Zago aponta atacante imarcável na Copa América e lembra saída do Coritiba: “Nunca fui falso”

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Técnico da Bolívia, ex-zagueiro Antônio Carlos coloca Luis Díaz em patamar dos grandes da competição e comenta dificuldades pelo sonho da Copa do Mundo: “Só seis times na liga têm GPS” Aos 55 anos, Antônio Carlos hoje é mais conhecido como Zago, o sobrenome que acompanha o nome composto de um dos principais zagueiros do futebol brasileiro nos anos 1990. Contratado como técnico da Bolívia no fim de outubro do ano passado, ele tem missão de tentar a segunda classificação da “La Verde” para uma Copa do Mundo.
Antônio Carlos, técnico da Bolívia, fala sobre Copa América e trabalho na seleção
Há 30 anos, Etcheverry e cia conseguiram esse feito numa geração que deixou Uruguai de fora – a Argentina só se classificou na repescagem – e que conseguiu ir aos EUA na Copa que terminaria com o tetra do Brasil.
A estreia é contra os donos da casa, os EUA, em Dallas, no estádio AT&T, neste domingo, às 19h. No papo com o ge – veja os destalques em vídeo acima, Antônio Carlos contou as dificuldades estruturais da Bolívia e avaliou os principais candidatos ao título. Também lembrou da sua demissão em sua última passagem como treinador no futebol brasileiro, após entrevista contundente.
Antônio Carlos Zago tem sete jogos pela seleção boliviana: são duas vitórias e cinco derrotas em oito meses pela “La Verde”
Richard Pelham – Getty Images
– Eu tinha que ser mais político – admtiu Zago, sobre a saída do Coritiba no ano passado.
Confira a entrevista com Antônio Carlos Zago:
ge: Você foi campeão com o Bolívar, no projeto do grupo City, há dois anos, e foi chamado para a seleção no fim do ano passado. Como surgiu esse convite?
Antônio Carlos: — Creio que foi em cima da passagem no Bolívar mesmo, pelo trabalho que eu fiz no clube, nos dois anos em que estive lá, ganhando títulos. Acredito também por ter jogado de maneira diferente em relação a alguns treinadores nos últimos anos. Quando estava no Bolívar eu estava trabalhando também no grupo City e lá você tem metodologia de posse de bola. E nos campos da Bolívia não dá para você manter a posse, porque você tem dois campos bons que oferecem condições para você seguir essa metodologia. A gente começou a recuperar bola e tentar agredir adversário com mais rapidez. Pressionar bem, principalmente quando você joga na altitude, tentar pressionar o adversário, sufocar o adversário praticamente e isso eu fiz com o Bolívar, tanto no campeonato como na Libertadores também. E acredito que isso tenha chamado a atenção da federação, do presidente para me tornar treinador da seleção boliviana.
ge: A Copa América começa agora, mas com seis vagas diretas possíveis imagino que o objetivo principal é o sonho com uma nova Copa. É essa a meta principal?
— Sim, a meta principal são as Eliminatórias. Temos seis jogos esse ano e temos que fazer o dever de casa. A gente trabalha muito com a realidade do futebol boliviano. Temos apenas cinco, seis jogadores que jogam no exterior. Um no Barcelona B, outro na Suíça, outro na Rússia e está indo para a Polônia, que é o Roberto Carlos, que na minha opinião é nosso principal jogador. Um está na LDU de Quito, tem um que joga no Brasil, na Série B, na Ponte Preta. Então, nossa realidade é totalmente diferente das outras seleções, onde a maioria dos jogadores atua no futebol europeu, EUA. O que dá bagagem maior a eles. Eles competem mais do que nós. Até porque o campeonato boliviano é um pouco abaixo dos outros também.
— Temos também esse problema na Bolívia, que é de quando você na altitude e quando você vai jogar no nível do mar, onde não temos a mesma força, a mesma potência das outras seleções. A gente trabalha muito com a preparação física, para ver se a gente consegue competir um pouco mais quando joga fora. Nas Eliminatórias temos seis jogos esse ano, três em casa e três fora. O segredo é buscar alguma coisa fora de casa. Já que em casa você tem que fazer a diferença, principalmente quando se joga na altitude. Mas na Copa América a gente espera fazer o melhor que der, competir com as outras seleções, sonhar em ganhar, em tentar passar de fase. É para isso que a gente trabalha também, mas dentro da nossa realidade que a gente sabe qual que é.
ge: Você falou “nossa realidade”. Eu li o presidente falando de “realidade e dificuldades”. O que você consegue contar sobre esse contexto?
