Amigo pessoal do presidente Augusto Melo, atual treinador do São Bernardo vai reencontrar o Timão em duelo nesta quinta-feira pela Copa do Brasil: “É o nosso jogo da vida” Márcio Zanardi fala sobre proposta do Corinthians: “Não caiu no colo por amizade”
A partida entre São Bernardo e Corinthians é marcante para Márcio Zanardi. Atual treinador do time do ABC paulista, ele poderia estar ocupando o outro banco de reservas nesta quinta-feira, às 20h (de Brasília), no estádio Primeiro de Maio, em São Bernardo do Campo.
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O jogo desta noite, válido pela segunda fase da Copa do Brasil, será o segundo entre as equipes em 2024. Pelo Paulistão, o São Bernardo venceu o Corinthians pela terceira rodada. Nove dias depois, Mano Menezes foi demitido. E o primeiro alvo do Timão para a vaga aberta foi Márcio Zanardi.
Em entrevista ao ge, o comandante do São Bernardo relembrou a proposta, o regulamento que o impediu de assumir o Corinthians e a principal chance da carreira perdida, pelo menos até o momento.
– Quando eu recebi essa proposta, porque eu recebi a proposta do Corinthians, do Augusto, não foi uma sondagem, foi uma proposta, eu só não pude ir por causa do regulamento. Não tem problema nenhum, aconteceu. Mas não tem frustração. Tem, sim, o reconhecimento de um trabalho bem feito, de uma carreira que está sendo construída e que não foi dessa vez, não deu certo.
– Aquela ansiedade, aquela felicidade de pensar ‘posso ser treinador do Corinthians’, acho que quem trabalha entende o tamanho disso. Mas assim, muito pé no chão, nós sabíamos do regulamento, então em nenhum momento, tanto o Corinthians quanto o São Bernardo se expôs. Ninguém chegou, ninguém fez apresentação. Tinha um aval da Federação, se pudesse ir, ok. Como teve a negativa, todo mundo recuou e zero problema – explica Zanardi.
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Márcio Zanardi, técnico do São Bernardo
Mauro Horita/Agência Paulistão
Entre os anos de 2012 e 2016, Márcio Zanardi dirigiu as equipes sub-13, sub-15 e sub-17 do Timão e teve bons resultados dentro de campo e na revelação de jogadores. Nesse período, conheceu e fez amizade com Augusto Melo, que foi assessor da categoria durante a gestão do ex-presidente Roberto de Andrade, entre 2015 e 2018.
Apesar da relação com o atual presidente do Corinthians, Zanardi garante que o convite feito para treinar a equipe não tem ligação com o vínculo entre eles.
– Fiquei muito feliz pelo Augusto ter lembrado de mim, porque a gente já trabalhou junto, ele sabe da minha capacidade, competência e honestidade. Torço muito por ele, mas fiquei muito feliz. Quando você recebe uma proposta dessa é porque você se preparou, não caiu no meu colo por amizade. Estou no futebol desde 2006, fiz todos os cursos, todos os preparos, tudo o que tive que fazer, entreguei. Isso é mérito do nosso trabalho que vem acontecendo.
– Fiquei feliz, lisonjeado, mas já virou a página e não acredito nessa máxima de que o cavalo passa uma vez só na sua frente. A oportunidade passa e aparece para quem é competente, então é só se preparar, fazer a coisa certa, que outras propostas e outras oportunidades vão vir – disse Zanardi.
Lucas Andrino, executivo de futebol, e Márcio Zanardi em conversa com o elenco do São Bernardo
Gabriel Goto/São Bernardo
Polêmica na base
Márcio Zanardi esteve envolvido em um escândalo na base do Corinthians que veio à tona em 2017. Na época, a reportagem do ge teve acesso a gravações de áudio que mostravam negociação de suborno para escalar um jogador da base do Timão. O pai de Zanardi, Wilson Zaponi, era apontado como um dos envolvidos.