— Eu sempre vi o jogador boliviano como de bom nível tecnicamente. Eu costumo até brincar que, por exemplo, na Venezuela 20 anos atrás você tinha beisebol e mulher bonita – porque todas as misses mundo eram venezuelanas. Agora a Venezuela deu salto impressionante, trabalhando com a base, dando condições para os times. Fui no Pré-Olímpica na Venezuela, eu fui em Valencia, tem um centro de treinamento lá que não vi no Brasil. Só assim a gente vai poder melhorar o futebol aqui na Bolívia. Dando um pouco mais de condição para que os jogadores possam ter o mínimo. Ter campos bons. Ter projetos, como o da federação agora, de melhorias dos gramados aqui na Bolívia, que eles vão colocar em prática durante a Copa América. Isso já é um passo dado.
— Estamos tentando também estruturar um pouco mais, não só aqui na seleção como também ter informações a mais dos times bolivianos. Na liga só seis times trabalham com GPS, agora conseguimos com que a federação comprasse GPS para todas as equipes da primeira divisão. E nós vamos criar um centro dentro da federação para acompanhar os números dos times. Isso vai nos ajudar um pouco mais.
Em La Paz, quando a Bolívia venceu o Peru pelas Eliminatórias, Zago fez sua estreia
Gaston Brito Miserocchi/Getty Images
— Os times estão também abrindo as portas para que a gente possa saber um pouco mais sobre os jogadores, o que eles estão fazendo fisicamente, principalmente, porque é o que a gente está trabalhando bastante. Então eu espero ter tempo para isso né. Por enquanto o presidente sai falando que independentemente do que aconteça o trabalho é a longo prazo e tudo. Eu venho trabalhando num projeto a longo prazo. Também para deixar alguma coisa para o futebol do futebol boliviano. Só assim a gente vai conseguir melhorar alguma coisa aqui.
ge: Como medir a qualidade do atleta que vai convocar num país em que os desempenhos podem alterar a nível do mar e da altitude?
— Foi isso que ós fizemos depois que chegamos aqui. Na altitude a gente já sabe quem é quem, o rendimento de determinado jogador, a gente já conhece os jogadores que têm potencial a mais. O que eu procurei fazer, desde o ano passado, principalmente neste ano na Libertadores e na Sul-Americana, foi ver jogos fora de casa, do Bolívar, do The Strongest, do Always Ready, que são os três times que praticamente são a base da seleção. Procurei assistir e eles tiveram um bom aproveitamento fora de casa também, porque são as três melhores equipes, as que têm uma estrutura melhor. O Bolívar é fora da linha, o The Strongest também tem uma estrutura boa que dá para se levar, e o Always também. Então a gente procurou ver mais os jogos fora de casa, o comportamento dos jogadores, tentar conversar com os jogadores depois dos jogos, principalmente aqueles que a gente têm como base aqui na seleção para que a gente possa competir cada vez mais. Não é fácil, a gente pega os números às vezes de alguns jogos e nós estamos melhorando, já melhoramos 50%, 60% do que era antes em oito meses aqui na seleção boliviana. Mas para chegar aonde as outras seleções chegam para ter como base o último mundial, a gente ainda necessita trabalhar muito para tentar chegar perto.
ge: Você tem grupo com média de idade de 27 anos aproximadamente, com nove jogadores sub-23 e nove com 30 anos ou mais. Como é esse processo? Você trabalha por uma renovação gradual?
— O boliviano, às vezes, cobra uma renovação imediata. E eu acho que isso aí é muito difícil acontecer, seja aqui na seleção, ou em qualquer clube, não só aqui da Bolívia, como do futebol em geral. Então, você procura mesclar com jogadores experientes também, né? Nós tínhamos aqui 29 jogadores e a média de idade era de 25.7, 25.5 anos. Eu acho que nós somos a terceira seleção mais jovem da Copa América. E a gente procura mesclar. Temos alguns que disputaram o pré-olímpico. Aí nós temos alguns jogadores que ficaram fora do pré-olímpico porque completariam 24 anos, então conseguimos baixar 2,5 anos essa média. Isto porque nós temos um goleiro de quase 40 anos (Lampe, de 37). Mas, no geral, vamos mesclar experiência com juventude. Os jogadores mais jovens aprendendo com os mais velhos, a gente vai fazendo essa renovação e espero que dê certo.
ge: Vocês estreiam contra os EUA, que empataram com o Brasil. Tem ainda Uruguai, um forte candidato ao título. E o Panamá. Como vê suas chances no grupo?
— O primeiro jogo é importantíssimo pra nós, até porque depois nós temos o Uruguai. A gente tem que jogar, tem que competir, mas o Uruguai, na minha opinião, pode ser considerada a melhor seleção da América do Sul até dezembro. Esse ano eles fizeram alguns amistosos, acabaram perdendo, mas agora, de novo, contra o México, já meteram quatro. Uruguai tem um ataque impressionante, meio de campo, defesa, todos atuam no futebol europeu. Aqui, contra os Estados Unidos, a pressão é deles, a gente tem que jogar com isso também. Eles têm uma bagagem maior do que os nossos porque jogam na Europa, jogam aqui na MLS, que é uma liga forte hoje também. Mas vamos jogar, não podemos errar como erramos nos últimos dois jogos contra Equador e Colômbia (derrotas por 2 a 1 e 3 a 0, respectivamente), principalmente erros individuais mesmo, pontuais. Vamos tentar a vitória, um empate quem sabe para no final tentar contra o Panamá a classificação.
— A gente espera surpreender, jogar a pressão sempre para o lado deles. Os EUA vão jogar em casa com 80 mil pessoas. A gente tenta, através dos treinamentos e já conversamos bastante, minimizar alguns erros que nós cometemos e jogar o jogo, tentando sempre buscar uma vitória.
ge: Você falou sobre posse de bola e a realidade do futebol boliviano, que na América do Sul quase sempre precisa se defender primeiro. Qual modelo você tenta implantar na seleção boliviana?
— Eu tenho jogadores com característica para pelo menos pressionar, para se posicionar bem na frente no tiro de meta. Isso aí a gente vem fazendo bem. O problema do campeonato boliviano é a descompactação. Os times jogam a 60 metros, 70 metros. Eu tenho alguns jogadores que não tiveram uma base como jogadores de outros países têm. Para você ter ideia, nós não temos um campeonato nacional sub-20. Então nós não temos uma base dentro dos clubes, os clubes têm as suas bases e vão fazer torneios em Potosí, em Sucre, entre eles aqui mesmo. Sai para fora às vezes, como o Bolívar, que tem um centro de treinamento na base em La Paz e tem outro centro de treinamento em Santa Cruz de La Sierra, que é de onde sai a maioria dos jogadores bolivianos.
O argentino Marcelo Bielsa, técnico do Uruguai, abraça o brasileiro Antônio Carlos
Ernesto Ryan/Getty Images
— Alguns jogadores chegam aqui (na seleção) não sabendo ler bola coberta, bola descoberta. Isso aí a gente tem que trabalhar aqui na seleção, entendeu? Principalmente com os jogadores mais jovens, é um trabalho do que se faz na base a gente procura fazer aqui na seleção. Mas a gente tem melhorado. Acho que dá pra gente pressionar, principalmente um pouco mais a saída de bola. Isso aí a gente vem melhorando. A descompactação eu acho que é o que mais atrapalha a gente, porque os jogadores não estão acostumados a jogarem juntos, compactos, tendo a bola como referência, mas já vem melhorando. Isso aí a gente vem melhorando nos treinos. Uma pena que a gente não tem tanto tempo para estar com os jogadores, senão acredito que poderíamos melhorar ainda mais.
ge: Nos últimos 10 anos, a Bolívia teve três argentinos, três bolivianos e dois venezuelanos como treinadores na seleção. O mercado sul-americano, fora do Brasil, em geral tem predominância argentina. O que representa você, um treinador brasileiro, na seleção boliviana?