O técnico não era citado na gravação, mas um dos aliciadores dizia exercer influência na comissão técnica da base corintiana. Segundo ele, o dinheiro do suborno seria repartido com cinco integrantes da comissão.
Márcio Zanardi quando era técnico do Corinthians sub-15
Emilio Botta
Zanardi voltou a negar qualquer envolvimento com o caso e disse que não pode responder por qualquer ação que seja feita por outra pessoa, incluindo o seu pai.
– Eu sou muito tranquilo quanto a isso. O Corinthians é um clube muito político e quando fiquei muito próximo do Augusto, você acaba sendo vinculado não pela sua competência mas o que você está fazendo. Quando vincularam meu pai dentro daquela questão do Corinthians, tenho muita tranquilidade porque mandei o jogador embora, tenho relatórios e eles vincularam meu pai. Tenho que responder pelos meus atos, respondo pelo o que faço, não pelo o que meu pai ou qualquer outra pessoa, ninguém tem autonomia e liberdade para falar em meu nome.
– Zero problema, tenho muita convicção. Tenho que dar satisfação para o Luca, meu filho, para Sofia e para minha esposa, que sabem o que faço, o que sou de caráter, então zero problema, sou um cara muito correto, muito honesto. O resultado e a sequência da minha carreira fala por si só, eu saí do Corinthians com 16 títulos, fui trabalhar na Portuguesa, fui trabalhar no Santos, fui trabalhar no São Bernardo e estou aqui hoje. Então se meu pai se envolveu por A, B ou C, ele que responda pelos atos dele. Qualquer outra coisa eu só posso responder pelo o que eu fiz, a única coisa que eu falei é que a gente tem que estar pronto para todas essas questões – disse.
Márcio Zanardi projeta duelo contra o Corinthians na Copa do Brasil
Reencontro com o Timão
O técnico do São Bernardo projeta um jogo bem diferente do que foi vencido pelo seu time contra o Corinthians na fase de classificação do Campeonato Paulista. Zanardi acredita que o Timão vive um novo momento, de evolução e de uma maior consistência na comparação com a equipe que entrou em campo 27 de janeiro.
– Time grande é time grande. A gente tem que ir com muito respeito contra time grande. Ali estava passando por um momento complicado, a confiança não estava alta, você percebe que tem hora que todo mundo tenta fazer e as coisas não acontecem. O Corinthians mudou, colocou o time em outro rumo, mudou o treinador, aí a convicção vem, as vitórias aparecem. Time grande com muita confiança as coisas dão muito certo, mas acho que a gente tem que aproveitar essa mudança. É pouco tempo de trabalho, mas a gente sabe que já tem mudanças muito claras de comportamento, de postura, parte tática.
– É o nosso jogo da vida, a gente não sabe quando vai pode jogar com o Corinthians de novo esse ano, provavelmente só vai ter esse jogo. Então a gente tem que desfrutar esse momento, aproveitar, é um privilégio para a gente jogar um jogo desse tamanho, mas sem dúvida nenhuma a gente está estudando, querendo colocar o São Bernardo cada vez mais num patamar maior, com muito trabalho, com muita humildade, com muito pé no chão – analisou Zanardi.
São Bernardo 1 x 0 Corinthians: veja como foi a partida pelo Paulistão
Trabalho longevo no Bernô
No São Bernardo desde setembro de 2021, Zanardi foi campeão da Copa Paulista e conquistou o acesso à Série C do Campeonato Brasileiro, garantindo calendário anual ao time do ABC paulista. Nas últimas duas edições do Paulistão levou a equipe até as quartas final.
Márcio Zanardi comenta sobre trabalho longevo no São Bernardo
O São Bernardo foi a primeira experiência de Zanardi no profissional. O técnico construiu carreira nas categorias de base de diversos clubes, passando por Santos, Guarani, Portuguesa e Al-Nasr.
No cargo que ocupa atualmente, ele soma 93 jogos, com 44 vitórias, 31 empates e 22 derrotas. O aproveitamento é de pouco mais de 58%.
– Eu me sinto muito privilegiado de estar à frente do São Bernardo, um clube que tem um dono e o resultado esportivo, não acredito hoje no sucesso, no trabalho sem ter tempo para trabalhar, sem ter respaldo, sem ter autonomia. Eu tenho muita autonomia, hoje consigo discutir o futebol com o meu staff, a gente vive o CT 24h por dia, mas estou diretamente ligado com o Lucas [executivo] e com o Roberto [CEO] para tomar as decisões maiores do clube, então fica muito mais fácil.
– Acho que sem esse respaldo, sem essa ideia, sem essa convicção que a direção nos dá, não tem como você ter sucesso. Então o treinador precisa de tempo para poder colocar as suas ideias, colocar seus protocolos, instituir os processos que quer, mas demanda andar junto com a direção e com o executivo de futebol – disse.
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Marcos Ribolli
Márcio Zanardi é um estudioso do futebol. Com inglês fluente, possui licenças de cursos realizados na CBF, na AFA (Associação de Futebol Argentino) e na UEFA. Ele tem 45 anos e não garante a permanência no Bernô na sequência da temporada.
– Sou profissional do futebol, tenho contrato até o final do ano, as propostas acontecem. Eu deixo para os meus empresários resolverem, tenho planejamento, estou muito feliz no São Bernardo, tenho a minha ideia de subir esse time para a Série B, então o que tiver que acontecer vai acontecer. Não me iludo, estou muito com o pé no chão e estou 100% focado no São Bernardo.
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A partida entre São Bernardo e Corinthians é marcante para Márcio Zanardi. Atual treinador do time do ABC paulista, ele poderia estar ocupando o outro banco de reservas nesta quinta-feira, às 20h (de Brasília), no estádio Primeiro de Maio, em São Bernardo do Campo.
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O jogo desta noite, válido pela segunda fase da Copa do Brasil, será o segundo entre as equipes em 2024. Pelo Paulistão, o São Bernardo venceu o Corinthians pela terceira rodada. Nove dias depois, Mano Menezes foi demitido. E o primeiro alvo do Timão para a vaga aberta foi Márcio Zanardi.
Em entrevista ao ge, o comandante do São Bernardo relembrou a proposta, o regulamento que o impediu de assumir o Corinthians e a principal chance da carreira perdida, pelo menos até o momento.
– Quando eu recebi essa proposta, porque eu recebi a proposta do Corinthians, do Augusto, não foi uma sondagem, foi uma proposta, eu só não pude ir por causa do regulamento. Não tem problema nenhum, aconteceu. Mas não tem frustração. Tem, sim, o reconhecimento de um trabalho bem feito, de uma carreira que está sendo construída e que não foi dessa vez, não deu certo.
– Aquela ansiedade, aquela felicidade de pensar ‘posso ser treinador do Corinthians’, acho que quem trabalha entende o tamanho disso. Mas assim, muito pé no chão, nós sabíamos do regulamento, então em nenhum momento, tanto o Corinthians quanto o São Bernardo se expôs. Ninguém chegou, ninguém fez apresentação. Tinha um aval da Federação, se pudesse ir, ok. Como teve a negativa, todo mundo recuou e zero problema – explica Zanardi.
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Apesar da relação com o atual presidente do Corinthians, Zanardi garante que o convite feito para treinar a equipe não tem ligação com o vínculo entre eles.
– Fiquei muito feliz pelo Augusto ter lembrado de mim, porque a gente já trabalhou junto, ele sabe da minha capacidade, competência e honestidade. Torço muito por ele, mas fiquei muito feliz. Quando você recebe uma proposta dessa é porque você se preparou, não caiu no meu colo por amizade. Estou no futebol desde 2006, fiz todos os cursos, todos os preparos, tudo o que tive que fazer, entreguei. Isso é mérito do nosso trabalho que vem acontecendo.
– Fiquei feliz, lisonjeado, mas já virou a página e não acredito nessa máxima de que o cavalo passa uma vez só na sua frente. A oportunidade passa e aparece para quem é competente, então é só se preparar, fazer a coisa certa, que outras propostas e outras oportunidades vão vir – disse Zanardi.