— Eu acho que com a entrada de muitos treinadores estrangeiros no Brasil a gente se viu um pouco apertado e tendo que procurar novos rumos, né? Até, talvez, 10 anos atrás era muito difícil você ver um treinador brasileiro treinando no Paraguai, fora do país. Houve alguns pontuais, como o Autuori, o Jair Pereira lá nos anos 1990, o Carpegiani no Paraguai também. Mas depois a gente não viu mais em equipes ou nos países daqui da América do Sul. Mas isso faz parte do futebol de hoje. A gente perdeu um pouco de espaço no Japão. O treinador brasileiro vai para o Japão e depois de seis meses, um ano quer voltar para o Brasil por uma oferta melhor. Isso aí acaba fechando as portas nesses países, caso de Japão, nos países árabes… Hoje na Arábia, a gente tem quem? Só o Chamusca, o Odair Hellman. Antes, eram cinco, seis treinadores brasileiros. Mas os brasileiros vêm abrindo espaços na América do Sul. Tem o Vinícius Eutrópio no Paraguai, o Tiago Nunes no Chile, antes passou pelo Peru. Então, para mim é uma oportunidade excelente. Mesmo sendo considerada a seleção mais fraca hoje na América do Sul, é uma experiência muito boa. A gente espera fazer um ótimo trabalho aqui, como eu fiz no Bolívar também. Só que aqui necessita de tempo. Você falou que de oito treinadores nos últimos dez anos, quase um por ano. Não tem como você fazer um trabalho melhor, um trabalho onde os jogadores começem a conhecer um pouco mais o treinador. Espero ficar um pouco mais de tempo. Poder terminar esse ano sonhando com as Eliminatórias do próximo ano. O objetivo é conseguir três vitórias em casa e buscar alguma coisa fora. No ano que vem, voltar com tudo de novo e sonhar com a Copa do Mundo. Não é fácil, mas a gente tem que trabalhar em cima disso.
ge: Você encerrou a carreira há muitos anos e começou a de treinador em 2009. Certamente já conhecia a instabilidade da profissão. Como é sentir na pele esse mercado de treinador?
— É um mercado louco. Porque você está sempre a risco. Eu acho que o futebol abrange muita coisa para poder dar certo. Eu falo sempre do Bragantino. Fomos montando o time de acordo com o que queríamos junto com a empresa e acabou dando certo e está dando certo até hoje. O Bragantino nos últimos 5 anos eu acho que teve 3 treinadores: eu, o Barberi e o Caixinha. Então, você tem mais tempo para trabalhar quando você tem um suporte por trás, quando você tem uma empresa por trás, é um futebol mais profissional. Mas na maioria das vezes, os treinadores chegam no meio da temporada sem poder contratar, sem que o clube tenha jogadores que se encaixe dentro da sua ideia de jogo. E aí você tem que procurar soluções dentro do elenco para poder montar esse time.
ge: Ano passado você deixou o Coritiba depois da repercussão de uma entrevista coletiva. Como reflete sobre isto que passou?
— Eu tinha que ser mais político ali mesmo, entendeu? Às vezes, sou muito franco e, às vezes, quando você fala a verdade, dói em determinadas pessoas. Mas o mais importante é que eu fiquei tranquilo com o grupo de jogadores. Até porque eu conversei com todos eles depois. E os caras queriam a minha permanência. Chegaram a ligar para mim, chegaram a ligar para o diretor, só que já era uma decisão tomada por parte do Coritiba. O clube já vinha atravessando problemas desde o campeonato estadual, porque não classificou para os semifinais em 2023. Mas, na minha opinião, as contratações que fizeram não se encaixavam dentro do que o Coritiba queria naquele momento. Quando eu cheguei a janela estava fechada, quando abriu a janela eu fui mandado embora. Como estávamos falando em relação à profissão do treinador, eu vejo que a culpa fica com o treinador, mas tem os diretores, tem presidente, tem todo mundo.
— Eu não vejo o treinador como o único culpado de um processo e (na coletiva) me perguntaram algumas coisas. Eu também já estava cansado de tudo que estava acontecendo, acabei falando. Eu acho que não deveria ter falado em público, mas acabou saindo e ali terminou a minha história no Coritiba e o Coritiba não melhorou depois.