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– Eu sou muito tranquilo quanto a isso. O Corinthians é um clube muito político e quando fiquei muito próximo do Augusto, você acaba sendo vinculado não pela sua competência mas o que você está fazendo. Quando vincularam meu pai dentro daquela questão do Corinthians, tenho muita tranquilidade porque mandei o jogador embora, tenho relatórios e eles vincularam meu pai. Tenho que responder pelos meus atos, respondo pelo o que faço, não pelo o que meu pai ou qualquer outra pessoa, ninguém tem autonomia e liberdade para falar em meu nome.
– Zero problema, tenho muita convicção. Tenho que dar satisfação para o Luca, meu filho, para Sofia e para minha esposa, que sabem o que faço, o que sou de caráter, então zero problema, sou um cara muito correto, muito honesto. O resultado e a sequência da minha carreira fala por si só, eu saí do Corinthians com 16 títulos, fui trabalhar na Portuguesa, fui trabalhar no Santos, fui trabalhar no São Bernardo e estou aqui hoje. Então se meu pai se envolveu por A, B ou C, ele que responda pelos atos dele. Qualquer outra coisa eu só posso responder pelo o que eu fiz, a única coisa que eu falei é que a gente tem que estar pronto para todas essas questões – disse.
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O técnico do São Bernardo projeta um jogo bem diferente do que foi vencido pelo seu time contra o Corinthians na fase de classificação do Campeonato Paulista. Zanardi acredita que o Timão vive um novo momento, de evolução e de uma maior consistência na comparação com a equipe que entrou em campo 27 de janeiro.
– Time grande é time grande. A gente tem que ir com muito respeito contra time grande. Ali estava passando por um momento complicado, a confiança não estava alta, você percebe que tem hora que todo mundo tenta fazer e as coisas não acontecem. O Corinthians mudou, colocou o time em outro rumo, mudou o treinador, aí a convicção vem, as vitórias aparecem. Time grande com muita confiança as coisas dão muito certo, mas acho que a gente tem que aproveitar essa mudança. É pouco tempo de trabalho, mas a gente sabe que já tem mudanças muito claras de comportamento, de postura, parte tática.
– É o nosso jogo da vida, a gente não sabe quando vai pode jogar com o Corinthians de novo esse ano, provavelmente só vai ter esse jogo. Então a gente tem que desfrutar esse momento, aproveitar, é um privilégio para a gente jogar um jogo desse tamanho, mas sem dúvida nenhuma a gente está estudando, querendo colocar o São Bernardo cada vez mais num patamar maior, com muito trabalho, com muita humildade, com muito pé no chão – analisou Zanardi.
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– Eu me sinto muito privilegiado de estar à frente do São Bernardo, um clube que tem um dono e o resultado esportivo, não acredito hoje no sucesso, no trabalho sem ter tempo para trabalhar, sem ter respaldo, sem ter autonomia. Eu tenho muita autonomia, hoje consigo discutir o futebol com o meu staff, a gente vive o CT 24h por dia, mas estou diretamente ligado com o Lucas [executivo] e com o Roberto [CEO] para tomar as decisões maiores do clube, então fica muito mais fácil.
– Acho que sem esse respaldo, sem essa ideia, sem essa convicção que a direção nos dá, não tem como você ter sucesso. Então o treinador precisa de tempo para poder colocar as suas ideias, colocar seus protocolos, instituir os processos que quer, mas demanda andar junto com a direção e com o executivo de futebol – disse.
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– Sou profissional do futebol, tenho contrato até o final do ano, as propostas acontecem. Eu deixo para os meus empresários resolverem, tenho planejamento, estou muito feliz no São Bernardo, tenho a minha ideia de subir esse time para a Série B, então o que tiver que acontecer vai acontecer. Não me iludo, estou muito com o pé no chão e estou 100% focado no São Bernardo.
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