— Não melhorou agora no campeonato estadual e está na Série B. Mas pela grandeza do Coritiba, pelos seus torcedores, pelo estádio, a estrutura, tudo, eu acho que o Coritiba merece um lugar melhor no campeonato nacional. Desde que se trabalhe com a realidade do clube também, porque às vezes o torcedor quer que o Coritiba ganhe título, sendo que não tem condições de ganhar um título no Campeonato Brasileiro. No Brasil a gente tem 12 grandes clubes, todo mundo quer ser campeão, todo mundo pensa que o seu time vai ser campeão. Eu acho que a gente tem que analisar um pouco melhor as condições dos clubes para poder dar um certo favoritismo para um determinado clube. Principalmente quando se começa uma competição. Hoje não está muito difícil, hoje os favoritos são Flamengo e Palmeiras, dá pra ver.
ge: Você falou do jeito franco que sempre teve. Como policia isso?
— Eu faço terapia, o que é normal, o que indico pra qualquer pessoa. É duro porque que o futebol, na minha opinião, às vezes, não é analisado como tem que ser analisado. O pessoal analisa, principalmente o torcedor, com o coração. Isso faz parte, dificilmente vai mudar. Já era para eu ter me policiado já há algum tempo. Venho me policiando, venho mantendo um pouco mais a calma, a tranquilidade. O meu problema é que eu nunca fui falso, sabe. Nunca.
— Eu sempre procuro conversar com os meus atletas, converso de frente. O que eu falei ali na entrevista do Coritiba, eu vinha falando antes também para os diretores e para os atletas também. Só que as pessoas não querem ver a verdade através da imprensa, como foi dito naquele momento. Mas assim, eu estou me policiando cada vez mais. Eu acho que isso aí tem me ajudado bastante.
ge: Você jogou com Dorival no Palmeiras? Ele é um treinador bem tranquilo. Vocês conversam?
— Peguei ele dois meses no Palmeiras, na pré-temporada. Dorival foi meu treinador no Juventude depois, conheço muito bem. Tenho carinho e respeito muito grande por ele. Dorival é um cara diferente. Sempre manteve um pouco mais a tranquilidade, sempre foi um cara um pouco mais ponderado. Pessoas assim você só tem que ouvir, não falar muito. Tem sempre que aprender, até porque ele é mais velho do que eu (risos). A gente sempre tem que ouvir os mais velhos.
Antônio Carlos Zago nos tempos de Coritiba no ano passado
Reprodução/Premiere
— A última vez que conversei com ele foi no Rio de Janeiro no primeiro jogo da final da Copa do Brasil. Naquele momento ele estava um pouco nervoso, porque o São Paulo nunca tinha vencido a Copa do Brasil e fazia um tempo que não conseguia título importante. Deu para vê-lo um pouco mais tenso, mas no final deu tudo certo. Ele foi campeão e fez ótimo trabalho no São Paulo. Acho que tem tudo para fazer ótimo trabalho na seleção também, como tem feito até agora. Ele vem buscando time ideal, buscando a maneira ideal da seleção jogar. Contra os EUA, acho que a seleção merecia a vitória. Torço muito para que ele faça excelente trabalho na seleção e que possivelmente consiga ganhar mais uma Copa do Mundo para a seleção, para o Brasil.
ge: Vê o Brasil forte nesse páreo com Argentina e Uruguai?
— A Copa América para mim tem Brasil, Argentina, Uruguai e a Colômbia. A Colômbia tem um jogador lá que ele é imarcável. Não tem como marcar o tal do Luis Díaz. O que ele vem jogando é impressionante. Nós enfrentamos a Colômbia no final de semana passado, perdemos de 3 a 0 e ninguém consegue parar o cara. E não só aqui, como na Premier League, na Champions League, é um jogador que está em um estado de graça pro futebol.
— E a Colômbia tem outros bons jogadores também, como o Jhon Arias, outros jogadores de meio de campo, o James por incrível que pareça quando vai pra seleção é totalmente diferente dos clubes. Tem bons atacantes. É uma das seleções que eu coloco como favorita para ganhar a Copa América, para classificar para o Mundial e quem sabe ali no Mundial também ser protagonistas no próximo Mundial nos Estados Unidos.
Luis Díaz, em ação pela Colômbia, na preparação para a Copa América. Para Zago, um jogador imarcável
Joe Buglewicz/EFE

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